09 mar, 2016 - 00:51 • Raquel Abecasis
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Paulo Portas quer “que as coisas corram bem para Portugal” e considera mesmo que é possível evitar o que chama de “Plano C”. Em entrevista ao programa "Terça à Noite" da Renascença, o ainda líder do CDS – deixa a presidência do partido no próximo fim-de-semana – diz que “evitar um plano C depende da credibilidade que Portugal conseguir gerar lá fora”.
Para Paulo Portas, o "plano A" foi o esboço do Orçamento do Estado, o Plano B o próprio Orçamento, que já mostrou que afinal ainda havia austeridade e “aumento significativo de impostos. E, acrescenta, “estamos agora perante umas ameaças intermitentes de que venha a haver um plano C”, que “pode desmentir promessas feitas e incluir mais impostos”.
“Portugal não se deve pôr a jeito de ser considerado um país-problema”, afirma o ex-vice-primeiro-ministro, para quem é importante que o Governo mostre que “a vida não é satisfazer apenas desejos populistas de partidos de extrema-esquerda”.
O líder do CDS – que popularizou o termo “gerigonça” usado por Vasco Pulido Valente para designar a coligação de esquerda que suporta o Governo – critica o que chama de “mantra da gerigonça”, que é a reversão de várias medidas, desde privatizações a exames escolares.
Ainda assim, admite que o Governo possa durar. “A resposta depende de factores que não controlamos. Depende de factores externos. Ou a economia funciona ou não funciona, ou há confiança ou não há confiança”, afirma Portas, acrescentando que outra razão para ser prudente é o facto de a economia mundial “não estar famosa”.
Na sua última entrevista à Renascença antes de deixar a liderança do CDS, Paulo Portas defende que é o tempo de passar testemunho e fechar o ciclo.
“Quando as pessoas ficam tempo de mais nos cargos perdem a exigência consigo próprios ou perdem a exigência com os outros”, diz Portas, para quem “a nova geração que está no CDS é a melhor do sistema partidário português”.