04 out, 2015 - 23:40
O dirigente socialista António Galamba pediu este domingo a demissão do líder do PS, António Costa, por considerar que falhou na unidade do partido e na conquista de uma maioria absoluta.
“O que o dr. António Costa fez ao PS e ao país é criminoso”, escreve António Galamba numa declaração enviada à agência Lusa na qual pede a demissão do secretário-geral do PS após a derrota nas eleições legislativas de hoje.
O antigo membro do secretariado nacional do PS no tempo da liderança de António José Seguro considera que Costa falhou os objectivos a que se propôs quando se candidatou a secretário-geral.
“Apesar do esforço dos militantes e dos simpatizantes na campanha eleitoral, o Dr. António Costa falhou os dois objectivos que motivaram o assalto à liderança do PS. Falhou na unidade do PS. Falhou na conquista de uma maioria absoluta”, refere António Galamba, que ficou fora das listas de deputados socialista às legislativas de hoje.
No entender de António Galamba, actual membro da comissão política nacional do PS, a liderança de Costa foi “insuficiente a sublinhar os quatro anos de governo PSD/CDS e desastrosa a apresentar a alternativa do PS”.
“Não é normal o PS não ganhar estas eleições. Fracassados os objectivos políticos, resta a ambição pessoal: a anunciada eventual manutenção poder a todo o custo. Depois de quatro anos de vale tudo à direita, a tentação de um vale tudo à esquerda. Uma solução sem respeito pela vontade popular, ao arrepio dos valores republicanos e democráticos que comemoramos amanhã, a 5 de Outubro”, refere António Galamba.
O dirigente socialista recordou ainda que Costa “interrompeu um ciclo eleitoral de duas vitórias nacionais do PS, nas autárquicas e nas europeias".
O PSD/CDS-PP é a força partidária mais votada com 36,91% dos votos e com 84 mandatos nas eleições legislativas de hoje, quando estão apurados os resultados provisórios em 3070 das 3092 freguesias, de acordo com os dados da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna - Administração Eleitoral.
O PS é o segundo partido mais votado com 32,33% com 71 mandatos.