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António Costa. "Não estou disponível para um Governo que não tenha condições para a legislatura”

07 nov, 2015 - 16:13 • Carlos Calaveiras

O líder do PS diz que o acordo pós-eleitoral com o PCP e o Bloco tem tanta legitimidade como o acordo PSD/CDS de há quatro anos.

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O secretário-geral do PS acredita que se está a viver um momento histórico na esquerda e na política portuguesas: PS, Bloco de Esquerda e PCP estão a tentar chegar a um acordo que vire a “página da austeridade”. No entanto, António Costa reafirma que “não está disponível para um Governo que não seja de legislatura”.

No discurso de abertura da comissão nacional do PS, este sábado, António Costa defendeu que há tanta legitimidade neste acordo pós-eleitoral entre os partidos de esquerda como houve no acordo pós-eleitoral PSD/CDS de há quatro anos. “Alguém pôs em causa a legitimidade desses acordos pós-eleitorais? A não ser que se considere que alguns acordos são legítimos e outros não.”

O líder socialista reforça que “aquilo que dá consistência à acção governativa não são os acordos, é o programa de Governo". Foi necessário assegurar que o que está no programa de Governo PS, com propostas de BE e PCP, "são medidas coerentes entre si, consistentes com o programa do PS, e que o que resulta destas negociações é um programa inteiramente compatível” com as “obrigações internacionais de Portugal".

Costa esclareceu que "o PS não está disponível para um Governo que não seja de legislatura". “O país precisa de estabilidade” e que se encontrem “soluções” e se “assumam responsabilidades” para “responder às necessidades dos portugueses e ao superior interesse nacional”.

Golpe de estado? Costa faz contas

O secretário-geral do PS começou o discurso de cerca de uma hora pela resposta aos ataques de que tem sido alvo nas últimas semanas. "A direita está em minoria não por causa de um golpe de estado, mas porque tem menos deputados que as restantes bancadas", disse Costa. E acrescentou: "Tem menos deputados porque teve menos votos que as restantes bancadas.”

O líder socialista aproveitou para ler o texto da moção com que se candidatou à liderança do PS. Nela dizia estar contra o “arco de governação” e falava na legitimidade de todos os partidos.

Costa reconhece que as negociações com Bloco de Esquerda, PCP e Verdes não foram fáceis e são um “enorme desafio” porque se está a tentar “mudar a correlação do sistema partidário como ele tem existido nos últimos 40 anos”. “Devemos dar esse passo, é tempo de mudar o paradigma do sistema partidário”, reforçou.

Respondendo aos que consideram que estamos num novo PREC (Processo Revolucionário em Curso), afirma ser “hora de pôr termo a esse último resquício do PREC e do muro de Berlim”.

“Condições duradouras”

O líder socialista elencou as “grandes batalhas de hoje: virar a página da austeridade, apostar no conhecimento assente na inovação, contra os baixos salários e em defesa do nosso modelo social”.

Costa diz ter encontrado “nos três partidos espírito construtivo, sério e responsável” e, apesar de haver matérias em que não foi alcançado um acordo, o Bloco de Esquerda, o PCP e Os Verdes decidiram “viabilizar um Governo do PS com condições duradouras ao longo da legislatura”.

“Nós somos sérios e estamos a falar com gente séria. Nós sabemos aquilo que nos separa do BE e do PCP, tem a ver com posicionamentos diferentes de cada um. Aquilo que nos divide não é mercantilizado em lugares de Governo”, atirou, numa crítica a Paulo Portas. “Não é revogável ou irrevogável para os lugares de ministros ou vice-primeiros-ministros.”

Costa aproveitou o discurso para deixar críticas à coligação e em especial a Portas, que, nomeadamente, já foi contra o euro.

Também os críticos internos não foram esquecidos. António Costa rejeitou a via "de se colocar na posição passiva de ser mera oposição a um Governo minoritário, ficando na posição cínica (que muitas vezes têm sido recomendada) de estar à espera que a direita fique mais uns meses [no poder) para se estender ao comprido, altura em que será mais fácil derrubá-la".

"Não podemos estar na política com essa visão cínica, temos de estar na política com a responsabilidade de sermos capazes de assumir as funções governativas nas boas e más horas, independentemente da facilidade ou da dificuldade das condições que se apresentam ao país", declarou,

A terminar o discurso, Costa apelou a que a comissão política do PS aprecie e aprove o documento, baseado no programa socialista, mas já com as alterações pós-negociações à esquerda.

Leia aqui todas as medidas acordadas pelo PS com BE e PCP..

Comentários
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  • david
    10 nov, 2015 costa 07:38
    astà certo os portugueses cortes de todos os lados mas parece que valeu a pena os esforços dos portugueses agora vem costa para um golpe de estado ele perdeu as eleiçoes e quer primeiro ministo à força contra a vontade do povo portugues è verdade sim senhor que è outro jose socrates o presidente da republica so ele poderia meter um ponto final neste escandalo socialo comonista
  • 10 nov, 2015 07:17
    afinal nem o presidente da republica consegue travar um tipo que tem sede de poder ele que os portugueses disseram nao aos socialistas està visto ele vai ser primeiro ministro à força e contra a vontade dos portugueses entre o outro que esteve na prison que nao havia de ter saido da prison mais este golpe de estado na minha minha maneira de ver os socialistas tao cedo nao tomarao conta da gamela vamos esperando que marcelo rebelo de sousa traga eleiçoes antecipadas e vote igualmente o governo socialista abaixo antonio costa è um cobardo nao tem bergonha tudo graças aos comonistas e bloco de esquerda
  • Ó Sofia
    08 nov, 2015 port 15:20
    Está completamente desesperada e a sra é que nem escrever sabe! Acalme-se! O mais que lhe poderia acontecer era ter de sair da sua zona de conforto! Mas olhe que a esquerda não é tão revanchista como a sua direita! Acalme-se e não diga disparates! Aprenda efectivamente o que é a democracia e como a ela se rege. essas coisas, infelizmente, não são ensinadas nas "universidades" de verão, dos PSDs e os jotinhas andam à deriva!
  • Sofia
    08 nov, 2015 Barcelos 12:04
    O costa nao pode representar o país, e golpista, nao sabe falar, o discurso dele nada diz. Ven dizer que ten 3 acordos. Mas que e isso? Entao nao ten acordó nenhum e o PR nao o pode indigitar PM, nao faz sentido nenhum um derrotado andar a fazer negociatas con partidos ser obrigado a ceder as chantagens nao conseguir un único acordó mas sim varios e ainda ser PM. Esta Louco? Espero que o PR nao caía nisto. O Antonio costa esta desesperado esta a ver o fim político dele, e ainda o de comentador porque ninguem o vai querer ouvir. Mas esta atitude ainda o vai prejudicar mais, mas o pior e que vai prejudicar ainda mais o país. O Ps se n fosse un partido de ped@filos e den escrupulos tinha posto esta abobora do costa a pssear logo no día das eleicoes. Vengo ha de políticos.
  • Joana
    08 nov, 2015 Lisboa 09:47
    Tem toda a razão, Paulo, do Porto. Mas quando Costa se tentar virar para a Coligação para o salvar, aí sim, vai esbarrar numa "muralha de aço". Terá Passos Coelho que não é homem para vacilar, pela frente. Não! António Costa vai ter de se articular sempre e só com bloquistas e comunistas. António Costa terá de assumir as consequências do que tem andado a fazer.
  • João Lopes
    08 nov, 2015 Viseu 08:09
    Queremos novamente eleições, onde os objetivos dos partidos da esquerda mais ou menos marxista sejam claros e não enganem os eleitores. O Presidente da República não vai deixar que António Costa seja primeiro-ministro, porque é oportunista, golpista e demasiado ambicioso. Não lhe interessa o bem, a estabilidade e o progresso do País. O importante é que seja primeiro-ministro e para isso, como qualquer marxista parece que não olha a meios para atingir os fins.
  • Ana Paula Cabrita
    07 nov, 2015 Aljezur 23:09
    Remos um Kosta teimoso, obstinado e ambicioso que simplesmente sonha ser o Primeiro. Só espero que o feitiço vire contra o feiticeiro... e que o PR continue atento a estas manobras infames...
  • Manuel D.
    07 nov, 2015 Seixal 22:12
    De uma vez para sempre aprendamos uma coisa: quando votamos nas eleições legislativas é para escolher deputados. É da Assembleia de Republica que saiem os governos. Portanto, se queremos maiorias absolutas temos que apostar mais no voto util. É que se a maioria for relativa, é constitucional acontecer o que, neste momento, poderá acontecer.
  • Manuel D.
    07 nov, 2015 Seixal 21:59
    1º. Afinal votamos em quem e para quê? Então aprendam de uma vez para sempre. Nas legislativas, quando votamos é para escolher deputados, está? É daqui que se formam os governos, mas por indigitação restrita do 1º. ministro pelo Presidente da República. Portanto, não vale mais a pena estar a escrever algo diferente. 2º- Se António Costa for indigitado para formar governo, para o exterior, o que convém mais para Portugal? Isto é, o que "assusta" menos os mercados? Que o BE e o PCP façam parte desse governo ou que apenas apoiem o governo, que, aliás, é apenas em determinadas matérias. De notar também que, sempre que o PS foi governo, o BE e o PCP apoiaram os governos PS inúmeras vezes em muitas matérias. Portanto, o que está a passar, de certo modo, não é virgem.
  • PAULO
    07 nov, 2015 PORTO 20:24
    Na primeira dificuldade vai-se virar para o Psd para o apoiar . Vai-se agarra a todas as bóias para se manter no poder . É mais um igual ao Sócrates e Ca.

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