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Passos desafia Costa a dizer se quer ir para o Governo

18 out, 2015 - 13:39 • Eunice Lourenço

Passos escreve que essa possibilidade nunca esteve excluída, apesar colocar como prioridade a viabilização do programa de Governo e a negociação do Orçamento do Estado para 2016. Carta enviada este domingo desafia socialistas a fazerem uma contra-proposta "objectiva".

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Pedro Passos Coelho já respondeu a António Costa com uma carta em que critica a atitude do PS e do seu líder, acusando-o de não querer negociar. Ainda assim, o líder do PSD mantém a porta aberta para novas conversas e desafia os socialistas a apresentarem uma “contra-proposta objectiva”, que até pode incluir a participação do PS num governo com a coligação PSD-CDS.

Na carta, a que a Renascença teve acesso, Passos Coelho começa por lamentar aquela que lhe foi enviada por António Costa, escrevendo que “frustra as expectativas de todos aqueles que contavam com a prossecução das conversas entre o PS, o PSD e o CDS com vista a um entendimento que pudesse garantir a estabilidade e a governabilidade”.

O PSD, escreve o seu líder, esperava uma contra-proposta ao “documento facilitador” que entregou ao PS na segunda-feira, mas o que recebeu foi a enunciação de propostas do programa socialista, “sem sequer as hierarquizar".

Passos Coelho aproveita também para garantir que foi dada ao PS toda a informação solicitada e lamenta que os socialistas não estejam a usar essa informação para aprofundar as negociações, mas para fazer “sugestões e insinuações irresponsáveis e sem qualquer fundamento real sobre a situação do país, de empresas estratégicas ou do conjunto do sector financeiro”.

E acrescenta: “A disposição para negociar e consensualizar nunca pode estar em acusações mais ou menos falsas ou em protestos incompreensíveis, mas, sim, nos actos a na sua razoabilidade.”

Para o líder social-democrata, os últimos dias têm confirmado que o PS “prefere agir com a extrema esquerda a negociar com os partidos europeístas”. Mas reitera que a coligação mantém a inteira disponibilidade para negociar um compromisso, desafiando o PS a mostrar o seu empenho com uma “contra-proposta objectiva, que inclua base programática e medidas concretas, bem como uma proposta de metodologia alternativa à que a coligação apresentou”.

Passos Coelho desafia ainda o PS a dizer claramente se quer discutir estas matérias enquanto “futuro membro de uma coligação de governo mais alargada, que inclua, além do PSD e do CDS, o próprio PS”. Nesta carta, escreve que essa possibilidade nunca esteve excluída, apesar de o “documento facilitador” prever sobretudo a viabilização do programa de governo e a negociação do Orçamento do Estado para 2016.

O líder do PSD termina a carta a lamentar que “sob o falso pretexto de negociações que não deseja, a acção do PS ameace arrastar o país e os portugueses para a instabilidade e a ingovernabilidade num retrocesso que pode pôr em causa o árduo trabalho dos últimos quatro anos”.

Comentários
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  • António M Rodrigues
    19 out, 2015 Coimbra 13:22
    Pais desgraçado este, nos tempos que correm. Desde a Presidência da República à actual oposição, passando pelo governo em exercício, que terá de continuar, temos uma rapaziada composta por ignorantes, arrogantes, matreiros e inconsequentes. Bem sei que estão lá senhores doutores. Sabem muito, quando sabem, sobre aquilo em que se especializaram. Saberão olhar para o lado com modéstia e atenção. Saberão o que é carácter, lealdade e boa-fé? Eu só consigo vê-los como trapaceiros. desejo muito estar redondamente enganado. Por favor, mostrem-me lá o meu completo equívoco.
  • Ao Dr Ponderação
    19 out, 2015 lx 02:33
    Na verdade há que o Dr Costa pensar no que diz o dr Passos Coelho!...Não ir na conversinha dele e de alguns drs Ponderação, que por aqui navegam. Era o que faltava ao Dr Costa, ir agora na conversa de imaturos rapazolas e mentirosos compulsivos!
  • César Moreira
    18 out, 2015 Bragança 22:22
    Esta carta do Dr. Passos Coelho revela a “Indiscutível demonstração de abertura negocial e de boa-fé”, esperando um PS, empenhado em chegar a um acordo de princípio que propicie estabilidade e governabilidade. Distinto o empenho e a Boa-Fé do Dr. Passos Coelho, é assim que se pode classificar esta abertura, que ouviu a sugestão sábia lançada por Sua Eminência Reverendíssima Cardeal-Patriarca de Lisboa, para um bom entendimento, que apague quezílias, em nome da defesa dos superiores interesses de Portugal, ao afirmar que “Coligação PSD-CDS-PS seria "mais natural" (14 Out, 2015). http://rr.sapo.pt/noticia/36840/patriarca_coligacao_psd_cds_ps_seria_mais_natural Vale a pena dizer que quando os Homens não se entendem, só resta ouvir a Voz de Deus.
  • Alberto.Sousa
    18 out, 2015 MONTIJO 20:58
    QUE POVO ESTE QUE TÃO ACOMODADO ESTÁ! È URGENTE POR UM FIM Á FARSA ELEITORAL. E URGENTE NOVA ORDEM MUNDIAL! É URGENTE DEIXAR-MOS DE SER TRATADOS COMO COISAS, E PASSARMOS A SER TRATADOS COMO PESSOAS. PORTUGAL NO ENTENDER DE UNS QUANTOS É APENAS UMA PORÇÃO DE TERRENO COM UMA FRONTEIRA PARA ESPANHA, QUE É O REINO ONDE ELES ESBANJAM O ERÁRIO PUBLICO, QUE É SUBTRAIDO ÁS "COISAS". NUNCA FOMOS REFERENDADOS, PARA SERMOS EUROPEUS, NUNCA FOMOS REFERENDADOS PARA O INGRESSO NA MOEDA ÚNICA. A EUROPA TORNOU-SE NAQUILO QUE ASSISTIMOS, E O EURO É O NOSSO CASTIGO. ESTAMOS FARTOS DESTA EUROPA, DE NOJO, E DA AUSENCIA DE DEMOCRACIA. MALDITOS SEJAM OS QUE NOS CONDUZIRAM A ESTA SITUAÇÃO.
  • O duo maravilhas
    18 out, 2015 pt 19:29
    sempre na congeminação da intriga e da insinuação trauliteira! Não sabem fazer mais nada!
  • Uma vergonha!
    18 out, 2015 Lx 18:16
    Na minha opinião, a forma como Passos Coelho conduziu a responsabilidade que lhe havia sido entregue pelo presidente Cavaco Silva, foi imatura, arrogante e muito pouco inteligente. Reflexo, penso eu, da sua falta de "tarimba". Deu nesta situação, que mais parece uma comédia de mau gosto. Avancem com qualquer coisa, mas avancem! Enquanto Portuguesa, tomo a liberdade de falar sobre o que sinto e tenho vindo a sentir a respeito desta situação. A meu ver, está a envergonhar-nos perante o mundo, que está atento, pois está a mostrar para fora aquilo que se passa frequentemente em Portugal, nesta e em outras alturas - Uma feira de vaidades do poder político; uma desgovernação total em situações delicadas, por incapacidade de pensar fora do umbigo ( "no todo"), e de fazerem a gestão dos egos, demonstrando total incompetências ao nível da diplomacia (interna)...uma vergonha!
  • fanã
    18 out, 2015 aveiro 17:32
    Coitados já só podem mesmo contar com o Cavaco!!!!!
  • Ponderação
    18 out, 2015 Lisboa 17:12
    Talvez fosse avisado o Dr. Costa - que está a ver as reticências e exigências crescentes do PCP e do BE, e o tal plano de um governo frentista de esquerda a "naufragar" - pensar maduramente no que Passos Coelho está a dizer. E seria aqui necessária, de novo e sempre, a magistratura de influência do Dr. Mário Soares. Quem avisa, bom amigo é! Ou o Dr. Costa prefere, mais adiante, encabeçar um governo que veja as suas medidas ser analisadas uma a uma pelo PCP? Pense, Dr. Costa. Pense, porque poderá já não haver muito mais tempo para arriscar disparates e medidas suicidas.
  • Ferreira
    18 out, 2015 Lisboa 16:26
    Passos não quer é largar o pote por nada. Para o não perder é capaz de tudo. Em caso de recusa do PS até seria capaz de tentar alargar a coligação ao PCP e ao BE caso estes estivessem dispostos a isso. Quer é continuar a mamar, ele e os seus pelo que vale tudo. Pensam que com estes jogos florais enganam a malta.Cambada de cretinos.
  • Paulo
    18 out, 2015 vfxira 16:02
    E que cargo ocuparia ? Seria Vice-vice 1º ministro? ou 2º vice?

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