23 set, 2015 - 17:16 • Maria João Costa
“Oh Catarina!”. É assim, sem os pergaminhos de graus académicos ou sem a comum expressão “senhora dona”, que muitos populares se dirigem à líder do Bloco de Esquerda. De ténis calçados, calças de ganga vestidas e uma camisa colorida, Catarina Martins apresenta na campanha para as legislativas uma imagem descontraída, diferente da imagem da deputada parlamentar.
Seja numa feira ou mercado ou numa qualquer acção de rua, muitos são os que se lhe dirigem, mesmo que muitos tenham a frontalidade de lhe dizer que não concordam com as suas ideias. Catarina Martins responde sempre, sorri e diz: “Temos de fazer a diferença. É preciso ir votar dia 4.”
Esta mudança na atitude de Catarina Martins é também sentida por aqueles que lhe dizem que esteve bem nos debates televisivos da pré-campanha. É da televisão que muitos a conhecem. Talvez por isso ouça nas ruas frases como “afinal é mais bonita” ou “é pequenina”.
A candidata responde do alto do seu “metro e meio” (expressão sua), agradecendo e brincando com o tamanho do partido: “Temos de crescer.” Já sem a partilha de liderança do Bloco de Esquerda com João Semedo, Catarina Martins é muitas vezes solicitada para tirar uma “selfie”.
No terreno, a campanha bloquista aposta, normalmente, em três acções por dia: uma de manhã, outra à tarde e um comício à noite.
É para a noite que fica guardada a mensagem politica a passar. Seja contra a austeridade, a alternância PS/PSD ou outro tema que marque a agenda. Os comícios da noite contam com os pesos pesados do partido – curiosamente outras figuras femininas, como Marisa Matias, que esteve em Leiria, ou Mariana Mortágua, em Lisboa. Mas espera-se ainda nos dias da campanha a presença de Francisco Louçã, ex-líder bloquista.
A caravana segue pelo mapa nacional, tem as ilhas na rota, mas aposta muito em centros como o Porto, onde Catarina Martins é cabeça de lista, e Lisboa, onde Mariana Mortágua é a número 1 da lista.