Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

"Ilusionista ou fazedor de milagres"? Não, o ministro das Finanças vai fazer "poupanças, não cortes"

02 dez, 2015 - 20:55

Na recta final do primeiro dia de debate do programa do Governo, Mário Centeno comprometeu-se a apresentar o Orçamento do Estado para 2016 rapidamente, reiterando o desígnio de aumentar as pensões e o salário mínimo.

A+ / A-
"Ilusionista ou fazedor de milagres?" Centeno diz que o segredo está na poupança
"Ilusionista ou fazedor de milagres?" Centeno diz que o segredo está na poupança

O ministro das Finanças disse não conseguir competir com PSD e CDS-PP em matéria de cortes. Na réplica, os sociais-democratas apelidaram Mário Centeno de "fazedor de milagres ou ilusionista".

"Há uma diferença muito grande entre despesa agregada e cortes. Mas eu sobre cortes não vou conseguir competir convosco. E portanto não vou falar de cortes", vincou Mário Centeno no parlamento, dirigindo-se em concreto a um deputado do CDS-PP, Filipe Lobo d`Ávila.

O governante falava na recta final do primeiro dia de debate do programa do XXI Governo constitucional, e respondia a questões das várias bancadas parlamentares.

"Com números certinhos não pode haver uma resposta redonda", sustentou o centrista Filipe Lobo d`Ávila, ao mesmo tempo que interrogou o ministro das Finanças sobre que tipo de cortes orçamentais pretende fazer. Na resposta, Centeno declarou que irá efectuar um "conjunto de poupanças, não cortes", e reiterou o desígnio de aumentar as pensões e o salário mínimo, por exemplo.

E acrescentou: "Estas são as componentes do rendimento dos portugueses com níveis de rendimento mais baixos que vão ser aumentadas, não cortadas".

Já Duarte Pacheco, deputado do PSD, apontou baterias ao ministro das Finanças acusando Centeno de ser um "ilusionista, torturador de números ou fazedor de milagres".

Um OE sem quimeras

Durante a sua intervenção na Assembleia da República o ministro comprometeu-se a apresentar o Orçamento do Estado para 2016 rapidamente, assegurando que "o Governo encurtará o período de que legalmente dispõe" que, segundo a Lei de Enquadramento Orçamental, é de 90 dias, quando o termo da legislatura ocorra entre 1 de Outubro e 31 de Dezembro.

"Não é desejável que o país esteja um tão longo período sem esse instrumento essencial para a governação." Pois isso será o primeiro passo para cumprir os objectivos deste executivo: "O aumento do rendimento disponível das famílias; o alívio da carga fiscal sobre trabalhadores e empresas; a melhoria das condições de investimento; o combate à pobreza; a garantia de serviços e bens públicos essenciais".

O governante avisou que estudou a realidade económica do país e que “a expressão ‘saída limpa’ foi um resultado pequeno para uma propaganda enorme” do anterior executivo.

"Não vendemos ilusões, nem apresentamos quimeras, porque medimos económica e financeiramente todas as propostas que fazemos", disse.

Novo Banco: Protecção sem limites aos contribuintes

O ministro das Finanças garantiu que a posição do Governo perante o Novo Banco é de "protecção sem limites do interesse dos contribuintes e do Estado" e criticou o coordenador da venda do antigo BES, Sérgio Monteiro.

"A posição do Governo em relação a estes assuntos é de protecção sem limites do que é o interesse dos contribuintes e do Estado", afirmou Mário Centeno, durante a discussão do Programa do XXI Governo Constitucional esta tarde no parlamento.

O ministro das Finanças respondia à deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, que questionou o Governo sobre qual será a posição do Governo perante as "bombas relógio" do Novo Banco e do Banif deixadas pelo anterior executivo PSD/CDS-PP".

O governante criticou ainda as "estranhas palavras" do actual coordenador global de venda do Novo Banco, Sérgio Monteiro, considerando que foram "despropositadas" e que "não são do agrado do Governo".

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • graciano dias esteve
    05 dez, 2015 alemanha 02:18
    ai que saudades de um portugal em que era governado por um sr chamado marcelo caetano ele deu ao povo o 13 mes ele deu ao povo o subsidio de ferias ele decretou um aumento de salario um aumento de 20 escudos para todos e nao de x por cento porque um aumento de x por cento so cria mais desigualdades as caixas de previdencia eram privadas e o povo ao fim de 30 anos de descontos era reformado indepentemente da idade eu conheci pessoas com 44 anos que foram reformadas com a reforma completa e ainda dizem esses ignorantes mal do tempo do marcelo caetano ouco dizer que derrubaram a ditadura ditadura e o povo passar fome ditadura e o povo dormir na rua tenho 67 anos com 10 fui para lisboa ate aos 20 nunca vi ninguem na rua a pedir esmola se o pais esta na miseria deve se aos ladroes que teem estado no governo fiscalizem os produtos que veem da china que entram no nosso pais sem pagarem impostos e sao comercializados nos armazens de vila do conde sem iva sem factura mas isso ninguem ve obrigado
  • Jorge
    03 dez, 2015 Lisboa 09:58
    Aqui vai um exemplo este governo quer utilizar fundos da segurança social para reabilitar "ruinas" que são património da SS e não tem qualquer rentabilidade, esta reabilitação vai permitir um investimento com retorno por via do arrendamento sustentavel para as familias. Quanto vai a SS encaixar com esta operação se funcionar em pleno ninguém sabe mas pode desgastar o aumento da despesa nesta area. Não se pode dizer que vai ser dinheiro para todos a borla porque o programa deste governo ao contrario do anterior tem um pressuposto que é trabalhar muito para fazer coisas que dão muito trabalho e não investir fundos lá longe e ir para a AR mandar uns bitaiques a dizer que está tudo bem.
  • Vinho Tinto
    03 dez, 2015 Lisboa 00:16
    Portanto aumentando a despesa do Estado, a nível de salários dos funcionários públicos, criação de mais postos de trabalho de funcionários do Estado, mantendo estruturas estatais que causam grande prejuízo, estamos a poupar e reduzir o défice. OK, são novas regras, sempre se aprende. Ou será como o outro que fez obras publicas a torto e direito para criar ocupação no Pais que conduziu o mesmo á bancarrota. Para já o agora que aconteceu é que em função de tais lunáticos o Pais está economicamente parado , essa é um realidade que sabem aqueles que trabalham na Industria, sendo esta que gera as receitas fiscais. Neste momento esta não investe em face da insegurança, incerteza e fragilidade deste aglomerado de malabaristas.
  • Sim, pois
    02 dez, 2015 Lisboa 22:21
    Veremos a qualidade e consistência das medições do Dr. Centeno. É apenas uma questão de tempo, até tirarmos as conclusões. Até lá, passem bem.
  • Luís B.
    02 dez, 2015 Mirandela 21:18
    A malta do centro-direita tem de aprender com este Centeno. A partir de agora nunca mais se vai falar de "cortes", mas sim de "poupanças". Poupanças no bolso dos contribuintes está bom de ver. Dito assim, o zé povinho é capaz de ficar mais contente e só quando for à conta bancária é que percebe que o Ministro das Finanças é um ilusionista... É inacreditável como se vende, aldrabices com tanta facilidade, que até os comunistas e bloquistas acreditam.... OMG...
  • Domingos
    02 dez, 2015 Ancora 21:07
    Este governo Costista é uma farsa. Não passa de um jogo de palavras! Assim se ilude o povo.

Destaques V+