09 mar, 2016 - 01:11 • Raquel Abecasis
Veja também:
Os portugueses devem ser consultados numa eventual legalização da eutanásia, defende Paulo Portas. “Não tendo havido compromissos eleitorais nesta área, obviamente tem de haver um debate nacional e se for necessário um referendo”, afirmou o ainda líder do CDS em entrevista ao programa "Terça à Noite" da Renascença.
“O que é próprio é, primeiro, procurarmos ter cuidados paliativos decentes”, continua Portas, afirmando: “Não posso administrar a vida e a morte dos outros, não é a minha mão que vai determinar isso.”
Nesta entrevista à Renascença, Paulo Portas também se pronuncia sobre Marcelo Rebelo de Sousa. Diz que vai ser “um bom Presidente da República” e que a Presidência não ficará igual depois de Marcelo, que toma posse esta quarta-feira, passar por Belém.
Quanto a um dos assuntos polémicos do momento, o novo emprego da ex-ministra Maria Luís Albuquerque, o líder do CDS diz que gostou muito de a ver colocar a questão na subcomissão de ética, que consegue “funcionar à margem das querelas partidária”. Portas coloca a questão apenas no plano da legalidade.
“A comissão de ética só pode basear-se na lei. Só pode verificar se o caso concreto colide ou respeita as previsões da lei de incompatibilidades. Saber se a lei está menos bem não é competência da comissão de ética. Lendo a lei, ainda não percebi como se fundamenta um caso nesta matéria”, afirma, não se pronunciando sobre se a ex-ministra deve ou não sair do Parlamento: “Cada um age de acordo com a sua consciência.”
Já sobre Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal, Paulo Portas não esconde o desagrado ainda que diga que não se trata de nada pessoal. “Só aceitei recondução do governador porque era preciso vender o Novo Banco” e "ainda não está vendido”, diz.
Naquela que é a sua última entrevista como líder do CDS, Portas ainda não revela o que vai fazer, nem se já tem emprego. “Nunca tive esse problema. Estou muito bem disposto com o que vou fazer a seguir e tem muito pouco a ver com o que tenho visto nos jornais. Mas no momento certo darei a informação objectiva e factual sobre esse assunto”, respondeu Paulo Portas.