04 nov, 2015 - 17:16
A porta-voz do Bloco de Esquerda disse esta quarta-feira que o "compasso de espera" político até à esperada queda do Governo PSD/CDS-PP é estranho, mas assegurou que "nenhum dia" até se firmar um acordo à esquerda está a ser desperdiçado.
"Nenhum dia é um dia desperdiçado. Em cada dia estamos a debater soluções concretas para a vida das pessoas", vincou Catarina Martins em declarações aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, após uma reunião de quase hora e meia com a Federação Nacional dos Professores (Fenfrof).
E insistiu: "A direita perdeu a maioria nas eleições. Embora tenha alguma dificuldade em viver com esse facto, foi isso que aconteceu".
O Bloco de Esquerda (BE) está a "afinar soluções" com o PS e reuniões como a desta quarta-feira, ligada à educação, "são muito importantes para construir soluções de futuro".
"Rejeitar o Governo PSD/CDS-PP é um momento também de afirmação de uma alternativa de governo. O prazo é mesmo esse, não é outro: no momento em que se rejeita, apresenta-se solução", disse a bloquista.
O Parlamento discute na segunda e na terça-feira o programa do Governo recentemente empossado, sendo de esperar o chumbo desse documento e a viabilização de uma alternativa à esquerda encabeçada pelo PS, que ficou em segundo lugar nas legislativas de 4 de Outubro.
A reunião com a Fenprof, vincou Catarina Martins, debateu matérias como o financiamento do ensino, o primeiro ciclo e o ensino superior, por exemplo.
Proteger o direito à educação em Portugal e defender a escola pública são compromissos assumidos pelo BE, acrescentou a porta-voz.
Pelo lado da federação de docentes, o secretário-geral Mário Nogueira enalteceu mais um encontro tido pela Fenprof com partidos com assento parlamentar, lamentando que apenas PSD e CDS-PP não tenham ainda encontro marcado com a entidade.
"Estivemos a falar com dirigentes do BE que são conhecedores dos problemas (…) Quando assim é, existe diálogo. PSD e CDS foram os únicos partidos que até agora não marcaram reunião com a Fenprof. Gostaríamos que elas acontecessem, mas admito que seriam reuniões muito rápidas porque iríamos falar linguagens diferentes", declarou Mário Nogueira.