17 out, 2015 - 13:53 • Susana Madureira Martins
O vice-presidente social-democrata, Marco António Costa, declarou esta segunda-feira que a carta enviada por António Costa a Pedro Passos Coelho “não se trata de um caderno de encargos” e sublinhou que, embora a coligação esteja disposta a uma negociação “séria”, não está disponível “para simulacros negociais”.
Depois de o líder socialista ter acusado a coligação Portugal à Frente (PaF) de estar a esconder informação sobre as contas do país, o PSD garante que nada justifica essas declarações e acusa o PS de pouca vontade para construir uma alternativa.
Marco António Costa lembra que esteve nas duas reuniões entre a PaF e o PS e acusa Costa de estar a criar a ideia artificial de que as negociações só correm bem com os partidos da esquerda. O PS já foi “convidado” a “abandonar a artificialidade”, frisou.
Sobre a reunião entre a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e o coordenador do cenário macroeconómico do PS, Mário Centeno, o dirigente social-democrata garante que foram dadas todas as informações pedidas.
“Estou deveras surpreendido com as afirmações [de António Costa] ”, declarou, acusando Costa de estar a adoptar uma “postura de Estado” em não querer revelar a base destas “insinuações graves, que tentam lançar dúvidas infundadas sobre as contas públicas portuguesas”.
“O PS quer forçar a utilização do seu programa como programa base. O programa que venceu as eleições não foi o do PS. Há muitas dúvidas sobre os números que apresentava e que ainda hoje são mistério para esmagadora maioria dos portugueses”, afirmou Marco António Costa.
Em segundo lugar, disse o social-democrata, a carta “nem sequer apresenta a contraproposta que permitisse a coligação sentar se a mesa com o PS de forma séria”.
Em conferência de imprensa em Lisboa, Marco António Costa garantiu que o partido vai responder à carta que o PS enviou na sexta-feira, tendo em conta este “três vícios” que a coligação encontrou na missiva socialista: querer forçar um programa, criar uma artificialidade em torno das negociações e ainda colocar em causa a transparência das contas públicas do país.
Numa carta enviada sexta-feira ao presidente do PSD, o secretário-geral socialista critica "ocultação de informação" durante as negociações e apresenta oito páginas com os “pontos essenciais dos objectivos do PS ausentes da proposta” da coligação.