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Passos não acredita no Governo de esquerda. E não lhe vai dar a mão

10 nov, 2015 - 16:33

"Quem hoje votar pelo derrube do Governo legítimo não tem legitimidade para mais tarde vir reclamar sentido de responsabilidade, patriotismo ou europeísmo", diz Passos.

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Passos não acredita no Governo de esquerda. Falta-lhe "cimento"
Passos não acredita no Governo de esquerda. Falta-lhe "cimento"

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu esta terça-feira que os acordos celebrados pelo PS com BE, PCP e PEV para a formação de um executivo não constituem a prometida alternativa "estável, duradoura e consistente". Falta "cimento" ao Governo de esquerda, atirou.

No encerramento do debate do Programa do XX Governo Constitucional, na Assembleia da República, Passos Coelho recordou que o secretário-geral do PS, António Costa, prometeu que só inviabilizaria um executivo PSD/CDS-PP se conseguisse formar uma "maioria alternativa" que fosse "estável, duradoura e consistente".

"Ainda não apresentou, até este momento, essa maioria. E foi penoso ouvir o secretário-geral do PS explicar ao país, ao fim de tantas semanas depois das eleições, que a plataforma de que dispõe para derrubar este Governo nem sequer salva ou garante o Governo que aí vem de uma maioria que o derrote neste parlamento, porque nem sequer um acordo tem garantido que inviabilize a rejeição do seu Governo no futuro", acrescentou.

PSD não dá a mão a Governo

Passos avisou que a "maioria negativa" de esquerda terá "de ser suficiente" para viabilizar toda a acção de um eventual Governo do PS, incluindo programas de estabilidade e tratados internacionais.

Passos Coelho deu assim a entender ao PS que não viabilizará quaisquer instrumentos de um eventual executivo minoritário socialista, incluindo aqueles que têm de ser apresentados na União Europeia.

"Esta maioria que derruba hoje o Governo está, de facto, obrigada à suficiência parlamentar, seja para a acção e actividade corrente do Governo, seja para as questões maiores de governação, e que são indispensáveis a qualquer Governo: Orçamentos do Estado, apresentação de programas de estabilidade, execução de reformas estruturais, cumprimento de regras europeias e de tratados internacionais", afirmou.

"Há realmente um imperativo de clarificação que devemos respeitar. Quem hoje votar pelo derrube do Governo legítimo não tem legitimidade para mais tarde vir reclamar sentido de responsabilidade, patriotismo ou europeísmo a quem hoje se negou todos estes atributos", acrescentou.

"Não é todos os dias que se sai do Governo com o voto do eleitorado"

Passos declarou que não há "nenhum revanchismo" na sua posição, "o que há é uma questão de ética republicana".

No final do seu discurso, Passos Coelho reiterou que está disposto a assumir responsabilidades na oposição: "Sempre disse que não abandonava o meu país, e não o abandono. Se não me deixam lutar por ele à frente do Governo, como quiseram os eleitores, lutarei no parlamento, por que me orgulho de ter muito respeito".

O primeiro-ministro rejeitou que PSD e CDS-PP estejam "agarrados ao poder", contrapondo que têm "uma noção de serviço público" e que não lhes "custará muito sair do Governo", até porque consideram que saem "com o voto do eleitorado".

"Não é todos os dias que se sai do Governo com o voto do eleitorado, poucos políticos se poderão orgulhar dessa circunstância. Nós cá estaremos a lutar por Portugal, como, de resto, estamos habituados a fazer", afirmou.

Comentários
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  • Ao Alvaro Mota da Co
    11 nov, 2015 Lis 22:08
    Mas é por isso que Portugal maioritariamente demonstrou ter saudades da esquerda...é que quem veio a seguir não prestou...
  • António
    11 nov, 2015 Ansião 08:41
    É muito triste as pessoas não verem quem pôs este pais como ele está ´,mas agora que o PSD já o conseguido recuperar alguma coisa o governo PS e seus aliados depois das eleições se coligaram, muitos dos Portugueses agora dizem que não sabem em quem votaram se foi no PS ou PCP e estão indignados que votaram para afundar o nosso Pais novamente.
  • Ramalho
    11 nov, 2015 Minde 07:51
    Bom está na altura de algumas pessoas começarem a levantar a voz contra um possivel governo de segundos, ladrões e vitoriosos encapotados, pois assim pode ser que neste País consiga o senhor António Costa acabar com as greves da CGTP, da TAP, dos professores, dos médicos, etc da corja do Partido Comunista
  • R C
    11 nov, 2015 Portugal 02:01
    Pois... há gente aí a comentar que em 2011 o PSD e o CDS também não anunciaram, antes das eleições, que se iam coligar. Esquecem-se que, nessa altura, Portugal estava à beira da banca rota e que, após os resultados das eleições, o Presidente da República apelou a que se formasse um governo maioritário que garantisse a governabilidade de Portugal. Mas, desta vez, o PSD e o CDS formaram uma coligação. Ok. Agora pergunto: se era intenção de António Costa governar coligado com o Bloco de Esquerda e com o PCP, porque é que estes três partidos não se apresentaram a estas eleições também coligados?
  • Dias
    11 nov, 2015 Lx 00:46
    Quem pode acreditar em políticos quando na discussão do programa de governo e chumbo desse governo, nem uma palavra sobre o pior "cancro" do País JUSTIÇA
  • Carlos Lobo
    11 nov, 2015 Castelo Branco 00:26
    Acabou o tempo do "TRIUNFO DOS PORCOS " de George Orwell. Agora podemos respirar na quinta e para azia tomem ENO
  • Jorge
    11 nov, 2015 Lisboa 00:23
    Passos teve agora a oportunidade de cumprir - finalmente - uma promessa solene que fez ao Pais no Pontal na celebração do 41º Aniversário do PSD: "Vou deixar um País melhor" E, na verdade, um Pais sem Passos nem Portas é um Pais muito melhor
  • Mas quem é que...
    11 nov, 2015 Lx 00:02
    Mas quem é que queria uma mão como a sua? A mão que nos veio ao bolso? A mesma mão que nos fez ver os ricos ficarem mais ricos, durante os últimos 4 anos - aumento de 30% em novos ricos em Portugal. E os pobres a ficarem 26% mais pobres. Você foi um Robin dos bosques ao contrário! Estou muito feliz por finalmente o povo ir ter voz, e o partido dos ricos estar fora do poleiro. Como hoje alguém dizia, a austeridade sobre o povo não foi fruto só da necessidade, foi sim fruto da ideologia de direita. E eu não podia concordar mais. Se os cofres estão cheios não serão os meus com certeza, devem ser os cofres de todos aqueles que durante os últimos 2 anos fizeram as marcas de carros de luxo dispararem as vendas em Portugal. Hasta la vista baby!
  • Fernando Silva
    10 nov, 2015 Rio Tinto 23:47
    Hoje dia 10 de Novembro, vai ficar na História como o segundo 25 de Abril! Passos Coelho e Paulo Portas, nestes 4 anos a vossa função foi torturar o pobre e humilde povo português, para entregareis o dinheiro dos pobres contribuintes aos Bancos da ladroagem... Em tudo na vida tem um fim!!! Os portugueses disseram basta! basta! basta! Chega de fazerem pouco de nós!!! Portugueses nunca esqueçam que a direita sempre mas sempre faz os ricos cada vez mais ricos e coloca os pobres a passar fome!!!
  • PALAVRA DEMOCRATA
    10 nov, 2015 LISBOA 23:27
    A LIRICA DE PASSOS! Claro que Passos & Portas não vão dar a mão nem os pés a um governo liderado por Ant. Costa. Mas se essa alternativa de governo não tem estabilidade, consistência e durabilidade política, então era o governo da coligação que tinha essas condições? Será que há uma terceira alternativa??

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