07 fev, 2016 - 14:20
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O Orçamento do Estado para 2016 ficará para a história como o orçamento do "toma lá dá cá", onde está presente um "gigantesco aumento de impostos", acusa o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Hugo Soares.
"À medida que vamos conhecendo o Orçamento do Estado para 2016 parece-nos claro que este orçamento fica mesmo para a história baptizado como o orçamento do toma lá dá cá", afirmou o responsável numa conferência de imprensa no Porto.
Para Hugo Soares, trata-se de "um Orçamento do Estado que retira rendimentos às famílias, embora o pareça devolver de forma artificial, porque há de facto um gigantesco aumento de impostos".
"Ainda não temos as contas feitas, mas a verdade é que sabemos que este suposto dar de rendimentos às famílias portuguesas de forma imprudente, ao contrário daquilo que sugeríamos, demonstra muito bem que este Governo quer dar com uma mão aquilo que está a tirar em larga medida com o aumento de impostos", criticou.
O deputado considerou também "muito imprudente" que o PS tenha preferido "de uma vez só querer aumentar o rendimento das famílias devolvendo a sobretaxa e os salários num ano" e adiantou que o PSD não tem a certeza de que "o orçamento no final do ano vá bater certo".
O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD destacou ainda dois sectores para os quais estão previstas medidas que "merecem uma forte censura e um forte repúdio" por parte do partido.
No caso da agricultura, criticou o "aumento brutal de encargos fiscais", que demonstram ser este sector, para o PS, "o parente pobre da economia".
"Numa altura em que a agricultura portuguesa estava a querer crescer e a dar sinais de recuperação e a promover também o crescimento da economia e a criar emprego, o PS e o governo de António Costa considera a agricultura como o parente pobre da economia portuguesa", criticou o social-democrata.
Numa nota para as famílias, salientou que o Orçamento do Estado para 2016 "cria dificuldades" àquelas que querem ter mais filhos e representa "um andar para trás".
Questionado sobre o sector da restauração disse haver "uma grande confusão" sobre o IVA e que "parece que o PS o que quis fazer foi uma operação de cosmética para poder dizer aos partidos que suportam o poder que há uma redução do IVA da restauração quando efectivamente parece que anda a brincar aos preços dos alimentos".
Já sobre as acusações feitas pelo primeiro-ministro sobre a atitude considerada "lamentável" do PSD e CDS ao longo das negociações com a Comissão Europeia, Hugo Soares respondeu: "isso são desculpas de mau pagador".
"Até há um ano atrás o primeiro-ministro dizia que o PSD, o Governo e Pedro Passos Coelho tinham uma posição subserviente perante Bruxelas. Agora, que somos oposição, ele acha que mandamos em Bruxelas (...). É uma coisa extraordinária de uma incoerência atroz", assinalou.
E acrescentou: "O senhor primeiro-ministro tem que governar e assumir as suas escolhas e nós estamos aqui para fazer oposição e avaliar as escolhas do atual governo. E quanto a essas escolhas não posso deixar de dizer que este é um OE que aparenta devolver rendimento aos portugueses, mas que retira com um conjunto elevadíssimo de impostos aquilo que aparenta dar".