12 out, 2015 - 19:30 • Eunice Lourenço
São mais de 20 as propostas de compromisso que a coligação PSD/CDS enviou ao PS na tarde desta segunda-feira e que constam daquilo a que a Portugal à Frente apelida de “documento facilitador”.
Segundo um dirigente da coligação ouvido pela Renascença, foi feito “um esforço muito consistente de aproximação de posições”.
As mais de 20 propostas de compromisso pretendem ir ao encontro das quatro preocupações manifestadas pelos socialistas logo a seguir às eleições.
No comunicado da comissão política de dia 6, o PS diz que “fará tudo para concretizar quatro objectivos essenciais”: virar a página na política de austeridade, consagrando um novo modelo de desenvolvimento; defender o Estado social e os serviços públicos, a Segurança Social, a educação e a saúde; relançar o investimento na ciência, na inovação e na cultura; e respeitar os compromissos europeus e internacionais.
É a estes quatro objectivos que se dirigem preferencialmente as propostas da coligação, que “têm de ser feitas na margem do possível e dos compromissos em termos de trajectória de défice e de dívida”, disse à Renascença fonte da coligação.
"Delírio" e "sobrevivência"
Dentro dos partidos que compõem a coligação tem crescido a preocupação com a estratégia do líder do PS de aproximação à esquerda. Entre os dirigentes de PSD e CDS há quem considere “um delírio”, quem pense que António Costa tudo fará para governar e quem veja na estratégia “uma tentativa de sobrevivência” do líder do PS.
Agora, as expectativas viram-se para a reunião de terça-feira, que ainda não tem hora marcada. A proposta enviada para o PS é vista pela coligação como difícil de rejeitar e “razoável” para “o essencial que a sociedade portuguesa deseja”.
No final da reunião de sexta-feira, dia 9, o presidente do PSD admitiu acelerar algumas medidas como o fim da sobretaxa e a reposição dos salários da função pública, desde que isso não coloque em causa o cumprimento dos compromissos internacionais.
Depois da primeira reunião entre PS e a coligação, que António Costa considerou “inconclusiva”, Passos Coelho prometeu fazer “um exercício um bocadinho mais atrevido” no encontro seguinte.