01 dez, 2015 - 01:19
O PSD “não deseja a desgraça do país”, mas não estará disponível para ajudar o PS quando a aliança de António Costa com Bloco e PCP enfrentar situações de ruptura, garante o vice-presidente social-democrata, José Matos Correia.
Em declarações ao programa “Falar Claro” da Renascença, o dirigente do PSD afirma que o novo Governo vai ter de viver com as opções que tomou.
“Não vamos ficar à espera de nada nem desejamos a desgraça do país. O PS fez uma opção, que eu acho errada, que foi dizer: ‘Não quero participar na governação com os partidos que comigo partilham os principais fundamentos seja na integração europeia seja no plano internacional’. Quis fazer um Governo à esquerda, viva com essa opção. Depois não pense que vai bater à porta dos outros para resolver os problemas que ele próprio causou”, adverte.
José Martos Correia acusa o PS de “renegar” aquilo que aprovo no passado e considera que as dificuldades de entendimento com PCP e Bloco sobre a redução da sobretaxa de IRS é um exemplo da falta de solidez dos acordos de esquerda.
“Quando chega ao poder, o PS não tem pejo nenhum em renegar tudo aquilo que ele próprio aprovou, em nome de não se sabe bem o quê. Quando as coisas chegam ao plano dos princípios ou das soluções indispensáveis para o país, como é a questão da sobretaxa, torna-se absolutamente patente que a solidez destes entendimentos é absolutamente nula”, argumenta.
No programa “Falar Claro” desta segunda-feira à noite, o antigo ministro socialista José Vera Jardim desafiou o PSD a apresentar uma moção de rejeição ao programa de Governo.
Vera Jardim rejeita que tenha de ser o Governo de António Costa a procurar aprovar no Parlamento um voto de confiança.
“Não penso que tenha de apresentar uma moção de confiança. Cabe ao PSD e ao CDS saberem se querem ou não apresentar uma moção de rejeição”, sublinha o comentador socialista.