22 set, 2015 - 12:31
O Bloco de Esquerda (BE) espera que o governo português se junte a outros países da União Europeia na condenação aos estados que estão a "perseguir os refugiados".
A afirmação foi deixada no final de uma visita esta terça-feira de manhã ao Mercado da fruta das Caldas da Rainha.
Questionada pelos jornalistas a propósito do encontro desta terça-feira de ministros europeus, a cabeça de lista do Bloco de Esquerda pelo Porto denuncia a falta de vontade política dos 28 em resolver a situação.
"É preciso solidariedade europeia para receber os refugiados", sublinhou Catarina Martins, para quem "deixar cair as quotas [para definir o número de refugiados que cada país deve receber] é um péssimo passo".
A porta-voz do BE alertou para a gravidade da situação que vivem 300 mil refugiados, dos quais "100 mil crianças, que têm de ser acolhidas".
"Os países andarem a empurrar uns para os outros é um desrespeito completo pelos mais básicos direitos humanos, pela legislação internacional e pela Convenção de Genebra", afirmou a bloquista, que espera ouvir os governos da União Europeia "condenarem veementemente o que se está a passar na Hungria e pugnarem por um sistema de distribuição rápida dos refugiados, com corredores humanitários que protejam as pessoas".
Uma posição que Catarina Martins espera que saia da reunião de ministros dos Assuntos Internos da União Europeia, que decorre em Bruxelas, em busca de um acordo sobre o programa de recolocação de refugiados sírios nos Estados-membros.
Que haja "um país como a Hungria, que deu autorização ao seu exército para disparar sobre refugiados e os outros governos da Europa não digam nada lembra os piores tempos da União Europeia", cuja "capacidade de solidariedade" considera estar minada pela "clivagem entre os Estados".
Aludindo à necessidade urgente de "criar corredores humanitários e distribuir os refugiados sírios pelos países que os podem acolher, Catarina Martins criticou o Governo português por estar ainda "a receber os 15 refugiados da quota de 2013" e não ter sequer começado a receber os 45 da quota de 2014.
O Governo "andou a regatear entre 2.400 refugiados e 1.500 refugiados e agora diz que vai receber mais, mas ainda nem sequer preparou centros" para os acolher, disse a porta-voz do BE.