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Passos promete cumprir meta de redução da dívida pública para 125% este ano

21 jul, 2015 - 20:12

Pedro Passos Coelho considera que é um “erro” imaginar-se que é possível reabsorver o desemprego do sector das obras públicas.

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O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou esta terça-feira que a meta de redução da dívida pública para 125% do Produto Interno Bruto (PIB) traçada para este ano vai ser cumprida.

"Nós cumpriremos até ao final deste ano a meta de 125% que nos propusemos", afirmou o chefe do executivo PSD/CDS-PP, numa conferência sobre política fiscal promovida pela rádio TSF e pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, na Fundação Champalimaud, em Lisboa.

"Nós temos tido a possibilidade, durante este meio ano, este primeiro semestre, de ter uma política prudente, de captar, em boas condições de mercado, o financiamento de que precisávamos para o ano todo. E teremos na segunda metade de ano a possibilidade de vir a amortizar dívida pública sem qualquer stresse financeiro e, portanto, em melhores condições. Acabaremos o nosso ano dentro daquilo que é a meta que estipulámos", reforçou.

“Erro pensar em reabsorver o desemprego do sector das obras públicas”
Passos Coelho defendeu ainda que o desemprego gerado no sector da construção e das obras públicas era inevitável e que é uma ilusão e um erro pretender reabsorvê-lo, por exemplo, através da reabilitação urbana.

"Todos aqueles que acham que há medidas substitutivas disto para poder reabsorver este desemprego têm muita dificuldade em compreender a realidade. Não há nenhum substituto imediato e perfeito para aquilo que aconteceu com o sector das obras públicas e da construção. E se nós quisermos ficar a olhar para o passado, para um modelo que era simplesmente inviável e insustentável, estaremos a cometer duas vezes o mesmo erro", afirmou.

Numa conferência sobre política fiscal promovida pela rádio TSF e pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, Passos Coelho alegou que o sector da construção e das obras públicas "não era sustentável" e "tinha de ajustar, como ajustou" e, portanto, o desemprego gerado nesta área "só incidentalmente tem relação com a crise de 2011".

O primeiro-ministro referiu que "a estimativa é que pelo menos um terço do desemprego gerado tenha tido proveniência neste sector em termos directos", ao qual se soma outro de actividades afectas: "E a área dos serviços, de um modo geral, representou mais de 30% também do desemprego gerado durante esse período".

"Nunca teremos dinheiro para poder financiar este tipo de actividade ao nível que ela registou durante mais de 15 anos. Portanto, quando olhamos hoje, por exemplo, para a reabilitação urbana que é preciso fazer, não é para substituir as obras públicas e o investimento que se fazia na área da construção e da habitação pela regeneração urbana. Isso não tem nenhum realismo", sustentou.

Segundo Passos Coelho, Portugal deverá investir em reabilitação urbana nos próximos anos, mas "isso nunca será um substituto nem nada que se pareça do que representou durante quase 20 anos obras e a construção civil na área da habitação".

"Não vale a pena ter ilusões quanto a isso, e quem tem estará a laborar num erro profundo", insistiu.
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