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Cavaco dixit. O que pensa o Presidente da República sobre formação de governos?

20 nov, 2015 - 08:24

A palavra na ordem do dia é "cenários" - Cavaco Silva garantiu que os tinha "estudado todos". E avisou, há um ano, que o país deveria estar preparado para ter "negociações longas entre as forças políticas, quando for necessário fazer uma coligação de Governo", algo que "é positivo e não negativo".

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O Presidente da República, que recordou que esteve cinco meses em gestão enquanto primeiro-ministro, já se manifestou contra governos de iniciativa presidencial e, aquando da marcação das eleições, desejou que o próximo executivo tivesse apoio parlamentar "maioritário e consistente".

Cavaco Silva recebe esta sexta-feira os sete partidos com assento parlamentar sobre a situação política criada na sequência da demissão do XX Governo Constitucional, depois de nos últimos dias ter recebido 24 entidades e personalidades. Ainda ninguém conhece a decisão do Presidente perante um acordo anunciado e assinado à esquerda para um Governo do PS apoiado por BE, PCP e PEV.

Quando a 22 de Outubro indigitou Passos Coelho como primeiro-ministro, Cavaco Silva admitiu que apesar do Governo PSD/CDS-PP poder não assegurar inteiramente a estabilidade política necessária, "a alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas" teria consequências financeiras, económicas e sociais "muito mais graves", num discurso muito crítico em relação às "forças políticas anti-europeístas", que são contra a NATO e o Tratado Orçamental.

Esta semana, durante a visita à Madeira, o chefe de Estado recordou que enquanto primeiro-ministro esteve cinco meses em gestão e aconselhou a que se verifique o que aconteceu nos dois casos de crises políticas anteriores, em 1987 e 2011.

A 22 de Julho, quando anunciou a data das eleições legislativas (realizadas a 4 de Outubro), o Presidente da República considerou "desejável" que o próximo Governo dispusesse de apoio "maioritário e consistente" na Assembleia da República e fosse "sólido, estável e duradouro", sendo importante que Portugal tivesse "condições de estabilidade política e de governabilidade na próxima legislatura".

Nesse mesmo discurso, o chefe de Estado evidenciou que essa é uma realidade "comum e natural" na Europa - onde existem 26 governos com apoio parlamentar maioritário, 23 dos quais de coligação de dois ou mais partidos -, mas deixou um aviso: "Os acordos inter-partidários, como é evidente, só têm consistência e solidez se contarem com a adesão voluntária e genuína das forças políticas envolvidas".

A palavra na ordem do dia político tem sido "cenários" - que após as eleições Cavaco Silva garantiu que tinha "estudado todos" - e um dos que tem surgido é um governo de iniciativa presidencial, mas esta é uma das hipóteses contra a qual Cavaco Silva se manifestou durante a crise política do "Verão quente" de 2013.

"É um plano que está totalmente excluído porque, desde 1982, com a revisão constitucional, os governos deixaram de responder politicamente perante o Presidente da República. Ora se um Governo que passa na Assembleia não responde perante o Presidente mas perante a Assembleia da República, então não faz qualquer sentido governos de iniciativa presidencial", afirmou então o chefe de Estado.

Numa entrevista ao "Expresso" em Novembro do ano passado, Cavaco Silva defendeu pela primeira vez que o próximo Governo - "seja ele qual for", disse então o chefe de Estado - teria de ter um apoio maioritário no parlamento, para além de "assegurar uma solução governativa coerente e consistente".

E, nessa altura, o Presidente da República foi avisando que o país deveria estar preparado para, no futuro, ter "negociações longas entre as forças políticas, quando for necessário fazer uma coligação de Governo", algo que "é positivo e não negativo, contrariamente ao que se diz".

Comentários
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  • rosinda
    22 nov, 2015 palmela 00:20
    em nome de todos dos velhos que foram carregadaos por tranportes das cameras sem nunca ninguem os ensinar que mesmo ganhando podiam perder!Espero que o senhor presidente da republica seja coerente na sua decisao!
  • Ao Manuel das coves
    20 nov, 2015 Lisboa 19:41
    Dou-lhe razão! Perguntas pertinentes que esta direita finge que não sabe, e assobia para o lado, para não ter que responder. Todos diferentes, todos iguais, mas uns mais iguaizinhos que outros...
  • Zé Ninguem
    20 nov, 2015 Alverca 11:00
    Portugal esta acima do governo e do Presidente da Republica !!!
  • Manel
    20 nov, 2015 Alverca 10:53
    Coitado do Sr Presidente esqueceram-se de lhe dar as ceroilas de flanela, esta todo encolhido do frio.
  • Manel das Coves
    20 nov, 2015 Alverca 10:49
    Como é possível se falar em democracia quando se exclui partidos ou pessoas que não gostamos ? como é possível no seculo 21 as pessoas ainda se julgarem mais importantes do que as outras, ? e proprietárias do país que é de todos, ? Analisando bem foi a esquerda que menos mal fez ao País, mas a esq. é acusada de ter nacionalizado e ocupado empresas e propriedades no pós 25 Abril. no entanto quem vendeu essas empresas ? onde esta o dinheiro ? como se justifica a divida feita pelos governos de direita e centro direita ?
  • Fernando
    20 nov, 2015 Aveiro 10:40
    O Presidente esqueceu-se de ouvir a associação dos reformados e pensionistas (mais do que os banqueiros e à qual ele pertence), a liga dos jardineiros, a associação dos...e a dos ...
  • Carlos Costa
    20 nov, 2015 Santarem 10:36
    A solução passa por manter o VENCEDOR DAS ELEIÇÕES,em funções de gestão até que,o próximo Presidente da República,possa convocar novas eleições legislativas!!!! Digo mais: creio que o Presidente da República não admite sequer outro cenário o que,representaria um GOLPE DE ESTADO,UM NOVO PREC!!!!
  • barbosa
    20 nov, 2015 seixal 10:02
    O que vale é que o reinado do frankenstein do poço de boliqueime está a acabar. A este pior presidente deste país(inho) não lhe auguro grande fim de vida.
  • gr
    20 nov, 2015 Loulé 10:00
    A solução não é um governo minoritário do PS com menos deputados do que o PSD e ainda menos do que a coligação PSD/CDS, perante o argumento de um acordo à esquerda que todos já percebemos que não existe: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT78996
  • gr
    20 nov, 2015 Loulé 09:58
    Lúcida e acutilante análise da situação, partilho-a aqui com todos para contribuir para uma reflexão profícua: http://observador.pt/opiniao/porque-esta-costa-tao-nervoso-e-ha-tanto-odio-no-ps/ E recordo as alternativas: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT78996

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