06 out, 2015 - 21:50 • Paula Caeiro Varela , com Lusa
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, vai contactar o líder do PS, António Costa, com o objectivo de "criar uma solução política que seja consistente" e assegure "estabilidade", anunciou esta terça-feira o porta-voz social-democrata.
Em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião do Conselho Nacional do PSD, num hotel de Lisboa, Marco António Costa não quis estabelecer "calendários" para os contactos com o PS.
O vice-presidente "laranja" também não adiantou se está somente em causa a procura de um apoio parlamentar, ou se estará a ser equacionada a participação dos socialistas no Governo.
Marco António Costa falou na procura de "pontos de convergência que permitam a construção de uma solução negociada para uma estabilidade política do próximo Governo" e em valores comuns que permitem "criar uma solução governativa que seja consistente, sólida, que tenha estabilidade".
Interrogado se isso poderá passar por um Governo PSD/CDS-PP/PS, respondeu: "Não me cabe a mim estar aqui a abrir ou a fechar portas ou a fazer especulações sobre cenários".
Passos quer cumprir mandato até ao fim
O PSD quer dar prova da disponibilidade para fazer compromissos e Pedro Passos Coelho deixou claro, na reunião desta terça-feira do conselho nacional do PSD, que é essa a posição que o partido deve assumir.
Na intervenção à porta fechada, e segundo relatos feitos à Renascença, Passos Coelho passou a mensagem de que vai tentar que o Governo cumpra o mandato até ao fim.
Rejeitou a ideia de que esta legislatura será encurtada, com eleições antecipadas, mesmo que tenha sido esse o vaticínio que fez durante a campanha eleitoral. As circunstâncias mudaram e o presidente do PSD aposta tudo em palavras como diálogo e compromisso.
O acordo de Governo com o CDS abre esse espaço para entendimentos com o PS mas, para já, ninguém quer definir os termos desse compromisso.
Nas declarações aos jornalistas, o vice-presidente do PSD, Marco António Costa, não excluiu nenhum cenário, nem sequer o de um Governo alargado com o Partido Socialista.
O PSD também não quer ainda entrar em detalhes sobre as eleições Presidenciais. No texto de acordo com o CDS, assumem um compromisso de diálogo para uma posição comum, mas não falam num candidato comum.
Na reunião desta terça-feira, Passos Coelho terá sublinhado que não deve haver interferências partidárias. Quem quiser apresentar-se na corrida a Belém, deve fazê-lo.
Miguel Relvas, o número um da lista de Passos Coelho ao Conselho Nacional, acrescentou que há um candidato natural da área política do PSD, numa referência implícita a Marcelo Rebelo de Sousa.
[notícia corrigida às 00h03 - "solução política" e não "solução governativa"]