24 nov, 2015 - 13:01
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O Partido Comunista mostra-se preparado para começar a governar de acordo com os compromissos assumidos com o PS, agora que o líder socialista foi indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República.
“Depois de ter criado uma crise política com a nomeação de um Governo do PSD e do CDS que não tinha sequer condições para entrar em funções, o Presidente da República acaba por confirmar que ponderou mesmo desrespeitar a vontade do povo português expressa nas últimas eleições, procurando convocar novas eleições até que elas dessem o resultado pretendido”, afirmou João Oliveira.
O líder parlamentar do PCP considerou também que a nota da Presidência da República que anuncia a indicação – e vez de indigitação – de António Costa como primeiro-ministro demonstra que Cavaco Silva “tentou até ao último momento manter o PSD e o CDS-PP no poder”.
Mas agora “fica consumada a derrota do PSD e do CDS”, adiantou.
O PCP não espera, contudo, que Cavaco Silva crie constrangimentos nos próximos meses (mais concretamente até Março, altura em que deverá tomar posse um novo chefe de Estado).
“Não esperamos dificuldades, esperamos que faça cumprir a Constituição e que, do ponto de vista institucional, esta lógica de confronto e conflito seja abandonada”, de modo a que “a Assembleia da República possa exercer as suas competências”, afirmou ainda João Oliveira.
Quanto aos acordos estabelecidos com o PS com vista ao Governo de esquerda, o comunista considera que “está relativamente claro no que toca ao que é preciso fazer nos próximos tempos”, nomeadamente para que seja aprovado o Orçamento do Estado para 2016.
“É tudo claro, é uma questão de ver em concreto como se dá expressão aos compromissos assumidos”, garantiu por fim.
António Costa foi esta terça-feira indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República. Cavaco Silva optou por dar posse a um Governo à esquerda em vez de ter um governo de gestão.
O próximo Governo resulta de acordos entre o PS, o PCP e o Bloco de Esquerda, que optou por não ter participação no executivo ministerial por discordar do PS na questão da reestruturação da dívida.