11 set, 2015 - 22:49
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, nega que o Governo tenha pressa na conclusão do processo de venda do Novo Banco e que esteja a influenciar a decisão.
"Nós não temos pressa nenhuma nem estamos a influenciar esta decisão, e eu reafirmo a confiança que tenho no governador do Banco de Portugal e no Banco de Portugal para conduzirem a operação", afirmou o chefe do executivo PSD/CDS-PP.
O primeiro-ministro e presidente do PSD assumiu esta posição durante um debate com a porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, na RTP Informação, que o desafiou a pedir desculpa ao país por ter afirmado que este processo não teria custos para os contribuintes. Passos Coelho reiterou que "os contribuintes não perderam dinheiro com o Novo Banco, nem irão perder".
Depois, sustentou que se fosse o Bloco de Esquerda a decidir teria havido mais uma nacionalização, como se fez com o Banco Português de Negócios (BPN), e que isso é que teria pesados custos para os contribuintes.
A porta-voz do Bloco aproveitou a referência ao BPN para lembrar que o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, esteve ligado ao universo desse grupo financeiro, assim como o antigo dirigente do PSD Dias Loureiro, criticando Passos Coelho por o ter elogiado há alguns meses.
"Preso por ter cão e ser preso por não ter"
Ainda quanto à venda do Novo Banco, Passos Coelho queixou-se de "ser preso por ter cão e ser preso por não ter", referindo que na comunicação social tanto aparece "a versão de que o Governo tem pressa e, portanto, quer concluir este negócio rapidamente antes das eleições", como "a versão oposta", que atribuiu também a Catarina Martins.
Para além de insistir que a solução adoptada para o Banco Espírito Santo (BES), que passou pela criação do Novo Banco, vai ter custos para os contribuintes, Catarina Martins afirmou ser falsa a demarcação que o Governo faz em relação ao processo, referindo que o fundo de resolução que foi constituído tem membros designados pelo executivo.
O primeiro-ministro contrapôs que "há uma diferença entre ter um representante no fundo de resolução ou ser autoridade de resolução".