16 out, 2015 - 10:10
"Assim não". É deste modo que Ascenso Simões, que foi o primeiro director de campanha de António Costa, conclui uma análise, na sua página da rede social Facebook, a estratégia pós-eleitoral do PS, em busca de um entendimento às esquerda.
O texto começa por sublinhar que “os resultados finais consagram o PSD como primeira força em deputados", tendo a coligação do Governo "mais parlamentares do que a soma dos obtidos pelo PS e pelo BE”. Neste quadro, o antigo secretário de Estado da Administração Interna, sustenta que “ganha poder acrescido o PCP, que se torna essencial para qualquer tipo de negociação à esquerda".
Para Ascenso Simões, Bloco de Esquerda e PCP ainda não saíram, pelo menos aos olhos dos portugueses, da situação cómoda de uma viabilização de um governo minoritário do PS com u"ma autorização de passagem limitada", o que o faz levantar algumas questões: "a manter-se este quadro, pode o PS aceitar formar governo sozinho?"; deve o PS "assumir os riscos de uma gestão dificílima em que, sem qualquer linha de contacto à direita, se confrontaria, logo no primeiro orçamento, com o inevitável aumento da despesa e a circunstância previsível de incumprir as obrigações europeias?"; "que condições encontraria na concertação social perante uma UGT fragilizada e uma CGTP mais robustecida?".
“A todas estas questões, e há muitas mais, importa responder nos próximos dias. O PS é um partido, não um laboratório. Cada decisão marca, com sangue, o futuro”, remata.