09 jan, 2016 - 00:31
Os vice-presidentes do CDS-PP Nuno Melo e Assunção Cristas afirmaram que este é o tempo de agradecer ao líder, Paulo Portas, a sua dedicação ao partido, remetendo para mais tarde o esclarecimento sobre eventuais candidaturas à sucessão.
"Aquilo que se justifica depois de 16 anos de uma liderança extraordinária, que deu ao CDS muitas vitórias, é uma homenagem justa", afirmou esta sexta-feira Nuno Melo aos jornalistas à chegada à sede nacional do partido, em Lisboa, onde decorre o Conselho Nacional centrista.
Nuno Melo, acompanhado por Pedro Mota Soares e Álvaro Castelo Branco, vincou que não falará da sua eventual candidatura à liderança: "Eu, de CDS hoje, só o doutor Paulo Portas", disse.
Minutos antes, Assunção Cristas chegava à sede centrista com o mesmo alinhamento de discurso, recusando ser o tempo de esclarecer se avança com uma candidatura.
"Com certeza que não é este o tempo, há muito tempo para tudo o resto, hoje é o tempo do doutor Paulo Portas. Hoje é o tempo para lhes estarmos gratos, por essa dedicação extraordinária, em tempo e em qualidade, que ele dedicou ao CDS", afirmou.
A direcção do CDS propôs ao Conselho Nacional a marcação do 26.º Congresso para os dias 12 e 13 de Março. A reunião magna dos centristas será electiva da liderança, à qual Paulo Portas não se candidata.
A eleição dos 1.200 delgados decorre no dia 20 de Fevereiro e o prazo para a entrega de moções termina às 00h00 de 26 de Fevereiro.
O também vice-presidente do partido João Almeida, que já se auto-excluiu da corrida à liderança, afirmou aos jornalistas que "está em aberto" uma disputa entre vários candidatos ou uma candidatura única.
"Uma candidatura se for única e agregadora poderá ter essa vantagem, de conseguir juntar todo o partido, se houver mais do que uma e permitir um diálogo que seja inclusivo, também será positivo", disse.
João Almeida salientou "a serenidade com que o partido está a preparar a sucessão de um líder que liderou o partido durante 16 dos últimos 18 anos", existindo actualmente uma nova "geração de quadros".
"Há hoje muita gente para pensar o partido do que propriamente uma sucessão. Não há uma discussão sobre nomes, não há gente a querer pôr-se à frente de outros, há muita gente a discutir o partido, com serenidade surgirão as soluções", disse.
Sem nunca querer pronunciar os nomes de Nuno Melo e Assunção Cristas, João Almeida afirmou: "Estamos todos a falar das mesmas hipóteses. A naturalidade com que surgem as hipóteses, o facto de não haver contestações, o facto de não haver disputas entre de quem aparece como hipótese, é o melhor sinal de que este pode ser um grande Congresso".