19 mar, 2016 - 19:27
O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Leitão Amaro anunciou um conjunto de oito perguntas formuladas ao Governo socialista sobre alegadas interferências nos negócios entre a empresária angolana Isabel dos Santos e o sector bancário.
"Os governos socialistas de José Sócrates, um deles com a participação do actual primeiro-ministro, intervieram em negócios privados, na banca, em empresas de telecomunicações e na comunicação social. Essas interferências políticas em negócios privados dão mau resultado, o país já viu esse filme", recordou o deputado social-democrata, referindo-se à antiga PT e a bancos como a Caixa Geral de Depósitos ou o BCP.
O parlamentar social-democrata vincou que, a confirmar-se a notícia publicada hoje pelo jornal semanário “Expresso”, de envolvimento do chefe do executivo nas conversações, trata-se de "factos muito graves", de "falta de imparcialidade" e "interferência", além da "falta de transparência".
"O PSD vai pedir esclarecimentos. O que aqui está em causa, a ser verdade, é demasiado grave e precisa de um cabal esclarecimento. A que título, com base em que poder, interveio ou participou, como negociante, nas relações entre accionistas privados e bancos privados?", perguntou Leitão Amaro.
O deputado do PSD sugeriu se tal actuação, a confirmar-se, "não coloca em causa, de forma séria e muito grave, a imparcialidade que o Governo deve ter?" e se estará a ser "respeitada a igualdade de tratamento de todos os agentes no mercado, a liberdade de concorrência".
"Não é colocado em causa a competência própria das entidades reguladoras independentes, quer nacionais, quer europeias? Ter-se-á envolvido e intervindo nas relações societárias de bancos privados, de accionistas estrangeiros de bancos?", foram algumas das questões colocadas pelo responsável do PSD.
O “Expresso” noticiou que António Costa e a empresária angolana, para ultrapassar o impasse no BPI, reuniram-se em Lisboa e terão conciliado posições com o grupo financeiro espanhol La Caixa, com a filha do Presidente de Angola a vender a sua participação no BPI aos espanhóis e o BPI a ceder as suas acções do banco angolano BFA a capitais angolanos.