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"Não sou de abandonar o meu país". Passos pede ao Parlamento condições para governar

06 nov, 2015 - 11:31

Primeiro-ministro lembra que desvios ao défice pagam-se com impostos ou com mais dívida pública e mantém porta aberta para negociar com o PS. Passos Coelho não "quer pôr carro à frente dos bois" mas, se cair, garante que vai ficar na oposição.

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O presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, declarou esta sexta-feira estar disponível para assumir responsabilidades tanto no Governo como na oposição, afirmando que estará "aonde for preciso".

"Não sou de abandonar o meu país, não sou de desertar nas minhas funções, não deixo portanto, com humildade e com responsabilidade, de exercer aquilo que é expectativa legítima que os portugueses têm em mim ", declarou .

Passos Coelho assumiu esta posição em resposta aos jornalistas, na Assembleia da República, no final de uma reunião com os deputados das bancadas do PSD e do CDS-PP.

"Estarei aonde for preciso: no Governo, que é o lugar natural que se espera de quem ganha as eleições, mas, se porventura não estiver no Governo e estiver na oposição, não deixarei de assumir as minhas responsabilidades", declarou Passos Coelho, tendo ao seu lado o presidente do CDS-PP e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.

Sem querer antecipar cenários para a votação do programa de Governo no Parlamento, Passos Coelho lembrou que é o "primeiro-ministro legítimo" e que venceu as eleições, apelando ao Parlamento para que lhe "dê as condições que qualquer primeiro-ministro precisa para conseguir governar".

Nestas declarações aos jornalistas, Passos Coelho voltou a insisitir na necessidade de cumprir as regras orçamentais, lembrando que "desvios ao défice pagam-se ou com impostos ou com dívida pública".

Passos recusa fazer leilões

Pedro Passos Coelho afirmou ainda que o programa de Governo que será entregue hoje ao parlamento não inclui medidas do PS, manifestando, contudo, "espírito de abertura" e "negociação".

"Não incorporamos medidas no nosso programa que são do PS porque só o PS - como já tenho dito - é que sabe qual é a hierarquia, a importância, o valor que atribui a cada uma das suas medidas ou propostas", afirmou.

De acordo com Passos Coelho, o programa de Governo "baseia o essencial do conteúdo no programa eleitoral com que a coligação foi sufragado pelos portugueses", mas reiterou que há disponibilidade para "exercitar esse espírito de abertura à negociação e ao diálogo com o PS para dar estabilidade ao país" mas o executivo não faz "leilões" de medidas.

"As medidas aprovadas ontem [quinta-feira] são projectos de diploma, remetidos para o Parlamento para que o Parlamento possa discutir e votar, e é aqui no Parlamento que se faz essa negociação. A única coisa que julgamos que devemos ser totalmente verdadeiros e transparentes é: nós não fazemos leilões", declarou.

O Governo aprovou na quinta-feira em Conselho de Ministros um pacote de medidas para entrar em vigor a 1 de Janeiro, incluindo os cortes salariais da função pública revertidos em mais 20% e a manutenção da sobretaxa de solidariedade, mas reduzida a 2,625%.


Comentários
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  • O país também é noss
    07 nov, 2015 Lx 12:46
    ...O país também é nosso, e dos milhares de pessoas que foram obrigadas a abandoná-lo por causa da política de V. exa., senhor Passos Coelho - política sua essa, a meu ver, totalmente inadequada a proporcionar uma vida estável para o povo...mas já para os ricos, foi sempre a somar...-. Entre o senhor sair, e os milhares que a convite do senhor foram obrigados a sair (com o recado de não serem piegas), eu prefiro, um sem numero de vezes, que seja o senhor a abandonar o país. Aliás, até lhe peço encarecidamente para o senhor não ser "piegas", e por favor fazer as suas malas. É só dizer-me o dia e as horas, que eu irei leva-lo ao Aeroporto, carregar-lhe-ei as malas, e desejar-lhe-ei, com toda a sinceridade e de todo o coração, uma boa viagem!
  • Prepotentes!
    07 nov, 2015 Lisboa 12:33
    ...Quando toca á possibilidade de perderem o tacho, baixam logo as orelhas e mostram-se muito humildes....Que hipocrisia! O "quero , posso mando" acabou! ...e já muito tarde. Venham outros, bons ou nem tanto..., mas não serão, com toda a certeza, tão maus quanto esta direita de Passos Coelho, que fez dos ricos mais ricos e dos pobres mais pobres. Uma vergonha! tapada por muita "alegada" aldrabice e muito ilusionismo, na minha opinião de observadora atenta. Não têm qualquer crédito para mim. FORA!
  • Marco Almeida
    07 nov, 2015 Bruxelas 12:08
    Não sou de abandonar o meu país, pois não é não senhor, é mais na base do vender tudo ao desbarato para depois ganhar um enorme tacho bem dourado, e o burro sou eu
  • Que giro que é ver..
    07 nov, 2015 Lx 01:19
    ...como a arrogância e a prepotência viram humildade quando lhes foge o tacho!
  • Carlos.
    06 nov, 2015 Porto 20:58
    Que pena. Por minha parte pode ir e depressa.
  • Paulo
    06 nov, 2015 vfxira 19:41
    Depois de cair o governo a que preside,porque não sair de cabeça erguida de deputado e até da vida politica?Não tinha dito "que se lixem as eleições"? ou agora quer continuar a aguentar o tacho a todo o custo? A maioria dos votos do povo não o querem ver,siga o seu conselho e emigre,é uma oportunidade na sua vida.
  • pois é!
    06 nov, 2015 lx 18:43
    Esse teu pedido, com tanta "humildade", não passa de pura hipocrisia! Agora já não tens um Parlamento domesticado à tua medida, do "quero, posso e mando"! Devemos ser humildes, mas é quando estamos com força!... Agora, essa humildade, cheira a falsa!
  • Ó Passos
    06 nov, 2015 lis 18:37
    Muda lá país, por quinta! O que não queres é abandonar a tua quinta!...mas, rapazola, vai ter de ser!
  • Miguel
    06 nov, 2015 Lisboa 18:26
    Bom...tá de saída...
  • Sugere-se
    06 nov, 2015 lis 18:12
    a utilização de lenços brancos, para a despedida deste sujeito!...Até nunca mais!

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