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Costa: "Acabou um tabu, derrubou-se um muro, venceu-se mais um preconceito"

10 nov, 2015 - 15:55

Líder do PS diz que Governo não respeitou "vontade de mudança" expressada nas urnas.

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Costa: "Acabou um tabu, derrubou-se um muro, venceu-se mais um preconceito"
Costa: "Acabou um tabu, derrubou-se um muro, venceu-se mais um preconceito"

O secretário-geral do PS afirmou esta terça-feira que os socialistas avisaram desde o início que recusariam apoiar a continuação das políticas de "austeridade" do Governo PSD/CDS, que perdeu a maioria, e "palavra dada tem de ser palavra honrada".

Costa defendeu a importância histórica dos acordos à esquerda que viabilizam um governo PS: "Acabou um tabu, derrubou-se um muro, venceu-se mais um preconceito. Aqui, nesta Assembleia, somos todos diferentes nas nossas ideias, mas todos iguais na nossa legitimidade.”

António Costa falava na sessão de encerramento do debate do programa do XX Governo Constitucional, num discurso em que justificou as razões que levaram o PS a formalizar a entrega de uma moção de rejeição ao executivo PSD/CDS.

"Dissemos e repetimos que ninguém contasse com o PS para apoiar a continuação das políticas da coligação PSD/CDS. Palavra dada tem de ser palavra honrada e esta é a primeira razão para apresentarmos e votarmos uma moção de rejeição deste programa de Governo", sustentou o líder socialista.

No seu discurso, o líder socialista começou por sustentar a tese de que, na sequência das eleições legislativas, a coligação PSD/CDS "perdeu a maioria e está agora em minoria nesta Assembleia da República".

"Esta é a expressão aritmética e política da vontade de mudança que os cidadãos manifestaram nas urnas e que nos compete respeitar e fazer cumprir. O programa de Governo que nos foi apresentado não traduz esta vontade de mudança. Pelo contrário, é um programa de continuidade sem evolução", advogou.

A expressão "palavra dada tem de ser palavra honrada", repetida por António Costa, gerou imediatamente violentos protestos das bancadas do PSD/CDS, obrigando o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, a pedir silêncio no hemiciclo.

"Há uma alternativa à precariedade de um Governo sem capacidade para executar o seu programa", uma "alternativa que serve Portugal", disse.

“Os portugueses interpelam o conjunto das bancadas que se opõem à coligação PSD/CDS: estão em condições de viabilizar a formação de outro governo no actual quadro parlamentar? Pode esse governo ter a consistência que só um programa de governo coerente assegura? Pode esse governo beneficiar de condições de governabilidade contra moções de rejeição ou censura? Pode esse governo ter perspectivas de estabilidade para a legislatura, porque a maioria que o viabiliza também se dispõe a apreciar conjuntamente os instrumentos fundamentais da acção governativa, como os Orçamentos de Estado de cada ano?”

“Já conhecemos as respostas a estas perguntas. As bancadas parlamentares do PS, do BE, do PCP e do PEV garantem o suporte parlamentar maioritário que permite a formação de um governo do PS, na coerência do seu programa de governo, com condições de governação estável no horizonte da legislatura.”

Ir além da troika

De acordo com António Costa, o programa da coligação PSD/CDS "prossegue a austeridade para além da troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia), defende um modelo de desenvolvimento assente no empobrecimento e na destruição de direitos, aposta no enfraquecimento do Estado social e na privatização dos serviços públicos, que se conforma com uma postura submissa na União Europeia, sem se bater, na defesa dos interesses nacionais, por um reforço da coesão e um novo impulso à convergência".

"Em suma, este é um programa de governo que não responde à vontade de mudança dos portugueses", defendeu o secretário-geral do PS.

“O radicalismo ideológico e a arrogância que animaram a governação da coligação PSD/CDS rasgaram compromissos fundadores do nosso regime democrático e abriram uma profunda fractura social, afrontaram a Constituição. É preciso romper com esta governação para reconstruirmos estes compromissos, sararmos esta fractura e restabelecemos a paz constitucional. Há momentos em que é necessário romper para clarificar e depois poder unir.”

Comentários
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  • PORTUGUÊS
    10 nov, 2015 BELEM PARÁ BRASIL 19:42
    O PRESIDENTE DA RÉPUBLICA DEVE FAZER VALER O RESULTADO DAS URNAS, COMO EM QUALQUER PAÍS CIVILIZADO. O GOVERNO ELEITO DEMOCRÁTICAMENTE DEVE GOVERNAR MESMO EM DUODECIMOS, E O PRÓXIMO PRESIDENTE ENTÃO ANUNCIAR NOVAS ELEIÇÕES. SERÁ MENOS PREJUÍZO A PORTUGAL, CORRE MENOS RISCO DE SANGRIAS DESENFREADAS, E O POVO ENTÃO, DAQUI A SEIS OU SETE MESES DIRÁ REALMENTE QUEM PREFERE QUE GOVERNE O PAÍS. E NÃO, COMO NUMA DITADURA EMPURRAR GOELA ABAIXO A VONTADE DE MINORIAS QUE SE JUNTAM EM ACORDOS NEBULOSOS ALINHABADOS À CALADA DA NOITE, PARA FAZER VALER SEUS INTERESSES. PORTUGAL ENCARECIDAMENTE AGRADECE.
  • PORTUGUÊS
    10 nov, 2015 BELÉM PARÁ BRASIL 19:17
    ACHO SER ESTA A PRIMEIRA VÊZ EM UM PAÍS DEMOCRÁTICO QUE AS URNAS NÃO SÃO RESPEITADAS (COLIGAÇÃO 38%/ PS 32%). ESSE sr. QUER E VAI CONSEGUIR TOMAR DE ASSALTO O GOVERNO, TAL COMO FEZ COM O SR. SEGURO NAS ELEIÇÕES NO PS. ESSE ELEMENTO É UM CANCRO PARA PORTUGAL. ATÉ O LADO SAUDAVEL DO PARTIDO ESTÁ CONTRA ESSA ATITUDE. PODRE HOMEM ESSE QUE FAZ QUALQUER ACORDO PELO PODER, ATÉ ENTREGAR A ALMA AO DIABO OU VENDER A PRÓPRIA MÃE. MAS OS PORTUGUESES ESTÃO VENDO O CARACTER DESSAS PESSOAS E IRÃO DAR O TROCO NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE, JÁ QUE ESTA VEZ FORAM TRAÍDOS PELA GANÂNCIA E NÃO HÁ MAIS O QUE FAZER. ESSE COSTA É PERIGOSO E TRIÇOEIRO,É UMA VELHA RAPOSA, MAS ELE MESMO ARMOU O LAÇO PRA ELE. QUEM VIVER VERÁ!
  • Americo
    10 nov, 2015 Ansiao 18:51
    Costa pode dizer o que lhe vier à cabeça.Problema dele. Pode alterar toda a prática democrática dos últimos 40 anos. Não pode é alterar os resultados eleitorais. Para todos os efeitos ele foi o derrotado nas eleições. O Povo disse não OBRIGADO à sua candidatura a primeiro-ministro. Contra a vontade do Povo irá ser investido nessa qualidade, mas coisa é certa: Será sempre um PERDEDOR. Esta nódoa o acompanhará para toda a vida. Fica na história, um "homem" ao arrepio da ética levou uma tremenda derrota e fez-se primeiro-ministro na secretaria quando a democracia estava suspende. Grande homem este.
  • RAMALHO
    10 nov, 2015 minde 18:33
    TRAIDOR e o que este senhor é
  • Joana de Lemos
    10 nov, 2015 Lisboa 17:29
    Dr. Costa. O palco e o poder serão todos seus. Nós iremos observar o seu desempenho e, a final, julgá-lo. Tenha isso como uma garantia absoluta. Mas não conte com a nossa piedade. Não a terá. Será usada a exacta medida que o Sr.usou, primeiro com António José Seguro, e agora com o Governo da Coligação que ganhou as legislativas. Receberá na exacta medida do que semeou.
  • Abilio Melo
    10 nov, 2015 lourode@gmail.com 16:41
    Mas este senhor nao tem mesmo vegonha! continua a pensar que os portugueses sao estúpidos e sem memoria?Nao foi este sr, que abandonou o desgoverno de sócates para liderar a camara de Lisboa dizendo que iria cumprir os mandatos até final? (palvra dada palavra honrada,nao há pachorra para tanta desfaçatez.

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