18 set, 2015 - 10:42
O PS reafirma: a escolha das prestações não contributivas a cortar será feita em sede de concertação social. A Renascença ouviu esta sexta-feira de manhã o responsável pelo estudo macroeconómico socialista, que serve de base ao programa eleitoral socialista.
“O que nós nos propusemos foi exactamente o que o senhor António Costa disse e é o que está no nosso programa eleitoral: em sede de concertação social – porque é sempre em sede de concertação social que estas medidas também são implementadas – olhar para a sua aplicação e fazer este duplo objectivo, que é racionalizar a sua utilização aumentando a sua eficácia social”, afirma Mário Centeno.
Durante o debate das rádios, na quinta-feira, António Costa não foi capaz de explicar a medida ao pormenor. Perante a pergunta “onde pretende o PS cortar mil milhões em quatro anos nas prestações sociais não contributivas”, Mário Centeno esclarece que é uma média e critica o valor de mil milhões de euros avançado.
“Não é mil milhões de euros, isso é um erro muito básico. Em média, são 250 milhões de euros, podemos usar essa média anual, num orçamento que em média tem também uma dimensão próxima dos seis mil milhões de euros. É essa a dimensão do valor. Eu sei muito bem porque é que o número foi somado até mil milhões de euros. Porque soa muito melhor do que dizer 250 milhões em 5.700. Era muito mais esclarecedor esta segunda versão”, reage.
As prestações em causa são as que não carecem de condição de recursos – ou seja, são atribuídas pelo Estado sem que o beneficiário tenha de provar que as merece.
Perante este caso, o histórico socialista Vera Jardim entende que António Costa sai mal da fotografia e que “deveria ter sido mais concreto”.
“Eu gostaria que fosse mais longe e é relativamente simples, porque sabemos que há prestações sociais que são automáticas – ou seja, a pessoa não tem de fazer prova de que as merece – e os sistemas sociais modernos tendem a ir noutro sentido completamente diferente”, admite à Renascença no programa “Falar Claro” especial.
Do lado da coligação, o único número conhecido relativo à Segurança Social é a necessidade de cobrir um buraco 600 milhões. No debate, Passos Coelho referiu que é preciso encontrar novas fontes de financiamento e desafiou o PS para se sentar à mesa das negociações.