18 milhões de toneladas de carga movimentada. Mais 5% que em 2013. No ano passado, Leixões confirmou, uma vez mais, a sua vocação exportadora, em linha com a estatística dos últimos anos. Mas há, entre os empresários, quem não sinta retorno desta dinâmica.
A Europa do Norte continua a ser o principal destino, a diversificação de mercados motivada pela contracção económica colocou o continente africano na rota. Angola, Marrocos e Argélia vieram alterar o quadro habitual de um porto muito ligado "à Holanda, França, Bélgica e Reino Unido", explica Brogueira Dias, presidente da Administração dos Portos do Douro e Leixões.
Materiais de construção civil, indústria metalomecânica e bebidas são os principais produtos que saem de Leixões.
Leixões precisa de crescer. E rápido
Se é verdade que o desempenho exportador registou um comportamento atípico no primeiro semestre deste ano, por causa da crise petrolífera em Angola, 2015 pode - ainda assim - fechar com novo recorde. "Se não chegarmos aos 19 milhões de toneladas movimentadas, devemos aproximar-nos", antecipa o presidente da APDL.
A crescente procura do Porto de Leixões como porta de saída de mercadorias, não só nacionais como também de várias empresas espanholas, obriga a projectar uma infra-estrutura ainda maior.
"O ideal seria que estivesse concluída em 2020, mas isso será impossível", lamenta Brogueira Dias, que não estende o prazo por muito mais tempo. "Lá para 2022 ou 2023 terá de estar operacional, senão o país deixa de dar resposta ao crescimento que se tem sentido e à procura dos portos, nomeadamente Leixões".
Crescimento, sim. Mas não para todos
Felino
“Boa tarde, ouvi dizer que estão a contratar pessoal". Dois jovens, com pouco mais de 20 anos, acabam de chegar a uma fábrica de metalomecânica em Ermesinde. Tinham acabado de nos perguntar onde ficava a recepção. São daqui da zona e procuram emprego.
O cenário nesta empresa é agora mais animador. O administrador garante que “tem resultados positivos”, mas não alinha na onda de entusiasmo oficial. Manuel Braga Lino ainda tem bem fresco na memória a quebra dos últimos anos. Numa empresa que exportava essencialmente para a Europa, a desaceleração da economia do velho continente provocou um trambolhão de mercadoria exportada. “Dos 70 para 50%”, uma quebra “entre um milhão e meio a dois milhões de euros em vendas”.
Ainda assim, a expectativa para o futuro próximo é de recuperação da carteira de clientes a níveis pré-crise. Manuel Braga Lino lamenta, contudo, a forma como as entidades oficiais subvalorizam o bom desempenho do sector da metalomecânica. E garante que números oficiais confirmam que "num mês, o nosso sector exporta mais do que o calçado num ano inteiro".
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Patrick Silva
29 set, 2015 Leiria 14:59
Típica notícia de jornalista português, tudo o que é bom, tem que ter algo mau. Ora se os números mostram crescimento, vamos lá mostrar que nem todos estão satisfeitos, apesar de admitir "O cenário nesta empresa é agora mais animador." Será possível admitir que algo está melhor? Será possível que existem coisas boas no país?
Na propaganda deste governo,
28 set, 2015 port 13:51
Já nem os empresarios acreditam! Uma coisa é a realidade, outra são os numeros que nos querem impingir! E há para aí muitos falsificados, tipo "volkswagen"! Ainda vamos concluir que importaram "software" alemão, para nos enganar!