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Costa. Há acordo na "parte mais difícil", mas falta garantir estabilidade

06 nov, 2015 - 20:32 • Pedro Rios , Carlos Calaveiras

Em entrevista à SIC, o líder do PS disse esperar assinar "três acordos distintos" (Bloco, PCP e Os Verdes).

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O secretário-geral do PS, António Costa, disse esta sexta-feira que o entendimento com Bloco de Esquerda, PCP e Os Verdes "está fechado na parte mais difícil e importante". Falta "garantir que haja estabilidade ao longo desta legislatura".

"É importante que haja uma alternativa, mas é importante que essa alternativa não se frustre na instabilidade ou na incapacidade de governar no horizonte de uma legislatura", disse Costa.

Em entrevista à SIC, o líder socialista diz que este sábado vai ser apresentado nos órgãos próprios do PS um "programa de Governo, com base no programa do PS, mas com alterações que resultaram das negociações com os outros dois partidos”.

Costa considera que há “condições para que o Governo do PS seja viabilizado e possa governar” com "durabilidade".

O secretário-geral socialista afirma que "em matéria programática" há "acordo" à esquerda.

António Costa acredita que "até segunda-feira de manhã o documento deverá estar pronto". "O PS não contribui para fazer maiorias negativas" e não derrubará o Governo sem ter uma proposta de Executivo alternativo, disse.

Três acordos distintos

Questionado sobre quantos entendimentos haverá, o líder socialista confirma que serão três acordos distintos - com PCP, Os Verdes e Bloco de Esquerda. Algo "normal" porque "os partidos têm as suas diferenças programáticas”.

António Costa acredita que vai conseguir um programa que seja “público, para que os portugueses o conheçam", mas deve também ser “compatível” com a estratégia de "política económica e de gestão orçamental do PS".

Apesar deste acordo, o líder socialista esclarece que os três partidos “não estão a negociar” uma “fusão”. “Cada partido tem a sua identidade e linhas programáticas próprias”, vincou. Mas, num “sinal de maturidade da democracia portuguesa”, os partidos foram “capazes” de se entenderem em “medidas prioritárias”.

“Eu não tenho que pedir ao Jerónimo de Sousa que esteja de acordo com o Tratado Orçamental”, disse. O PCP tem “muitas reservas” quanto a este modelo de União Europeia, quanto ao euro e quanto ao Tratado Orçamental, "mas não vai deixar de as ter".

Defendendo as diferenças de opiniões entre PS/PCP e Bloco, António Costa lembra que, numa altura, “Paulo Portas foi o campeão anti-euro e quando entrou para o Governo de Durão Barroso teve que se transformar em 24 horas”. Já “o PS foi sempre o campeão da integração europeia”, acrescentou.

“Perante a necessidade que há de mudança de políticas”, “não obstante essas diferenças", os partidos mais à esquerda "viabilizam o Governo e estão disponíveis para assegurar a estabilidade da acção governativa para os próximos quatro anos”.

Costa afirmou que as medidas que aumentarem a despesa, consequência natural da redução de austeridade, serão "compensadas” através da redução de outra despesa ou da angariação de novas receitas.

Negociação "permanente". PCP e Bloco fora do Governo

Porque "a vida política não é feita de cheques em branco”, um Governo PS viabilizado pelos partidos à sua esquerda exigirá uma negociação “permanente". O PS “não tem maioria absoluta”.

Costa lembrou que, desde que assumiu as funções de secretário-geral do PS, afirmou que não aceitava “o conceito de arco de governação. Não aceito esta ideia de que há partidos de primeira e de segunda”.

“Contribuí e bati-me por derrubar um muro de incomunicabilidade à esquerda, que vinha dos tempos do PREC e que hoje não faz o menor sentido.”

Os partidos de esquerda, “interpretando a vontade de mudança dos portugueses”, “entenderam de uma vez por todas” que não podiam “entregar o Governo à direita”.

O novo Executivo, liderado por António Costa, será um Governo “do PS com militantes do PS e cidadãos independentes”, apesar de ter havido disponibilidade para receber militantes ou personalidades de Bloco e PCP. "Mas não foi essa opção dos dois partidos" e o acordo será apenas de incidência parlamentar.

Desmentindo que o PS queira ir para o Governo a qualquer preço, Costa referiu: "[Se fosse essa a questão] Tínhamos aceitado os lugares oferecidos pelo PSD e CDS".

Já na parte final da entrevista, António Costa disse que “andar na vida política é receber elogios, mas também levar muita pancada”. E disse ter "a consciência totalmente tranquila”.

Questionado se espera que o Presidente da República o indigite para formar Governo, António Costa começou por alegar que não lhe compete substituir-se às competências do chefe do Estado, mas disse não ter dúvidas em relação à actual conjuntura política em matéria de garantias de governabilidade.

Sobre as movimentações no interior do PS contra um acordo à esquerda lideradas por Francisco Assis, o líder socialista disse que “nunca poria em causa um acordo sem o conhecer”.

Comentários
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  • Nervos de aço
    07 nov, 2015 Lisboa 16:36
    Meu Caro que se dignou comentar o meu comentário. Cá aguardaremos a vossa 4ª bancarrota. Já vamos estando habituados. E, nas próximas eleições, teremos uma conversa bem chegada e "calorosa" com quem destruir o resultado de quatro penosos anos de sacrifícios. Mas não precisa de se enervar tanto :-). Vai um chazinho de tília?
  • Mestre Tempo dirá ..
    07 nov, 2015 Lisboa 16:09
    Deixe-mo-los espalhar-se ao comprido! Nem é preciso ajudá-los porque o tempo se encarregará de mostrar as brechas de tal aberração. Só uma coisa poderá alterar tudo isto. Jerónimo de Sousa perceber que o PCP está a ser penalizado com esta palhaçada, e o seu fiel eleitorado a diminuir. Tudo dependendo da leitura que os comunistas fizerem das últimas sondagens, o PCP - que não acredita em acordos escritos, bastando-se com a palavra honrada - pode deixar Costa apenas em solilóquio com Catarina. O PCP ainda não disse a última palavra, e ao PS só serve comprometer o mais possível o PCP na solução de governo, para partilhar a responsabilidade de um eventual fracasso. Mas os comunistas são argutos. Reparem nisso, e não se iludem com este já nauseante anúncio de um acordo que nunca mais se conhece, de princípio a fim. Talvez daí o persistente nervosismo da esquerda, a contrastar com a calma olímpica da Coligação.
  • ao nervos de aço
    07 nov, 2015 pt 14:22
    A esquerda "gasta" dinheiro em favor dos mais desfavorecidos, a quem a direita rouba e confisca, para encher os bolsos dos banqueiros e dos fraudulentos que arrasam bancos partidarios do tipo BPN, (banco dos PSDs, com investigação em banha maria...tem ouvdo da parte da justiça, algumas diligencias sobre isto? Começa-se a chegar à conclusão que o caso Socrates, serve para tapar tudo o resto!...), em milhares de milhões, fogem com eles para paraisos fiscos e a seguir vêm dizer que é preciso capitalizar a banca à custa dos dinheiros dos contribuintes! É a esquerda que está por detrás disto? Tenha juizo, se for serio e não estiver a usufruir deste sistema, só poderá concluir que está mal informado!
  • Xuxa
    07 nov, 2015 Rato 13:32
    O Costa agora só tem de varrer todos os ressabiados do PS (Assis, Beleza, Junqueiro, Eurico, Armado, Vitorino, etc, ena tantos1) para o PPD, onde já deveriam estar à muito tempo (sempre os achei muito próximos do PPD). O Partido Xuxialista é de esquerda, e quem não quiser que se mude para junto dos ladrões, mentirosos, e ultra néo liberais)!
  • Indignados?!
    07 nov, 2015 Lisboa 12:44
    Mas andam indignados porquê?! Estão a escassos dias de concretizar o sonho de ter um Governo de frente de esquerda. Vão, sem qualquer sombra de dúvida, derrubar o Governo da Coligação. E continuam enraivecidos? Não se entende! Descansem, o PS vai governar, com os acordos, chapéu um sem chapéu, com BE, PCP e Verdes. Ainda duvidam? Não duvidem. Vocês vão mesmo governar, meus Caros :-). E vamos ter o funeral da austeridade, e muita muita estabilidade !!! Continuam irritados connosco (PàF) porquê? Nós vamos já já a seguir, muito sossegadinhos, para a oposição ... Oh Almas da esquerda, aquietai os vossos corações. Vêm aí os "amanhãs que cantam" :-). Vai um chazinho de tília?
  • Sofia
    07 nov, 2015 Lisboa 12:14
    A entrevista à SIC A Costa foi uma nulidade, falou de acordo sobre acordos (três!) e nada disse, assim como não referiu nada sobre os números que devem sustentar esses acordos. Desde já em democracia acordos abstrusos e secretos dizem muito sobre o pastelão que aí está para vir. O país espera que os meios de comunicação social e os comentadores que têm sido profetas de autorrealizações ( quando um governo tomava posse já diziam que seria o mais breve, e falavam do próximo governo; quando um governo apresenta o programa nem o explicitam, preferindo falar de um hipotético programa que ainda não passou de eventual acordo ...) que escrutinem de forma rigorosa e, já agora, antecipem consequências.
  • Alentejano
    07 nov, 2015 Évora 11:47
    Só espero que aqueles que tanto defendem esta coligação daqui a 1 ano ou dois continuem a ter razão para a defender. Será sinal de que as coisas estão a correr bem, embora pessoalmente eu não acredite. Espero estar enganado.
  • Nova esperança!!!!!
    07 nov, 2015 Lx 10:26
    Não sendo esta uma união perfeita, é a única capaz de por fim á direita Anti Social Democrata, de Passos Coelho (um partido dos ricos e para ricos). Eu votei (mal) PSD, em 2011. Não acredito em algum bem que esta coligação PAF tenha feito ao povo. Os elogios em nome próprio e os elogios da Alemanha são pura ilusão, um "romantismo" que não existe. A Alemanha ganha milhões, com a crise dos países pequenos. E todos os resultados que a PAF tem apresentado, têm sido deitados abaixo, rotulados de aldrabice ou manipulação. Como por exemplo a suposta baixa na tx de desemprego, quando a verdade é que muitos dos desempregados já esgotaram o tempo do subsidio, e por isso saíram das estatísticas, mas continuam desempregados...já sem falar nos estágios inventados, para encher chouriços, ou nas pessoas que tiveram que abandonar o país, tendo ficado por isso fora das estatísticas também. A realidade é que os automóveis de luxo e os empreendimentos de luxo aumentaram substancialmente as suas vendas, nos últimos anos. Mas do lado do povo a realidade é outra - foram criadas mais cantinas sociais, foram inaugurados novos armazéns de "luta contra a fome"; Centenas de milhares de pessoas viram-se obrigados a emigrar; Nos hospitais públicos o povo arrasta-se interminavelmente nas urgências, sem médicos suficientes; Filhos regressaram a casa dos país e perderam a sua casa para o banco; Escolas abrem portas em horário extraordinário para alimentar crianças com fome...É TEMPO DE DIZER BASTA!
  • Manuel António Silva
    07 nov, 2015 Porto 09:40
    Não posso acreditar, que aqueles que vem para aqui, armados em profetas da desgraça, só porque a esquerda vai governar em Portugal sejam os desempregados! os pobres sem abrigo! os pais das crianças que não tem comida para lhes porem na mesa! porque esta direita ordinária e desumana, dá mais importância em colocar milhares e milhares de euros num Banco Privado porque os administradores que estavam lá, roubaram esse mesmo Banco, do que uma criança não ter comida! não ter um abrigo! não ter os mesmos direitos com dignidade as mesmas oportunidades, que os filhos dos empresários dos ladrões de Bancos... Quem vem para aqui com os filmes de terror para tentar manter um direita que não conhece o verdadeiro Humanismo???!!! São precisamente aqueles que continuam com boas casas de campo e de praia! São aqueles que tem os carros de luxo! São aqueles que querem continuar a explorar os desgraçados dos sem nada para comprarem iates e herdades! São aqueles que estão encostados a um partido para terem as melhores promoções de empregos para os filhos! São aqueles que não querem que lhes fuja o grande tacho, arranjado pelo cartão partidário! São aqueles que não conhecem um pobre! Por fim, vamos acabar com estes ditadores que o grande objectivo deles, é voltarmos ao modelo Salazarista..,
  • Tuga
    07 nov, 2015 LX 09:39
    ACABOU A AUSTERIDADE DOS FASCISTAS PÁF

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