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Chumbo do Orçamento Rectificativo implica liquidação do Banif, avisa Centeno

22 dez, 2015 - 22:34

Ministro das Finanças revela que o banco perdeu mil milhões de euros em depósitos e garante que a administração foi ouvida.

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Chumbo do Orçamento Rectificativo implica liquidação do Banif, avisa Centeno

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Se o Orçamento Rectificativo para 2015 for chumbado esta quarta-feira, no Parlamento, a resolução do Banif é revertida e o banco é liquidado, avisa o ministro das Finanças, Mário Centeno.

"Se o Orçamento Rectificativo não passar, isso implica a reversão do negócio", afirmou o governante, durante uma audição na comissão parlamentar do Orçamento.

Isto significa "a reposição do banco na situação em que se encontrava", vincou, acrescentando que, "se já na segunda-feira o banco não tinha uma viabilidade, muito menos teria num cenário de reversão do negócio".

Assim, caso tal venha a acontecer, o destino do Banif passa inevitavelmente pela liquidação, que foi evitada devido aos elevados custos que comporta, muito superiores aos custos da medida de resolução, segundo o executivo.

Mário Centeno falava durante a sua audição na Comissão de Orçamento, devido ao Orçamento Rectificativo apresentado pelo Governo para acomodar os custos relacionados com a medida de resolução aplicada ao Banif no último fim de semana.

O Banif foi dividido em “banco bom” e “banco mau”. O “bom” foi vendido por 150 milhões de euros ao Santander, o “mau” terá um apoio público estimado de 2.255 milhões que visam cobrir contingências futuras, dos quais 489 milhões euros são da responsabilidade do Fundo de Resolução e 1.766 milhões de euros chegam directamente do Estado. A este valor que os contribuintes vão injectar no banco somam-se 825 milhões que entraram no banco de um total de 1.100 milhões que o Estado tinha injectado no Banif. No total, a Comissão Europeia diz que a ajuda do Estado pode ir até aos três mil milhões.

Banif perdeu mil milhões em depósitos

O Banif tinha mais de 350 mil depositantes à data da resolução, dos quais 7.411 clientes com depósitos superiores a 100 mil euros, o valor máximo abrangido pela garantia de depósitos, revelou o ministro das Finanças.

"O Banif tinha 356.457 depositantes. Desses, 7.411 tinham depósitos acima dos 100 mil euros e, destes, 6.374 eram particulares", afirmou Mário Centeno no parlamento.

O montante médio dos depósitos acima dos 100 mil euros era de 283 mil euros, avançou o governante.

Mário Centeno revelou também que "os depósitos no banco à data da resolução são de aproximadamente cinco mil milhões de euros".

"O banco perdeu mil milhões de euros em depósitos e não estou a dizer que essa perda ocorreu na semana anterior à resolução", realçou o governante.

O ministro vincou que, em caso de liquidação, "todos os postos de trabalho eram perdidos" e "todos os depositantes acima de 100 mil euros perderiam os seus depósitos".

Centeno desmente administração do Banif

Os elementos do Conselho de Administração do Banif foram ouvidos sobre a solução adoptada para o banco, garante o ministro das Finanças.

"A administração do Banif conduziu o processo de venda, que começou no final do Verão, e foi naturalmente ouvida, porque foi a administração do Banif que informou as autoridades sobre as ofertas que existiam para o Banif", afirmou Mário Centeno, no Parlamento, reforçando que "todos os intervenientes do processo estavam informados sobre as condições de sucesso do processo sem intervenção do Fundo de Resolução".

Paralelamente, o ministro das Finanças destacou que "a administração de Jorge Tomé foi reconduzida ainda este ano" pelo executivo de Passos Coelho. Isto, numa altura em que era confrontado por alguns deputados sobre o fracasso dos sucessivos planos de reestruturação do Banif que eram enviados para Bruxelas.

A agência Lusa noticiou esta terça-feira que o Conselho de Administração do Banif demarcou-se, numa carta enviada aos colaboradores, da solução encontrada de venda do banco ao Santander, alegando que "não foi ouvido nem incluído nas negociações" desenvolvidas pelas autoridades.

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  • Paulo
    23 dez, 2015 Lisboa 10:45
    Crise politica porquê nacionalizassem o banco pagar milhares de milhões para ficar com a parte má leia-se falida não faz muito sentido seja como for a partir de janeiro os depositantes vão começar a pagar estas brincadeiras quanto mais a crise bancaria já está instalada e enraizada.
  • Zita
    23 dez, 2015 Lisboa 09:34
    E agora, se os vencedores das eleições fossem intransigentes, vingativos e com falta de sentido de responsabilidade, o que é que acontecia agora? Onde está o suporte da esquerda? Onde fica o interesse nacional? Vale que os vencedores das eleições são pessoas responsáveis, se não estava instalada uma crise um mês depois da tomada de posse.
  • Joao
    23 dez, 2015 leiria 02:36
    Não sei se percebi? Outro banco mau para o governo tipo BPN? E os accionistas?
  • António
    22 dez, 2015 Coruche 23:57
    O acordo PS, PC, BE é um desastre que a esquerda não quer assumir e deturpa. Assim que se soube do acordo houve portugueses que tiraram dinheiro dos bancos. Houve emigrantes que o passaram logo para os países onde trabalham. O acordo trouxe também a queda da bolsa e a subida dos juros. A situação do Banif piorou ainda mais a partir daí, a partir da sua quinzena de outubro.

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