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40 anos

Onde é que estava no 25 de Novembro?

25 nov, 2015 - 08:25 • José Carlos Silva

Respondem Baptista Bastos, Martins Barrento, Valença Pinto, Jaime Gama e Adriano Moreira. Há 40 anos, acabava o PREC - Processo Revolucionário Em Curso.

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Foi o fim do Processo Revolucionário Em Curso (PREC) e o desfecho de um ano em que aconteceu praticamente tudo o que podia acontecer – de ataques bombistas a uma greve no próprio governo.

A Renascença fez a pergunta “Onde é que estava no 25 de Novembro de 1975?” ao jornalista e escritor Baptista Bastos, ao ex-chefe de Estado Maior do Exército Martins Barrento, ao antigo chefe do Estado-maior general das Forças Armadas Valença Pinto, ao então deputado Jaime Gama e ao ex-ministro do Estado Novo Adriano Moreira.

Baptista Bastos

“Estava a dormir. Mas pressentia que a sociedade portuguesa não podia aguentar tanta tensão. A gente vivia numa tensão terrível, sobretudo as pessoas que pensam à esquerda. Era uma situação muito tensa.

Tenho uma história. Vivíamos [Baptista Bastos e a mulher] em Alfama [Lisboa], nessa altura e, no dia 26, tínhamos decidido ir almoçar fora. E uma vizinha que nós tínhamos sempre tratado muito bem, disse ‘lá vão eles, lá vão eles, estão cheios de medo!’. Coitada... A sociedade era muito esquisita.”

Martins Barrento

“Fui o primeiro oficial a sair para a rua. Estava no CIAC (Centro de Instrução de Artilharia Antiaérea de Cascais) e saí com uma bateria antiaérea para o Regimento de Comandos. Para mim, era uma situação perfeitamente clara. E, por isso, a minha atitude era absolutamente consciente.

Sabíamos que havia situações que tinham de ser evitadas e, quando se colocou a questão de repor a legalidade democrática e a estabilidade democrática, e, quando as ordens vieram do sítio de onde vinham e eram perfeitamente legítimas, o que havia a fazer era obedecer e arrancar e sair para o local determinado.”

Valença Pinto

“Eu era capitão, estava ao serviço do meu país no exército português. Nessa tarde do 25 de Novembro, estava no Palácio de Belém, junto do núcleo que tratou da dimensão político-militar, e tinha, com um outro camarada, a responsabilidade pelas informações.

Eu era muito jovem, recém-casado, com filhos muito pequenos, e senti que eu também lhes devia, aos meus filhos, fazer aquilo que estava a ser feito.

Tinha a consciência plena de que, de um ponto de vista pessoal, as coisas podiam correr de forma desagradável. Se corressem de forma desagradável para o país, também iam correr de forma desagradável para mim.

Posso dizer-lhe - já passaram tantos anos - que eu e a minha mulher tínhamos no bolso, cada um, cartas de chamada para o Canadá, onde tínhamos familiares e sabíamos que podíamos ter um porto de abrigo se fosse necessário”.

Jaime Gama

“Saí do serviço militar em Março de 1975 para ser candidato a deputado e era deputado à Assembleia Constituinte. E acompanhei no meu campo político o 25 de Novembro de 75 - o antes, o durante e o depois do 25 de Novembro de 75.

Foi um ano importante em que ficaram claros os projectos que existiam para a sociedade portuguesa, em que ficou bastante claro qual era a opção do povo português em eleições livres. E, depois, ficou também bastante claro que as Forças Armadas se recentravam e viabilizavam que a democracia fosse o futuro de Portugal.”

Adriano Moreira

“Estava em casa a tratar do meu filho mais velho, que era uma criança de berço e estava com uma febre altíssima. Quem me deu mais informações foi a minha irmã, que me telefonou.

A minha leitura é que quem transformou um movimento militar em construtor da democracia foram as Forças Armadas.”

Comentários
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  • Manuel
    26 nov, 2015 Moura 11:56
    Eu era militar da Força Aérea e estava na BA2 Ota onde fazia parte do efectivo como especialista ( entrei em Setembro/73 e saí em Dezembro/78 ) e nessa altura do 25 de Novembro tivemos 30 dias sem sair da Base pois a mesma também foi ocupada pelos pára quedistas.
  • joao mnartins
    25 nov, 2015 queluz 18:17
    EANES manda reflecd EANES pensa haver reflexão e não comemoração. DIREITA sem coerência porque só este ano se lembra .....? ? o comemoraçã tir e não comemj oorar
  • João Simões
    25 nov, 2015 Rio de mouro 18:10
    Andava a lutar pela liberdade e nessa altura se não fosse o PS e Mário Siares ou Manuel Alegre onde havia organização e valores mais altos e que nos levaram a sair vitoriosos contra muitos que queriam seguir a via russa, nessa altura perdi muitas horas de sono e descanso por muitas aéreas do país que estavam ameaçadas por muitos que se diziam democratas mas que só queriam o poder e faziam buscas as pessoas, paravam carros para revistas sumárias com o apoio de militares da treta de cabelo comprido que nem sabiam o que estavam a fazer, e nessa altura nunca vi Portas ou alguém desse partido na rua e nem do PSD mas infelizmente as pessoas esquecem o que muitos lutaram para que hoje houvesse liberdade. Só tenho pena e espero não me enganar mas o Cidra vai cometer o maior erro sacudia vida política pois não acredito nos comunistas e nos seus sindicatos que só fazem greves e protestos e que sempre lutaram contra o PS e não acredito nesta mudança súbita e nestes acordos da treta. Infelizmente tudo vai acabar mal e quem perde sempre somos todos nós que dê-se o 25 de Abril lutam por uma vida melhor, e que infelizmente vamos vendo mais corrupção e vigaristas na política e grandes negociatas e cada vez mais ricos a nossa custa. Viva Portugal e todos aqueles que lutaram antes e depois pela liberdade e deram a vida a lutar pelo país.
  • jose lourenco
    25 nov, 2015 rio de mouro 17:58
    Eu estava na Amadora com Manuel Alegre
  • fefa
    25 nov, 2015 porto 17:51
    Estava a trabalhar na baixa em Lisboa! Lembro-me perfeitamente e só lamento que alguns "papagaios" como este João e outro que apenas sabem criticar e não tem nada de construtivo, falam como se o que se passou há 40 anos fosse hoje...São cretinos, ignorantes para não falar em tronchos e venenosos ao falar de pessoas a quem este país deve muito. Os verdadeiros heróis foi o grupo dos nove composto por vários Capitães do 25 de Abril do qual Ramalho Eanes também fazia parte obviamente.
  • Maria Mercês
    25 nov, 2015 Santarém 16:44
    Ó tempo volta para trás...... 25 Novembro grande dia. Em que foram postos na ordem os oportunistas da esquerda. Quererem ficar e mandar no que não lhes pertencia já estava a ser demais ... e para quê ? para não saberem aproveitar o que de bom estava feito... mas esperem que agora vai ser igual!!!!!
  • Antonio Gomes
    25 nov, 2015 Lisboa 14:40
    Eu estava no meu lugar,na rua, a defender a minha Pátria do ataque suez e traiçoeiro do PCP,UDP,MES, e outros partidos de mal feitores,Já aqui uma vez escrevi o que se passou no quartel de cavalaria na Ajuda onde um dirigente do actual BLOCO e ex.UDP obrigou soldados que não alinhavam na ofensiva em curso a comer excrementos dos cavalos e foi responsável por duas mortes,quando do ataque dos Comandos a esse quartel.Quanto ao PCP que foi o autor, foi buscar os trabalhadores revolucionários de uma empresa de construção com todo o equipamento pesado,máquinas de grande porte,camiões,etc.,para barrar a passagem das tropas Patrióticas que queriam um Portugal DEMOCRATICO e não um País subjugado ao Comunismo de Moscovo.Por isso estive como civil armado em vários sitios a defender a minha Pátria que essa escória de pessoas do PCP e hoje BLOCO queriam levar PORTUGAL para ditadura pior da que tinhamos tido.Mas vencemos! Mau grado hoje este PS de Costa esteja novamente a querer limpar essa gente de ter criado um clima de guerra civil onde morreram alguns Portugueses.
  • antonio
    25 nov, 2015 lisboa 14:17
    Esta esquerda portuguesa ( comunas e bloquistas) balofos, se pudessem INSTALAVAM a ditadura do proletariado. Não sou de direita. mas sou cidadão que não se revê em políticos como os comunistas ( DE 1975 OU DE AGORA) que estavam "metidos" nessa força capaz de criar uma guerra civil norte-sul. Esta esquerda atual devia assumir-se e não esconder-se por detrás de palavras ao gosto de quem as ouve! Uns verdadeiros amigos da subvenção do voto, contra a Europa, contra a NATO, enfim...e vejam o que representam na sociedade a nivel de %.....mas como a comunicação social lhes dá tempo de antena...aí vão cantando e rindo dos tugas, burros estúpidos e marrecos! Já agora convinha saber nesses idos anos 1975 quem derrubou a antena da RR.....ai o PCP o camarada Vasco e toda....( não sou de direito, muito menos fascista como reconheço serem os comunas---vejam o que são nos países que governam--mais fascistas que Salazar)
  • Miguel João Sequeira
    25 nov, 2015 Santarém 13:35
    Era adjunto do Esquadrão de Carros de Combate (ECC) da Escola Prática de Cavalaria e Comandante de um Pelotão M47. Fui para Lisboa a comandar o Pelotão testa do ECC comandado pelo saudoso Fernando Salgueiro Maia, o meu comandante de Esquadrão à época.
  • OLP
    25 nov, 2015 Lisboa 10:56
    Ao fim de 40 anos, ainda há muitos que acreditam nas palavras do Senhor Prior durante a missa de Domingo daqueles tempos. Os comunistas comiam criancinhas ao pequeno almoço e davam injecções atrás das orelhas dos idosos. Hoje já todos sabemos que as criancinhas foram "comidas" pelos "priores" e os idosos morrem às centenas durante o Inverno, à espera de assistência nas urgências dos hospitais!

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