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​Morais Sarmento. “Costa vai conseguir que acabemos num segundo resgate”

10 nov, 2015 - 02:31

O social-democrata dramatiza os cenários e o socialista responde pela solidez do mesmo acordo de Governo. Morais Sarmento coloca de novo a questão da legitimidade politica para o PS governar. Vera Jardim assegura que as contas das previsões do PS “batem certo”.

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​Morais Sarmento. “Costa vai conseguir que acabemos num segundo resgate”
​Morais Sarmento. “Costa vai conseguir que acabemos num segundo resgate”

Nuno Morais Sarmento diz que o governador do Banco de Portugal vai durar pouco no cargo com um governo liderado por António Costa. No programa “Falar Claro” da Renascença, o antigo ministro social-democrata avisa para um cenário de “segundo resgate” no fim de uma estratégia que vai já começar em 2016.

“António Costa vai usar a aventura do Novo Banco para esta questão do Orçamento e a situação das contas públicas em 2016. Escreva o que lhe digo: O governador do Banco de Portugal, que me ouviu aqui criticar muitas vezes, não dura três meses. Ele tem que ser a vítima útil deste exercício. António Costa, ao tocar no Novo Banco, conseguiu que esta segunda-feira o país perdesse dois mil milhões. Mas vai conseguir que nós acabemos num segundo resgate”, profetiza o social-democrata na Renascença.

Dois mil milhões de euros. É este o custo avançado por Morais Sarmento associado à possibilidade de um Governo de esquerda. “Ainda esta aventura não começou e os juros com que estamos na dívida pública já subiram para o máximo de há mais de seis meses. Não temos nenhum investimento significativo que não tenha sido posto “on hold”. Nenhum desistiu, foi tudo “parado até”. Não é verdade que isto aconteça sempre que há uma mudança de Governo”, argumenta.

Vera Jardim falou com Centeno

Depois de ter apelado na semana passada a um “acordo com contas certas”, o antigo ministro da Justiça reconhece ter recebido explicações de Mário Centeno sobre o programa económico socialista. “Mário Centeno que explicou- me as contas. Penso que elas estão efectivamente certas, dentro daquilo que são estes cenários macroeconómicos onde há sempre algumas dúvidas”, ressalva Vera Jardim que no “Falar Claro” fala num acordo possível”.

Cáustico, Morais Sarmento contra-ataca. “Se a única coisa em que PS, PCP e BE coincidem é naquela lista de medidas de Natal que tomámos conhecimento, se este é o património positivo do acordo e se no resto não estão em acordo, não construímos país. Percebo que seja fácil encontrar um acordo quando é para dizer que se dá mais 3%, 4,5%. Difícil é ter uma leitura integrada que faça sentido para o país”, critica Sarmento.

Governo “sem legitimidade política”

Sarmento sublinha a falta de legitimidade política do Governo de António Costa, caso seja indigitado pelo Presidente da República.

“Se é legal, se estão a violar a Constituição ao avançar por um caminho destes? Não. Cumprem os requisitos legais mínimos, mas têm este problema de legitimidade política. É como dizia o Dr. Vera Jardim: ‘Quando votámos nenhum de nós imaginava’, mas tem um segundo problema, é que o PS pode trocar os adversários de 40 anos pelos parceiros de hoje, é uma opção sua, pode até trocar a prática política de 40 anos, agora, não pode é negar que o está a fazer”, responde Morais Sarmento.

O militante social-democrata assinala que este Governo entra em funções sem ir a votos, “contra aquela que era a expectativa dos portugueses”.

Sarmento insiste que António Costa tem a legitimidade formal. “Ele não viola a Constituição. Com as regras da Constituição, chega a este resultado. O que digo é que politicamente ele tem que ter um momento de sufrágio desta solução de Governo”.

Questionado sobre paralelismos entre a nomeação do Governo Santana Lopes e de António Costa, Morais Sarmento lembra que o antigo chefe de Governo, desde o primeiro momento, disse que entendia que a solução que agora se iniciava, nesse momento, teria de ser sufragada pela vontade popular. “Não devia era ser naquele momento”.

Comentários
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  • Serrano
    10 nov, 2015 Guarda 16:31
    Que esperar de um governo entregue a quem arruinou o país durante seis anos deixando-o sem dinheiro para salários, pensões e outras despesas básicas? Geriram mal o dinheiro dos contribuintes e ainda foram pedir crédito para satisfazer vaidades. Não foram julgados nem penalizados e com um golpe pretendem voltar ao poder. Sem dúvida que o crime compensa.!!!!!!
  • E.M.
    10 nov, 2015 Pombal 16:27
    Acho injusto ter ido votar e afinal para que? Se o Costa quer tacho devia haver novas eleições então. ...
  • B.V.
    10 nov, 2015 Lisboa 15:15
    Morais Sarmento tem razao. Ainda nem sequer existe acordo para um governo que dure 4 anos. Que solucao estavel e' esta apresentada por PS, PC e Bloco?
  • joão
    10 nov, 2015 aveiro 14:18
    e a viagem a são tomé da família á custa do estado?! não ajudou á festa?
  • Zita
    10 nov, 2015 lisboa 14:17
    O Costa não! Os que não tiveram para se deslocar às urnas no dia das eleições fazendo com que os resultados fossem estes. Acredito que se o Partido socialista tivesse ganho as eleições não estivesse a dar ou melhor a prometer dar como está neste momento, mas para chegar ao poder vale tudo até prometer aquilo que se sabe que não se vai poder dar, é o que temos. Uma coisa é certa serão o 1.º governo depois do 25 de Abril que não foi eleito democraticamente, por isso ilegítimo se é que isso importa. Só seria não se fosse ao contrário! já agora a democracia só funciona porque é governo quem é democrata. O que eu gostava de ver isto, mas ao contrário.
  • zita
    10 nov, 2015 lisboa 14:15
    O Costa não! Os que não tiveram para se deslocar às urnas no dia das eleições fazendo com que os resultados fossem estes. Acredito que se o Partido socialista tivesse ganho as eleições não estivesse a dar ou melhor a prometer dar como está neste momento, mas para chegar ao poder vale tudo até prometer aquilo que se sabe que não se vai poder dar, é o que temos. Uma coisa é certa serão o 1.º governo depois do 25 de Abril que não foi eleito democraticamente, por isso ilegítimo se é que isso importa. Só seria não se fosse ao contrário!
  • maria
    10 nov, 2015 porto 14:09
    Já se previa novo resgate mesmo com a coligação.....onde está a novidade? falharam sempre
  • Ao joao lopes, viseu
    10 nov, 2015 Lis 09:35
    Aí pelo cavaquistão actal pafistão estão bem informados...ou são só desejos? Por muito que vos custe a democracia no país funciona diferente dos desejos do cavaquistão! E estou convencido que por aí também mudará quando deixarem de ser clubistas! A politica não tem nada a ver com clubes, mas com regras democraticas!
  • O Papão
    10 nov, 2015 Lis 09:27
    E o arauto da desgraça!
  • João Lopes
    10 nov, 2015 Viseu 08:51
    O Presidente da República vai rasgar a ambição de Costa querer ser Primeiro-Ministro do Governo PS-PCP-BE. Vai ser uma grande desilusão para todos os marxistas de Portugal!

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