04 nov, 2015 - 22:53
A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, mostra-se "certa" de que haverá um acordo à esquerda para a formação de um Governo da iniciativa do PS.
"Estou certa que sim", disse na noite desta quarta-feira, em entrevista à SIC, quando questionada sobre se haverá um entendimento à esquerda, formando uma alternativa ao chumbo no parlamento do programa do actual Executivo PSD/CDS.
Depois de lhe ter sido perguntado se tal afirmação era uma efectiva confiança política ou uma manifestação de fé, a dirigente do BE respondeu: "Sou pouco dada a questões de fé. Sou mais fã de garantias e compromisso político".
O acordo, reconheceu a bloquista, é "muito complexo" e visa "travar da queda de rendimentos do trabalho". PS, BE e PCP são "forças políticas de leituras diversas", mas que "convergiram no essencial: travar o ciclo de empobrecimento do país", vincou Catarina Martins à SIC.
"Não estamos a negociar uma solução para meses. Estamos a negociar uma solução para o país", precisou.
Apesar do acordo próximo, Catarina Martins assume divergências claras com o PS, em várias matérias, e é clara quando diz que os socialistas deveriam ir muito mais longe. Questões como o tratado orçamental e a reestruturação da divida, defendida pelo Bloco, ditam o principal afastamento entre os dois partidos, mas as cedências mútuas, garante, irão permitir um acordo.
Sem querer desvendar muito sobre os detalhes do acordo, a líder do Bloco de Esquerda admite que existem matérias comuns aos dois partidos que não precisam de grande discussão. Mais difícil é o entendimento em assuntos como a descida do IVA, da electricidade e do gás ou a devolução da sobretaxa.
Há ainda "arestas a limar" na questão das pensões e salários, acrescentou.