12 nov, 2015 - 11:31 • André Rodrigues
Se o PS formar governo, em 2016 o Natal poderá vir ainda em duodécimos. Trata-se de mais uma das medidas resultantes dos acordos firmados pelo PS com Bloco de Esquerda, PCP e PEV e contraria uma promessa de próprio António Costa.
A 1 de Setembro, numa sessão de perguntas e respostas em tempo real, no Facebook, o líder socialista afirmava que os funcionários públicos deveriam voltar a receber o subsídio de Natal por inteiro, juntamente com o salário de Novembro. Contudo, de acordo com o que é revelado esta quinta-feira pelo "Jornal de Notícias", se Costa vier a ser primeiro-Ministro, o subsídio de Natal deverá continuar diluído pelos 12 meses, tal como aconteceu nos últimos anos.
Em nenhum momento os acordos assinados com Bloco de Esquerda e PCP antecipam esse cenário à letra. O que consta do acordo com os bloquistas é a reposição trimestral dos ordenados. O JN faz a ponte com esse dado e adianta que os duodécimos serão ajustados a cada três meses, de acordo com o corte salarial em vigor. Significa isto que, nos três últimos meses do ano, as tranches serão pagas sem qualquer redução.
Em declarações à Renascença, o economista João Duque reconhece que "isto bate certo com a ideia transmitida por Mário Centeno, de que os impactos vão ser graduais durante o ano". E exemplifica: "Imaginemos que uma pessoa recebe uma parcela de 100 euros num mês e que lhe retêm 100 euros. No primeiro trimestre, tem uma devolução de 25. No segundo trimestre, é de 50. No terceiro, pagam-lhe 100 e só lhe retêm um quarto disto. No último recebe tudo por inteiro".
Duque admite ainda que, nas contas avançadas na entrevista de Mário Centeno à RTP3, "o valor do impacto no primeiro ano para a reposição dos salários na função pública seria inferior àquilo que era a estimativa que eu tinha. Penso que é por este efeito, porque não é tudo libertado de uma vez só no final do ano"..