30 out, 2015 - 08:30 • Paula Caeiro Varela
A coligação Portugal à Frente (PàF) já pensa e vai preparando o palco da oposição. Com os sinais evidentes de que o Governo que hoje toma posse - o XX Governo Constitucional - vai cair, ainda há no seio da PàF, ao que a Renascença apurou, quem acredite que o Presidente da República poderá não dar posse a um Governo de esquerda.
Mesmo com PSD e CDS a assumir que não iam queimar etapas, a verdade é que a coligação parece estar já só pensar no que é que se vai seguir à queda do Governo. Quer centristas quer social-democratas estão já a discutir como vai manter-se na oposição uma coligação feita primeiro para as eleições e depois para um Acordo do Governo, que cai quando e se o Governo for derrubado no Parlamento.
Nos dois partidos, segundo as fontes ouvidas pela Renascença, parecem não restar dúvidas de que terá de manter-se a coligação, ainda que formalmente desfeita.
A solução ainda não está definida, mas passará sempre por um entendimento que permita que CDS e PSD possam votar alinhados todos os temas já previstos no Acordo de Governo e aqueles que venham a revelar-se necessários, tendo, no horizonte, um eventual cenário de eleições antecipadas em que os dois partidos voltariam a apresentar-se juntos a votos. Não faz sentido, dizem fontes da coligação, desfazer aquilo que os uniu até aqui.
Cavaco Silva dá esta sexta-feira posse ao Governo PSD/CDS numa cerimónia - às 12h00, no Palácio da Ajuda - "três em um": tomada de posse do primeiro-ministro, depois a dos 15 ministros e, finalmente, a dos 36 secretários de Estado. Às 15h30 realiza-se a primeira reunião do Conselho de Ministros.
Na coligação, a expectativa que resta entre alguns dirigentes do PSD e CDS é a de que o Presidente leve até às últimas consequências a posição que assumiu quando anunciou a indigitação de Pedro Passos Coelho e quando reafirmou, já esta semana, em Roma, que não retira uma linha ao que disse.