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Passos Coelho disponível para compromissos com o PS

04 out, 2015 - 23:29 • Ricardo Vieira

Coligação está disponível para formar Governo sem maioria absoluta. “Seria estranho que quem ganhasse não pudesse governar", afirma o líder do PSD.

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Passos Coelho disponível para compromissos com o PS
Passos Coelho disponível para compromissos com o PS

A coligação PSD/CDS obteve uma vitória “inequívoca” nas legislativas e está “disponível para formar Governo" e para chegar a compromissos com o PS, afirmou Pedro Passos Coelho, num discurso na sede de campanha, em Lisboa.

“É inequívoco que estas eleições mostraram um força política vencedora, que foi a coligação”, declarou o líder do PSD.

O primeiro-ministro lamentou que a coligação não tenha conseguido alcançar a maioria absoluta, mas vai fazer tudo para cumprir o “desejo inequívoco dos eleitores que nos confiaram a missão de governar” e “procurar os compromissos indispensáveis para dar estabilidade” ao país nos próximos quatro anos.

Passos Coelho afirma que a “coligação está disponível para formar Governo", mesmo sem maioria absoluta, e “seria estranho que quem ganhasse não pudesse governar.

Os dois partidos vão reunir "de forma muito expedita" os respectivos órgãos nacionais para formalizar um acordo de Governo, na sequência da vitória nas legislativas, anunciou perante o aplauso dos apoiantes.

No discurso da vitória perante dezenas de apoiantes, Passos admitiu que a nova configuração da Assembleia da República, sem maioria dos deputados do PSD e CDS, representa um desafio.

O líder do PSD espera que Portugal “não se veja prisioneiro de crises políticas que podem significar um retrocesso” nos progressos alcançados nos últimos anos.

Destacou a importância do Orçamento do Estado para o próximo ano, que a coligação terá de negociar com a oposição parlamentar, sendo que Bloco de Esquerda e CDU já disseram que não vão viabilizar as contas para 2016.

Entendimentos com o PS?

Passos Coelho considera que, terminadas as eleições, é preciso “pôr de lado as bandeiras” dos partidos e “juntar todos os que querem construir um país melhor”, abrindo a porta a entendimentos com o PS.

"Tomarei a iniciativa de contactar o PS para procurar entendimentos indispensáveis, as reformas estruturantes da sociedade portuguesa. Como partido europeísta, [o PS] estará disponível para que reformas importantes possam ter lugar nos próximos anos, nomeadamente na Segurança Social”, declarou Pedro Passos Coelho.

Passos Coelho considera que o próximo Orçamento é o momento de “deixar as medidas de austeridade para trás” e afirma, apesar de ter falhado a maioria absoluta para evitar “sobressaltos no Parlamento”, a coligação vai agora “dar o melhor para não termos sobressaltos nos próximos anos”.

Portas: “Este resultado desmente os que nos deram por acabados ou esgotados"
Portas: “Este resultado desmente os que nos deram por acabados ou esgotados"

Com 99, 23% dos votos contados, a coligação PSD/CDS vence as legislativas com 36,83% dos votos, o equivalente a 99 deputados. O PSD conquista ainda cinco deputados nos círculos eleitorais onde concorreu sozinho.

O PS fica em segundo lugar. O partido de António Costa consegue 32,38% e 85 deputados, indicam os resultados provisórios, numa altura em que estão nove mandatos por atribuir.

O Bloco de Esquerda mais do que duplica o resultado em comparação com as últimas legislativas e ascende a terceira força política. Obtém 10,22% dos votos e 19 deputados. Em 2011 tinha eleito sete parlamentares.

De acordo com os resultados provisórios, a CDU regista 8,27% dos votos e 17 deputados.

O partido Pessoas Animais e Natureza (PAN) elegeu pela primeira vez um deputado para a Assembleia da República, com 1,39% dos votos.

A abstenção foi de 43,07%.

[notícia actualizada às 01h18]

Comentários
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  • Que alegria é esta?
    05 out, 2015 Lx 16:18
    ... dois partidos, com anos de existência, unem-se e.... conseguem apenas 6 pontos % a mais que o maior partido da oposição (?)...não percebo tanta alegria...A abstenção continua ao seu mais alto nível...mas que motivos temos para festejar um Portugal assim? dividido, descrente, apático, triste, sem fé, sem esperança em nada e ninguém...
  • Paulo
    05 out, 2015 vfxira 11:48
    Estou convencido que o PS irá fazer acordos com a coligação para esta governar,o PS não é um partido de esquerda,é mais centro-direita.
  • Domingos
    05 out, 2015 Covilhã 11:37
    Se eu não estiver muito enganado o PS forçará o desmembramento da coligação, para deitar fora o CDS e haver mais tachos para distribuir pelo aparelho partidário socialista, em troca aceitará formar governo em coligação com o PSD. Dessa forma garantem um governo de maioria absoluta com divisão igualitária de tachos para ambos os aparelhos partidários e maioria de revisão constitucional importantíssima para dar um duro golpe aos restantes partidos (CDS, BE, CDU e agora o PAN). Quanto às pastas a distribuir o PS forçará que lhe seja atribuída a pasta da Justiça quer para puder interceder em favor de .... quer para puder interceder em desfavor de eventuais figuras de proa do psd e/ou cds. Na verdade o PS ficou com a faca e o queijo na mão: Ao não aceitar formar a maioria negativa fica com os louros da bondade de tal feito; com a sua indisponibilidade para formar governo com a coligação fica com os louros de que não pode viabilizar politicas de direita; ao disponibilizar-se para aceitar formar governo só com o PSD fica com os louros de que apesar das diferenças partidárias é possível formar um governo do bloco central que garanta a estabilidade governativa. Dito isto o "Paulinho das feiras" que levou ao colo o Pedrinho desde que este o nomeou para o cargo de vice-primeiro ministro, depois de ter festejado a vitória da coligação, será relegado para fora do governo e irá vitimar-se acusando o parceiro de coligação de traidor. Portugal perderá então o seu melhor ministro da coligação
  • Paulo
    05 out, 2015 Lisboa 10:47
    Duvido muito que haja acordo com o PS o Portas nem deve querer semelhante coisa...
  • Manel Fernandes
    05 out, 2015 Alverca 10:26
    A vontade do povo deve ser respeitada , coligação ganhou deve governar caso seja a sua vontade, como acontece em tantos países , este cenário só favorece a democracia, obriga a acordos pontuais, e uma maior fiscalização aos nossos governantes.
  • a.pereira
    05 out, 2015 ? 10:18
    Cuidado o PS é um partido de leis GAYs...
  • luis santos
    05 out, 2015 setubal 10:05
    O Ps enveredar por acordos com a coligação???? Meu Deus como fui enganado. É uma traição a quem votou voto util no Ps . Mais valia se ter votado BE e acabava-se de vez a indefiniçao do Costa. Eu jamais irei em compromissos JAMAIS.
  • Zé-Povinho
    05 out, 2015 Lisboa 10:03
    Acabou-se a arrogância da Coligação PSD/CDS. Acabou-se o "Eu Quero, Posso e Mando"! Agora, irão governar, ao sabor do PS. Paulo Portas e Passos Coelho, vão ter que "baixar a bolinha" quando falarem para o PS. Finalmente, irão governar mais virados para o povo...assim espero, senão, teremos eleições ainda antes do verão 2016. Parabéns ao BE, o grande vencedor destas legislativas.
  • Ana
    05 out, 2015 Oeiras 09:52
    Penso que é preciso combater a tendência para a dramatização destes resultados. Não há qualquer motivo para PS e coligação não se entenderem pelo menos em alguns assuntos como a devolução do imposto extraordinário, novos escalões de IRS, TSU, etc. Os verdadeiros problemas vão ser a sustentabilidade da segurança social, o futuro do SNS e a educação. Pode-se, pois, contar com alguma reposição do poder de compra, para já. Não se pense que o BE é mais do que realmente é...representa o verdadeiro voto de protesto, intransigente contra as medidas da coligação.Foi, aliás, o único partido que realmente vincou a oposição à austeridade e facturou com isso. Mas resta saber se este eleitorado será estável, se a situação melhorar...a ver vamos. O PS é um partido europeísta, que já governou várias vezes capaz de compreender as limitações que nos são impostas por Bruxelas e Costa tem fama de ser um negociador de raiz, Só nas questões estruturantes pode haver problemas e aí espero que funcione a unidade da esquerda para travar alguns planos neoliberais. .
  • João
    05 out, 2015 joa23@hotmail.com 09:45
    Se a abstenção teve a maioria 44% e a tal coligação 19%, depois, 16%, 6%, 4% e todos os restantes, nulos e brancos 11% , o que dá 100%, assim é que deviam apresentar os resultados, então deve ser a ABSTENÇÃO a governar! Se há democracia deve ser assim!Mas não, no sistema viciado que inventaram, em que acabam por ganhar sempre, uma significativa Abstenção, que é a maioria, é ignorada como se nada fosse! Que estado de direito e democria é essa?! Mais do mesmo!

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