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Costa recusa lugar no Governo e insiste em mudança de política

19 out, 2015 - 13:56

Costa quer "reorientação de política" e não lugares no Governo. É mais uma carta trocada entre o PS e a coligação PSD/CDS.

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O secretário-geral do PS considerou esta segunda-feira que o presidente social-democrata procura agora inverter o ónus de ter posto um ponto final nas conversações e sustenta que as divergências não são de lugares, mas de "reorientação de política".

Estas posições são assumidas por António Costa numa carta de resposta ( leia em PDF) à missiva que Pedro Passos Coelho lhe enviou no domingo, na qual o presidente do PSD desafiou o secretário-geral do PS a enviar uma "contraproposta objectiva" para mostrar empenho nas negociações e a dizer com clareza se pretende entrar numa coligação de Governo com sociais-democratas e centristas.

"O que nos separa não são lugares no Governo, que recusámos desde o início, ou o relacionamento pessoal – bastante cordial, devo reconhecê-lo – mas a imperiosa necessidade do país e a soberana vontade dos portugueses de uma reorientação de política, que persistem em não aceitar", contrapõe António Costa na carta de resposta a que a agência Lusa teve acesso.

Em relação à carta que recebeu de Pedro Passos Coelho no domingo, o líder socialista sustenta que essa missiva "tem como único propósito procurar inverter o ónus de pôr o ‘ponto final' – que já anunciara – no que designou de conversas entre o PS, o PSD e o CDS com vista a um entendimento que pudesse garantir a estabilidade e a governabilidade".

"Na própria noite das eleições tive ocasião de expressar publicamente o que a Comissão Política Nacional do PS reafirmou na sua deliberação de 6 de Outubro: o PS reconheceu que cabe em primeiro lugar ao PPD/PSD, como partido com maior representação parlamentar, criar condições de governabilidade; responsavelmente, o PS assumiu também e desde logo que não contribuiria para formar uma maioria negativa, apostada em obstaculizar a acção de um governo, ou a inviabilizar a sua formação sem assegurar uma alternativa real e credível", afirma António Costa.

Ou seja, de acordo com o líder socialista, o PS não só reconhece "o legítimo primado de iniciativa do PPD/PSD como partido com maior representação parlamentar, como assegura uma atitude construtiva e de não obstaculização da sua acção governativa ou de inviabilização da formação de um Governo de sua iniciativa, sem que houvesse uma alternativa real e credível".

O que a coligação “tem de perceber”

Neste contexto, António Costa refere-se ao principal factor que, na sua perspectiva estará a bloquear as negociações com a coligação PSD/CDS.

"A perda da maioria pela coligação constitui um novo cenário político, fruto de uma expressiva vontade de mudança que coloca no PSD e no CDS o ónus de criarem condições de governabilidade neste novo quadro parlamentar. A coligação tem de perceber que não pode governar como se nada tivesse acontecido e deve explicar como pretende assegurar a governabilidade", vinca António Costa.

Na carta dirigida a Pedro Passos Coelho, o secretário-geral escreve que solicitou a 9 de Outubro informação financeira detalhada por escrito.

"Aguardámos um documento que finalmente nos enviou em 12 de Outubro e que pudemos apreciar longamente na reunião de 13 de Outubro, conforme sintetizei por escrito na minha carta de 16 de Outubro, expondo a reorientação política que no nosso entendimento traduz a vontade dos portugueses expressa não só em bases programáticas como também em medidas concretas. Em vez de, como fizemos, analisar a minha carta, identificando os pontos de concordância e discordância, porventura até parcial, [Pedro Passos Coelho] limita-se a rejeitá-lo em bloco, com o extraordinário argumento de serem as bases programáticas e as medidas constantes do programa do PS", critica o secretário-geral socialista.

"O que esperava?"

Na sequência deste episódio, António Costa questiona Pedro Passos Coelho: "Mas o que esperava? Que propuséssemos as medidas do programa do PSD/CDS?"

"Nada acrescentando a sua carta [de domingo] ao anterior documento que considerámos muito insuficiente, nada mais posso acrescentar, para além de insistir na necessidade de nos ser disponibilizado integralmente o conjunto de informação financeira que oportunamente solicitámos e que só foi parcialmente respondido. Por fim, reafirmo-lhe que, responsavelmente, o PS procurará assegurar as melhores condições de estabilidade e governabilidade que garantam esta reorientação, no quadro plural da nova representação parlamentar", acrescenta António Costa.

Comentários
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  • Petervlg
    20 out, 2015 Valongo 14:13
    Nem é necessário o Costa ir para o poder para dar cabo daquilo que os Portugueses tiveram que pagar por causa do ultimo governo do PS, pois por causa do António Costa os juros já estão e vamos voltar a mesma historia, PS gasta e Portugueses pagam.
  • Ó Antonio Calmex
    20 out, 2015 port 11:14
    Estás é aflito, porque vais deixar de ensacar! É precisamente o contrario do que afirmas!...Xico-esperto!
  • Á SÃO VILLAS-BOAS
    19 out, 2015 Lisboa 22:38
    ...Por tanto sacrilégio eu lhe ordeno 10 Pais nossos e 18 Avés Maria!!!
  • Antonio H.K.Calmex
    19 out, 2015 Alpendurada - Argoncilhe de Cima 20:55
    Calma , NUITA CALMA . Dentro de alguns dias teremos a esquerda NO PODER e vamos poder todos de novo ensacar .Eu por mim estou ansioso . Há 4 anos que não ensaco nada . Vai ser uma alegria ! ...
  • Santos
    19 out, 2015 Lisboa 20:53
    Ainda bem que ele não quer ir para o governo. O que é que ele ia para lá fazer? Só para atrapalhar. Como se tem visto, aquele tipo não sabe nada de nada. Nunca se viu um lider do PS tão vazio: nem ideias, nem projetos, nada.... O PS ou arranja rapidamente alguém melhor que aquilo, ou então desfaz-se num ápice.
  • Saldanha
    19 out, 2015 Portugal 20:31
    Que mudanca de politica ? Novo Governo, ou novo sistema politico ? Um ingenuo como eu:julga que serä mais fäcil mudar de Governo,do que sistem politico econömico.Na giria:quando se fala em casamento,a lögica säo dois seres humanos que perante a lei cristä ou civil unem suas vidas que podem ser separadas por divörsio,mas,neste espicifico componente politico,eles que casaram com a UE,näo estou a ver quem os possa oficialmente separar.
  • À Maria!
    19 out, 2015 lis 19:17
    Finalmente?...Mas sempre o disse! Há que ler mais informação credivel e menos informação de pacote!
  • maria
    19 out, 2015 porto 18:55
    Atendendo a que A.Costa finalmente disse que não quer ser governo, logo passa a oposição. Logo junto com os outros derruba ou provoca a queda do governo. certo? Novas politicas.....
  • João Martinho
    19 out, 2015 Lagos 18:53
    A questão não é lugar no Governo, mas sim qual deles. e o que o A. Costa quer é de Primeiro Ministro, logo não pode aceitar o que quer que seja, a não ser tentar tudo para fazer governo e safar a sua pele (está a borrifar-se para tudo e todos)
  • Alberto de Lima Tele
    19 out, 2015 S. Pedro do Sul 18:17
    Se o Governo tivesse feito o pobre um pouquinho mais rico e o rico um bocadinho mais pobre nada disto acontecia, é necessário urgente mudar os escalões de IRS. o trabalhador não ganha para comer, aumentar as reformas até mil€, assim não se vai a lado nenhum

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