20 jan, 2016 - 00:32 • Raquel Abecasis
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A candidata à liderança do CDS-PP, Assunção Cristas, admite a realização em Portugal de um referendo à eutanásia.
Em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença, a antiga ministra afirma que o CDS irá, certamente, tomar uma posição sobre a matéria nos próximos tempos.
Assunção Cristas considera que a questão da eutanásia é, muitas vezes, simplificada no debate público e defende que os cuidados paliativos são a “resposta civilizada” para o problema do sofrimento no fim da vida.
Um dos temas que promete chegar a mesa dos políticos nesta legislatura e a questão da eutanásia. Qual é a posição do CDS?
É um tema muito delicado, na nossa perspectiva, muitas vezes simplificado pelas pessoas, pelo debate público, pela comunicação social, simplificado em excesso. Na minha perspectiva, a resposta civilizada de século XXI ao problema do fim da vida e às questões do sofrimento ao fim da vida tem tudo a ver com cuidados paliativos, tem tudo a ver com testamento vital que já existe e que, se calhar, precisa de ser mais divulgado e mais ampliado, tem a ver com o não prolongar desproporcionadamente e excessivamente a vida de uma pessoa, porque hoje a medicina permite-nos fazer esse prolongamento às vezes de forma desnecessária e desproporcionada.
Portanto são questões que têm que ser vistas com muito detalhe, com muita fineza no respeito total pela vida humana, desde o nascimento ate à sua morte natural. Acho que é uma questão para se ter um amplo debate na sociedade portuguesa e para não ficar confinado ao parlamento.
E deveria ser matéria de referendo?
Porventura, mas aguardemos, porque estou certa de que irá ao congresso [do CDS] uma óptima moção sobre essa matéria para ser discutida. Depois será, provavelmente, votada em conselho nacional, mas o CDS não deixará de ter opinião sobre isso.