06 nov, 2015 - 17:46 • Paulo Ribeiro Pinto
O programa de Governo PSD/CDS, conhecido esta sexta-feira, contém algumas medidas e sinais de aproximação ao Partido Socialista.
Passos Coelho e Paulo Portas defendiam o plafonamento, mas agora abdicam de impor um tecto máximo aos descontos e aos valores das pensões, medida que era contestado pelo líder socialista, António Costa.
Mas há outras áreas em que o Governo procura pontes de entendimento com o maior partido da oposição.
Entre elas está o chamado despedimento conciliatório, uma proposta avançada pelo grupo de economistas que elaborou o cenário macroeconómico para o PS.
A medida, atribuída a Mário Centeno e criticada pela esquerda, por considerar que flexibiliza os despedimentos, está agora incluída no programa da coligação PSD/CDS.
Também num outro sinal de aproximação, o Governo manifesta a abertura para discutir com o PS a subida do salário mínimo em função da evolução da produtividade.
A obrigatoriedade de os professores realizarem a polémica Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC), que estava prevista no programa eleitoral da coligação PSD-CDS, não consta do programa de Governo. O exame foi declarado inconstitucional no passado mês de Outubro, pelo Tribunal Constitucional.
A prova, obrigatória para todos os docentes com menos de cinco anos de serviço, desapareceu no documento entregue pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que, em alternativa, defende a necessidade de "melhorar o actual sistema de avaliação docente".
Mas há outras medidas que surgem neste programa que, em parte, reafirmam as medidas que já estavam inscritas no programa eleitoral da coligação, como alargar a ADSE a outros trabalhadores além dos funcionários públicos ou a disponibilidade para inscrever na Constituição um limite ao valor da dívida pública.
Como novidade surge uma proposta para dispersar em bolsa parte do capital da empresa Infra-estruturas de Portugal, que gere as estradas e a rede ferroviária, mas com a maioria a manter-se nas mãos do Estado.
Está ainda inscrita a possibilidade de baixar o valor das portagens em algumas vias, transferindo para os utilizadores parte da poupança conseguida com a renegociação das parcerias público-privadas (PPP).