22 set, 2015 - 08:13
O alto-comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, apelou na segunda-feira a uma "resposta solidária" da Europa à crise dos refugiados.
Em entrevista à RTP, Guterres apontou que, se "existisse uma verdadeira política solidária para enfrentar o problema" dos migrantes, a crise seria "facilmente gerível".
Na mesma entrevista, o alto-comissário lamentou não haver “condições de recepção nem uma estratégia comum que permita criar condições aptas”, segundo a RTP.
Para António Guterres, as condições terão que incluir assistência e igualmente o registo das pessoas e a distinção entre refugiados e migrantes, para que os primeiros consigam o direito à liberdade de circulação dentro da União Europeia, e para que os segundos sejam reenviados, de forma digna, para os seus países de origem.
"Não há maneira de resolver a crise se cada país agir por si", afirmou Guterres. Esta madrugada, já depois da entrevista, foi anunciado que a Hungria se excluiu do acordo de quotas entre estados-membros para a recepção de refugiados.
A nova proposta de Bruxelas, a ser debatida hoje entre os ministros europeus, mantém o número de 120 mil requerentes de asilo que os estados-membros devem acolher, nos próximos anos, para aliviar a pressão nos países mais expostos a esta vaga migratória.
António Guterres lembrava na segunda-feira, à RTP, que a resposta unida "exige um investimento, uma mobilização de recursos e uma determinação política que não existe", pelo que as propostas da Comissão têm de ir mais "além" ou "correm o risco de falhar".