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Banqueiros confiantes sublinham necessidade de manter compromissos internacionais

18 nov, 2015 - 12:54

Os presidentes de quatro grandes bancos portugueses foram ouvidos esta quarta-feira pelo Presidente da República, no âmbito do conjunto de reuniões que está a promover sobre a actual situação política.

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O presidente executivo do Millennium BCP, Nuno Amado, diz estar “bem confiante” de que “um futuro novo Governo” irá dar atenção à necessidade de estabilidade para manter a confiança e o investimento.

“O essencial é cumprir os compromissos mais importante que o país tem ao nível europeu e, para isso, obviamente que o papel do Orçamento é charneira e, na medida do possível, manter uma certa estabilidade de enquadramento e regimes fiscais em Portugal para que a confiança e o investimento possam continuar”, afirmou à saída da audiência de 40 minutos com o Presidente da República, esta quarta-feira de manhã.

“Foram esses os aspectos mais relevantes e estou bem confiante de que vão ser objecto de atenção por parte de um futuro novo Governo português”, acrescentou aos jornalistas no Palácio de Belém.

O chefe de Estado retomou esta quarta-feira as audiências sobre a situação política em Portugal, no sentido de tomar uma decisão sobre se dá posse a um governo de gestão ou a um novo executivo do PS sustentado pela esquerda parlamentar.

O dia foi dedicado à banca.

A 11 de Novembro, o Programa do XX Governo Constitucional foi rejeitado com 123 votos favoráveis de PS, BE, PCP, PEV e PAN, o que, de acordo com a Constituição, implica a demissão do Governo suportado por PSD e CDS-PP e liderado por Pedro Passos Coelho.

Passos “fez um excelente trabalho”, mas “confio pessoalmente” em Costa

O presidente da comissão executiva do BPI também foi ouvido. Fernando Ulrich disse confiar que, se for indigitado como primeiro-ministro, o secretário-geral do PS, António Costa, terá o sentido de responsabilidade para manter o rigor das finanças públicas.

“Eu, pessoalmente, confio no Dr. António Costa e no Partido Socialista de que terão o sentido de responsabilidade necessário para manter o país num caminho de rigor e de garantia de estabilidade no sistema financeiro”, declarou no final da audiência.

“Só com rigor nas finanças públicas e estabilidade no sistema financeiro será possível continuar a melhorar de forma gradual e sustentável as condições de vida dos portugueses”, afirmou ainda.

Numa declaração sem direito a perguntas por parte dos jornalistas, Fernando Ulrich elogiou o primeiro-ministro demissionário, Pedro Passos Coelho, considerando que “fez um excelente trabalho” e que, se hoje o país está melhor, isso se deve “ao esforço enorme” que os portugueses fizeram nos últimos quatro anos.

“A minha primeira palavra era para lhe agradecer e felicitar pelo trabalho realizado”, afirmou, considerando que “o país está numa situação que é exigente mas que é muito melhor do que aquela que existia”.

“Portugal tem de garantir que é uma pessoa de bem”

Também ouvido pelo Presidente da República foi o presidente do conselho de administração do Novo Banco. Stock da Cunha defendeu que Portugal deve manter a trajectória de “consolidação das finanças públicas” e de “melhoria da posição externa”.

“Portugal vai ter que continuar a garantir junto dos mercados internacionais que honra os seus compromissos, que é uma pessoa de bem e que a trajectória que temos vindo a ter de consolidação de finanças públicas e de melhoria da nossa posição externa se mantém e não é interrompida”, afirmou.

Questionado pelos jornalistas sobre os efeitos de uma eventual demora na resolução da actual situação política na venda do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha respondeu: “O Presidente da República sabe bem os prazos que tem. Compete-nos aceitar e respeitar as opções que tem relativamente a essa matéria e assumir isso com a maior das tranquilidades”.

Na terça-feira, na Madeira, Cavaco Silva desdramatizou o impasse e a actual crise política e disse que agora os cofres estão cheios e não há motivo de preocupação.

"Justiça social fundamental para o desenvolvimento do país”

O presidente da comissão executiva do Santander Totta, Vieira Monteiro, considera que Portugal necessita de um governo “forte e estável”, que cumpra as suas “obrigações internacionais”.

“Com isto, poderá continuar toda a política de reformas e vir a ter cada vez mais investimento estrangeiro que tão necessário é ao país”, afirmou no final da audiência em Belém.

Numa curta declaração, Vieira Monteiro disse ainda ter ainda transmitido a Cavaco Silva que considera fundamental “a justiça social para o desenvolvimento do país”, tal como a diminuição do desemprego.

A ronda de audiências com presidentes de instituições bancárias prossegue esta quarta-feira à tarde com o presidente da comissão executiva da Caixa Geral de Depósitos, José de Matos, o presidente do conselho de administração executivo da Caixa Económica Montepio Geral, José Félix Morgado, e o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Faria de Oliveira.

Na quinta-feira, o Presidente recebe um conjunto de economistas e, na sexta, ouve os representantes dos partidos com assento parlamentar.

[Notícia corrigida às 16h36]

Comentários
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  • Paulo Silva
    19 nov, 2015 Famalicão 21:37
    Este Ulríche que o dicionário dá erro porque é um nome estranho e não Português é daqueles que tem a alma dividida e o que quer é o dele todos os meses aos milhares.Lembram-se da frase : AGUENTAM,AGUENTAM!.Foi isto que disse quando este governo impôs impostos brutais. Sabem bem que o PS sempre foi o Pai dos ricos e os ajuda a ter sempre mais.Foi o PS pela mão de Soares que trouxe a familia espirito santo de volta.Há dezenas de empresários ligados ao PS que enriqueceram em pouco tempo.Por isso os banqueiros sabem onde está gente que lhes pode dar o maior apoio.Ulriche deve estar feliz por ver o PS e Costa no governo , sinal que vai enriquecer mais,mais,nesse tempo.Os outros: AGUENTEM.AGUENTEM.
  • burbidge
    18 nov, 2015 lisboa 17:57
    O Presidente da República sabe bem os prazos que tem. Compete-nos aceitar e respeitar as opções que tem relativamente a essa matéria e assumir isso com a maior das tranquilidades”. Ponto final. Quando os portugueses perceberem a palavra respeito e ver que PR so esta a cumprir com o que lhe devido, deixa entao de haver tanta ignorancia
  • passado adiado
    18 nov, 2015 lisboa 17:38
    Portugal tem de garantir que é uma pessoa de bem? ainda continuo sem perceber as "nossas" estórias dos bancos. essas entidades são privadas, certo? então porque é que, quando se avizinha a falência, somos nós todos os cidadãos a pagar a sua "recuperação"? e quando estão na maré dos lucros não vemos nem um tusto? nem um prémio, nem uma reforma dourada? então, nós é que pagamos a gula dos banqueiros ? nós é que pagamos a fatura para sermos pessoas de bem, e quem "goza" o estatuto são os gestores? adoro ser pessoa de bem . . .
  • OLP
    18 nov, 2015 Lisboa 16:58
    O Sr. Silva parece um funcionário público. Abre e fecha o guichet das "audiências quando quer e lhe apetece, não dando qualquer importância aos utentes que aguardam na fila.
  • Sande Brito Jr
    18 nov, 2015 Almada 16:24
    "O chefe de Estado retomou esta quarta-feira as audiências sobre a situação política em Portugal, no sentido de tomar uma decisão sobre se convoca eleições antecipadas ou dá posse a um novo Governo de esquerda." Assim renasce a irresponsabilidade do jornalismo praticado pela RENASCENÇA, quando pretendem fazer crer aos leitores que podem ser convocadas eleições antecipadas.
  • Alberto
    18 nov, 2015 Funchal 16:23
    Não fiquem nervosos que ainda há 1/10 de portugueses que pagam IRS e o Centelho sabe que os Bancos têm de ficar bem recheados. A Catarina também sabe...desde que subsidiem Teatros na Rua da Bial...
  • GR
    18 nov, 2015 Loulé 15:32
    A solução é simples: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT78996
  • Carlos Reis
    18 nov, 2015 Coimbra 15:26
    Esta dos QUATRO GRANDES BANCOS NACIONAIS, é que é para rir, onde é que eles estão ?., três banquetas de 3 pernas e um banco de 4 pernas, isso sim.
  • G. Ferreira
    18 nov, 2015 Vale de Cambra 15:26
    Quem deve confiar em quem?!... Uma coisa é Fernando Ulrich confiar pessoalmente em António Costa, mas outra coisa é saber se o país e os portugueses, duma forma geral, e os acionistas do BPI, em particular, podem confiar nele! Tenho dúvidas quanto à razoabilidade sentimental do CEO do banco que este senhor lidera.
  • Luís Lopes
    18 nov, 2015 Lisboa 14:56
    Que chatice os bancos na o gritam fora o Costa, os mercados compram dívida pública a juros negativos. Só o Cavaco continua o mesmo. Será só dá doença?

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