21 out, 2015 - 13:39
O PAN defendeu a necessidade de um Governo com "estabilidade parlamentar de quatro anos", mas remeteu para o Presidente da República a responsabilidade de escolher a solução mas estável.
"Para o PAN é fundamental que se consiga um Governo com estabilidade parlamentar de quatro anos", afirmou André Silva, em declarações aos jornalistas à saída de uma audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva, no Palácio de Belém.
André Silva recordou ainda que o PAN não fez parte das negociações entre os partidos e, por isso, não tem condições para se pronunciar sobre a solução mais estável.
O PAN foi o último partido que o Presidente da República ouviu, concluindo assim as audiências iniciadas na terça-feira aos sete partidos com assento parlamentar sobre a nomeação do primeiro-ministro.
Esta manhã, o chefe de Estado começou por receber o PCP. À saída da audiência, o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, considerou que a indigitação de Passos Coelho será "uma perda de tempo" e sublinhou que existe uma maioria de deputados que permite uma outra solução, "tanto mais duradoura conforme defender os interesses nacionais".
Uma sucessão de audições
Contrariando PSD e CDS-PP, o líder do PS, António Costa, considerou que estão criadas condições para que os socialistas possam formar um Governo com apoio maioritário na Assembleia da República e que assegure condições de estabilidade.
Na mesma linha, a porta-voz do BE, Catarina Martins, assegurou que estavam criadas condições para "uma alternativa estável na Assembleia da República" sem PSD ou CDS-PP no Governo e garantiu que as divergências com o PS foram ultrapassadas.
A Constituição da República prevê que o primeiro-ministro é "nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais".
Nas eleições de 4 de Outubro, a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) perdeu a maioria absoluta e obteve 107 mandatos (89 do PSD e 18 do CDS-PP). O PS elegeu 86 deputados, o BE 19, a CDU 17 (dois do PEV e 15 do PCP) e o PAN elegeu um deputado.