27 fev, 2016 - 20:47
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, aconselha o líder do PSD a ter "mais prudência nas palavras" quando fala do sector solidário e adiantou que não pretende duplicar nem substituir equipamentos.
"Aconselharia ao dr. Pedro Passos Coelho um pouco mais de prudências nas palavras. O Governo não pretende duplicar nem substituir equipamentos sociais. Este tipo de afirmações é mais próprio de alguém em campanha eleitoral do que de alguém que tem a responsabilidade de ser líder do maior partido da oposição", disse Vieira da Silva à Lusa.
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho afirmou estar "preocupado" com o futuro do sector solidário ao ser agora encarado pelo Governo como "complementar" e acusou o executivo de querer "gastar dinheiro" em equipamentos "concorrentes" aos das instituições sociais.
O governante, confrontado com estas declarações, reagiu no final da inauguração do Centro de Dia de Lentiscais, em Castelo Branco, e disse serem afirmações "apenas para lançar alarme junto de alguns sectores".
"Julgo que já não produzem esse efeito, porque as instituições e os seus representantes sabem que podem trabalhar com o Governo", sublinhou o ministro.
"Se olharmos para a História e para o que foi o desenvolvimento social do país, mais facilmente encontramos associado aos governos do PS momentos de reforço e alargamento das redes de equipamentos sociais da responsabilidade do setor não lucrativo", disse.
O ministro sublinhou que estas não são instituições que o Governo considere como "secundárias".
"São para nós fundamentais para assegurar os equilíbrios sociais que pretendemos manter e tudo faremos para reforçar essa cooperação", afirmou.
Contudo, explicou também que o Estado não deixará de exercer o seu papel no domínio das políticas públicas, das prestações sociais e da resposta dos serviços públicos às necessidades das populações.
"Sempre que possível, isso será feito com as instituições, muito em particular, na rede de equipamentos sociais que o Governo não pretende duplicar nem substituir", afirmou.
O ministro recordou que o Governo tem no seu programa a "afirmação clara" de manter e até reforçar todo o trabalho de cooperação com as instituições da sociedade civil e do sector social.