23 fev, 2016 - 01:19 • Eunice Lourenço
Ainda falta mais de duas semanas para o congresso do CDS em que Assunção Cristas será, previsivelmente, eleita presidente do partido, mas a passagem de testemunho já começou e terá efeito no debate do Orçamento do Estado na generalidade, que termina esta terça-feira. Ao que a Renascença sabe, o discurso de encerramento do debate orçamental será feito pela ex-ministra da Agricultura e não pelo ainda líder do partido, Paulo Portas.
A ausência de Portas foi, aliás, notada no primeiro dia de debate do Orçamento. O ainda presidente do CDS anda num périplo pela América Latina. No fim da semana passada, esteve no Brasil, onde foi homenageado pelo vice-presidente brasileiro, Michel Themer, que lhe ofereceu um almoço na residência oficial que contou com a presença de mais sete ministros do governo do Brasil. Nesse almoço, também estiveram personalidades da área empresarial, representando empresas como a Embraer e a Azul.
Esta segunda-feira, Paulo Portas esteve com o Presidente da Colômbia, outro país com o qual promoveu o desenvolvimento de relações económicas enquanto foi ministro dos Negócios Estrangeiros, primeiro, e vice-primeiro-ministro, depois, nos últimos dois anos de governo PSD-CDS. Fonte próxima de Portas designou esta viagem à América Latina como um “périplo de apresentação de cumprimentos e de agradecimentos a quem ajudou Portugal em tempos difíceis”.
O ainda presidente do CDS decidiu, assim, ficar longe do debate orçamental. Aliás, desde que, no fim do ano passado, anunciou que não seria candidato a novo mandato no CDS que Paulo Portas não voltou a falar no Parlamento. A sua etapa de líder partidário terminou ainda que a sucessora não esteja formalmente eleita e empossada.
No primeiro dia de debate, o CDS questionou o Governo através sobretudo do líder parlamentar, Nuno Magalhães, e da deputada Cecília Meireles, ex-secretária de Estado do Turismo. Assunção Cristas permaneceu na segunda fila da bancada democrata-cristã seguindo o debate com muita atenção e tomando notas. Esta terça-feira, ao que a Renascença confirmou junto de várias fontes do CDS, será, então, a ex-ministra a participar na sessão de encerramento, dando já o sinal do novo tempo e da nova cara com que este partido pretende dar luta ao Governo liderado por António Costa.