21 set, 2015 - 22:51
Pedro Passos Coelho admite que se enganou quando anunciou um reembolso antecipado ao FMI e ao contra-ataque. Diz que vai pagar obrigações do Tesouro contraídas pelo Governo socialista.
“Hoje ao almoço, por lapso, disse que íamos agora, a 15 de Outubro, pagar mais 5,4 mil milhões de euros de pagamento antecipado ao FMI e eu, quando tenho lapsos, corrijo-os sem nenhum problema”, começou por referir o líder do PSD, num comício realizado esta segunda-feira à noite, em Faro.
Passos Coelho reconheceu o engano e passou ao ataque. Puxou dos galões e destacou a amortização feita ao empréstimo do FMI que Portugal contraiu no âmbito do resgate da troika, pedido em 2011.
“De facto, não são 5,4 milhões, foram mais de 8 mil milhões de euros de pagamentos antecipados que fizemos ao FMI desde o início do ano. Não foram 5,4, foram mais de 8 mil milhões de euros que pagámos adiantado dos quase 78 mil milhões de euros que o anterior Governo contraiu”, declarou o líder do PSD, numa referência ao executivo de José Sócrates.
Na sua intervenção no comício de Faro, Passos Coelho prosseguiu as explicações. Disse que o pagamento previsto para 15 de Outubro não é ao FMI, mas corresponde a obrigações contraídas por um Governo do PS.
“Mas a 15 de Outubro vamos pagar 5,4 mil milhões de euros. Não é ao FMI. São obrigações do Tesouro que foram contraídas há dez anos pelo Governo socialista e que nós agora vamos amortizar à dívida pública portuguesa, a 15 de Outubro”, sublinhou.
A “gaffe” de Passos
O pagamento de mais de 5.400 milhões de euros de dívida que Pedro Passos Coelho anunciou esta segunda-feira ao almoço, afinal, não é um pagamento antecipado nem é ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Arrumámos a casa, temos vindo a pôr as contas em ordem, temos vindo a pagar as dívidas dos outros – e foram muitas as que pagámos – e até resolvemos pagar mais cedo o que podia ter sido pago mais tarde, embora com mais juros”, declarou numa acção de campanha no Alentejo, perante os aplausos dos presentes.
Contactado pela Renascença, o gabinete do primeiro-ministro esclarece que se tratou de um engano e que se trata de uma liquidação de obrigações do Tesouro.