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Maioria de esquerda inviabiliza marcação de plenário antes do programa de Governo

28 out, 2015 - 15:09

PSD e CDS queriam pôr os deputados a discutir um projecto de "reafirmação dos principais compromissos de Portugal em matéria europeia".

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A maioria composta por PS, BE, PCP e PEV inviabilizou esta quarta-feira a marcação de um plenário na próxima semana para discutir um projecto de PSD e CDS-PP de "reafirmação dos principais compromissos de Portugal em matéria europeia".

PSD e CDS-PP acusaram esta "aliança negativa" de estar a bloquear o início das sessões regulares do parlamento, e PS, BE, PCP e PEV contrapuseram que, de acordo com a prática e o regimento, é a discussão do programa de Governo que é prioritária, e que foi esta quarta-feira marcada para os dias 9 e 10 de Novembro.

O presidente da Assembleia da República, o socialista Eduardo Ferro Rodrigues, registou a posição maioritária e a ausência de consenso e que, portanto, não havia condições para marcar esse debate pretendido por PSD e CDS-PP.

Ferro Rodrigues invocou a falta de precedente para que houvesse uma discussão em plenário marcada para uma data anterior à discussão do programa de Governo, relatou aos jornalistas o porta-voz da conferência de líderes, o deputado do PSD Duarte Pacheco.

De acordo com o porta-voz, como na semana passada o BE tinha referido a hipótese de poder solicitar a marcação de uma discussão a ocorrer previamente à discussão do programa de Governo, foi feito "o trabalho de casa", verificado o histórico e constatado que só na III Legislatura da democracia houve uma discussão plenária prévia à do programa de Governo.

“Total cinismo político”

"O PS, o BE, o PCP e o PEV rejeitaram, bloquearam, numa aliança negativa, o início das sessões regulares da Assembleia da República, início que nós propusemos ter como objecto um projecto de resolução do PSD e do CDS que hoje mesmo entrará na mesa atinente à reafirmação dos principais compromissos de Portugal em matéria europeia", acusou o social-democrata Luís Montenegro.

Montenegro acusou os partidos de esquerda de "total cinismo político" e argumentou pela necessidade de dar uma "nota de tranquilidade pública relativamente ao cumprimento dos principais compromissos do Estado português" dadas as posições diversas que PS, BE e PCP têm entre si sobre estas matérias, mesmo tendo-as colocado de fora do acordo que estão a negociar.

"O país precisa de saber o que é que cada um está disposto a abdicar. É o PCP que está disposto a abdicar das suas propostas em matéria europeia ou é o PS? É o BE que está disposto a abdicar do seu combate contra o tratado orçamental ou o PS, que o ratificou no Parlamento", questionou, sublinhando a importância de o país ser informado do estado das negociações.

Pelo CDS-PP, Nuno Magalhães manifestou surpresa pelo "não retomar da normalidade dos trabalhos" imposto pela maioria de esquerda e disse que face ao secretismo das negociações entre a esquerda o debate em plenário seria "uma boa oportunidade" para a discussão política, que deve ter como palco principal o parlamento.

Inversões

Pelo PS, Ana Catarina Mendes recusou qualquer bloqueio e acusou PSD e CDS de quererem "fazer uma inversão da discussão do programa de Governo, tentando discutir o próximo programa de Governo, o próximo primeiro-ministro indigitado e não o actual programa de Governo do doutor Passos Coelho".

"Já nos habituámos, ao longo da última legislatura, o PSD e o CDS inverterem a Constituição e inverterem as regras da lei, mas a verdade é que o artigo 62, número 2, alínea c) do Regimento diz que a prioridade absoluta é a discussão do programa de Governo. É nisso que nós estamos concentrados, não façamos ‘fait-divers' da vida política parlamentar, saibamos dar ao Parlamento a centralidade que é devida", sustentou.

No mesmo sentido, o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, argumentou que, pelo facto de o programa de Governo ser apresentado "à última da hora", no limite do prazo constitucional, PSD e CDS tentaram uma "chicana política em vez de pressionarem o Governo para uma antecipação da discussão do seu programa" para que o Parlamento faça a discussão política que o país espera que faça num quadro de "normal funcionamento das instituições".

O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, considerou que o que se passou na conferência de líderes confirma que a decisão do "Presidente da República de dar posse a um Governo PSD/CDS é um factor de instabilidade pelo qual é inteiramente responsável o senhor Presidente da República".

"Não evitaremos nenhuma discussão nem pretendemos evitar qualquer discussão, no quadro da discussão do programa de Governo, que é aí que faz sentido", declarou.

Comentários
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  • SILVA
    28 out, 2015 Aveiro 22:29
    Afinal quem mais distorce, o que está firmado na Constituição da Republica? Quem é a maioria? quem tem apenas 107 deputados ou quem tem 122? não percebo onde está a Duvida, A PAF( PSD+CDS) tem 107 deputados, PS+PCP+VERDES+BE tem 122 ? Tanto choro, para quê? que eu saiba 107 é menos que 122, logo os 107 sem maioria tem de respeitar 122 que são mais e perfazem mais de 50% dos deputados da assembleia, se alguém errou foi o PSD principalmente o seu líder no dia 4 de outubro quando viu que perdeu a maioria absoluta no parlamento, em vez de ir comemorar com o seu fiel vice irrevogável, não deu o braço a torcer e visitou o Costa, no rato com humildade uma vez que precisava do PS proponde-lhe um acordo, mas quem pode acreditar em políticos, quem com ferros mata com ferros morre, o que queria oPassos depois do que fez quando o velho do governo antes dele tinha minoria no parlamento, em vez de aprovar o PEC 4, ajudou mandar a baixo o governo, agora colhe os frutos, e isto só lá vai quando ele sair do PSD e o novo "Sá Carneiro" RUI RIU PEGAR NO PARTIDO DAS LARANJAS, que tanto gosto, e fizer limpeza nestes liberais de outras galáxias, que só olham para o seu umbigo e rapidamente se esquecem do que fazem aos outros, mas em DEMOCRACIA à que respeitar para ser respeitado, e durante 4 anos o governo apenas respeitou quem quis, agora não se admire não ser respeitado, porque as forças mudaram Democraticamente pelo voto, não se faça de vitima, vá à luta a vida é curta, ele bem o sabe.
  • Luis
    28 out, 2015 Lisboa 18:06
    É uma angustia quando ninguém nos quer ouvir não é, pois é.
  • adn
    28 out, 2015 v.conde 15:29
    Mas não seria de esperar outra atitude. Quando a esquerda se une trocida tudo, só lhe interessa terra queimada. Acordos e compromissos nunca foi o se forte, para quê discuti-los se os não aceitam.

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