15 set, 2015 - 16:24 • Susana Madureira Martins
Desta vez António Costa não disse, mas eis mais uma vez a tese de que não anda aqui a jogar para o empate e que governar com minoria não dá.
Perante uma plateia de empresários, o líder socialista sublinhou que é preciso criar estabilidade que envolva o conjunto dos agentes económicos e isso só se consegue com diálogo político e com uma maioria. “É evidente que com uma maioria é mais fácil governar e, melhor, é mais fácil conseguir compromissos políticos com minoria. Porque sem maioria, quem tem a decisão de fazer ou não fazer acordo é quem está em posição minoritária. Quando existe maioria, e desde que essa maioria tenha vontade de promover o diálogo político, todos têm interesse em que haja um compromisso e isso facilita a existência de acordos políticos alargados.”
Costa a dar o seu próprio exemplo com os mandatos na câmara de lisboa: “Fui por três mandatos presidente de câmara. Um em minoria e não consegui acordo nenhum, e duas em maioria e consegui todos os acordos. Isso significa que a existência de maioria, desde que haja vontade de diálogo político é uma condição importante para a governabilidade e uma governabilidade com compromissos políticos alargados.”
Dado o recado ao eleitorado, o líder do PS pede também estabilidade na legislação fiscal, estabilidade na área das infra-estruturas e simplificação administrativa, com o regresso do Simplex.
Estratégia é para manter
Podem vir entrevistas e os debates todos, que aconteça o que acontecer a estratégia não vai mudar. Esta é a campanha de um candidato a primeiro-ministro e a caravana vai centrar-se em António Costa e apostar tudo nas acções de rua e no contacto próximo com as pessoas em todos os distritos.
Os comícios à noite também vão ser outro palco privilegiado do secretário-geral socialista que está a contar ter durante a campanha a presença de ex-líderes do PS e diversas personalidades partidárias e não partidárias.
Estão ainda previstas visitas temáticas numa campanha que terá três temas chave: Inovação e conhecimento; qualidade dos serviços públicos e a recuperação dos rendimentos e combate às desigualdades, sempre aproveitando para fazer o contraponto com as políticas da maioria.
De resto, esperam-se muitas acções nos distritos onde é preciso dar tudo. No norte e centro, Porto, Aveiro, Coimbra e, claro, Lisboa. Na última semana de campanha há uma ida aos Açores com a caravana a terminar em Setúbal, antes do sábado de reflexão.