05 out, 2015 - 22:59 • Henrique Cunha
A decisão do PS em avançar para eleições directas e para a realização de um congresso é sensata, afirma à Renascença Eurico Brilhante Dias, um dos membros da direcção de António José Seguro.
O partido precisa, rapidamente, de uma reflexão profunda depois da derrota nas eleições legislativas, diz o socialista, que defende a possibilidade de o Congresso se realizar antes das presidenciais de Janeiro do próximo anos.
“Parece uma decisão acertada e parece que é uma decisão no caminho certo. O partido precisa de um congresso, precisa de uma reflexão profunda porque se voltarmos a uma discussão meramente em torno de nomes, provavelmente, não sairemos da crise que o PS atravessa, porque acumulamos a segunda derrota em legislativas.”
Eurico Brilhante Dias sublinha que o PS inverteu um ciclo de vitórias que vinha das autárquicas e das europeias, porque “evidentemente os portugueses não confiaram na nossa proposta”.
O congresso do PS deve realizar-se “o mais rapidamente possível”, para “contaminar o menos possível as eleições presidenciais e o livre debate que vai haver” em torno da corrida a Belém, defende.
Eurico Brilhante Dias sustenta que o PS tem de fazer uma reflexão profunda dada a dimensão da derrota e abre a porta à possibilidade do partido viabilizar o programa de Governo da coligação PSD/CDS.
“A vitória do PSD e do CDS foi clara, apesar de haver uma maioria de esquerda no Parlamento. Portanto, parece-me que o partido, neste momento, deve fazer uma reflexão interna sem prejuízo dessa decisão (programa do Governo). Não vamos esquecer que fomos claramente derrotados e que essa derrota nos deve levar imediatamente a essa reflexão. Eu penso que o partido deve avaliar o programa do Governo e a forma como a maioria pretende passar esse programa não tendo a maioria no parlamento. Agora, a iniciativa cabe ao Presidente e à maioria que ganhou as eleições”, sublinha Eurico Brilhante Dias.
O Partido Socialista vai reunir-se em congresso, falta apenas conhecer a data em que se vai realizar. O esclarecimento foi avançado à Renascença por fonte oficial da direcção do partido, citando os próprios estatutos socialistas que impõem a realização de congressos federativos e congresso nacional após a realização de eleições.