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"Estabilidade". Costa e Marcelo, a mesma luta?

29 mar, 2016 - 16:52

"Não há choque fiscal, choque de empobrecimento ou choque de conhecimento que nos resolva os problemas estruturais", afirmou o primeiro-ministro na apresentação do Programa Nacional de Reformas.

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O primeiro-ministro pediu esta terça-feira amplo consenso em torno do Programa Nacional de Reformas e citou o Presidente da República para defender que Portugal só resolve os seus problemas estruturais com estabilidade de políticas e de objectivos.

António Costa falava no Centro de Congressos de Lisboa na sessão de lançamento do Programa Nacional de Reformas, documento que será entregue em Bruxelas até ao final de Abril e que estará em discussão pública nas próximas semanas.

Tendo nas primeiras filas a ouvi-lo cerca de metade dos membros do actual Governo, António Costa fez um discurso com cerca de 40 minutos, em que se referiu por três vezes à comunicação ao país feita na véspera por Marcelo Rebelo de Sousa.

De acordo com a tese de António Costa, desde 2001, com vários governos de diferentes quadrantes políticos, que Portugal alterna anos de crescimento débil com anos de recessão e apontou "uma confusão entre causas e consequências" ao nível político.

Ou seja, para o actual chefe do Governo, mais do que uma questão orçamental ano a ano, Portugal enfrenta bloqueios estruturais ao seu desenvolvimento.

"Resolver e responder aos problemas estruturais do país não é compatível nem com atalhos nem com choques, porque não há choque fiscal, choque de empobrecimento ou choque de conhecimento que nos resolva os problemas estruturais. A resolução dos problemas estruturais requerem, como disse ontem [segunda-feira] o senhor Presidente da República, estabilidade nas políticas, estabilidade na estratégia e estabilidade nos objectivos e perceber que só investindo ano após ano poderemos melhorar as qualificações da população, melhorar a incorporação de inovação no tecido empresarial e valorizar o nosso território", declarou já na parte final da sua intervenção.

Neste contexto, deixou também um alerta contra o mediatismo político: "Não estamos perante um desafio para os próximos 12 meses, mas é seguramente um desafio para os próximos cinco anos, o âmbito deste programa de reformas".

Nesse sentido, Costa defendeu que o Programa Nacional de Reformas "tem de ser um programa do conjunto do país". "É assim que o queremos discutir com todas as forças políticas, parceiros sociais, agentes económicos e universidades", frisou.

OE entra em vigor na quarta-feira

Logo na abertura do seu discurso, o primeiro-ministro referiu-se à promulgação do Orçamento do Estado para 2016 pelo Presidente da República "com a abertura de um novo ciclo". O OE entra em vigor na quarta-feira, anunciou.

"Devemos procurar centrarmo-nos no essencial, onde não basta fazermos o suficiente, sendo mesmo preciso fazer o que é necessário. Por isso, o Programa Nacional de Reformas é algo que tem de ser feito com o conjunto de toda a sociedade", disse, após nova alusão à comunicação do chefe de Estado.

Num discurso em que detalhou os objectivos dos seis pilares do Programa Nacional de Reformas (qualificação das pessoas, inovação, valorização do território, modernização do Estado, capitalização das empresas e coesão social), o líder do executivo sustentou que, a partir de 2001, foi interrompido um ciclo de crescimento económico desde 1986, com taxas de crescimento entre 3,5 e 4,8%.

Para Costa, a explicação simples de que a culpa da longa estagnação portuguesa desde 2001 se esgota no executivo anterior não é válida, porque o país "tem um problema estrutural na sua economia".

"De uma vez por todas temos de nos centrar na resolução dos problemas estruturais. É muito importante o orçamento de cada ano, é muito importante o pacto de estabilidade e crescimento, mas nada valerá a pena se nós não resolvermos os problemas estruturais. Para resolvermos os problemas estruturais, o Programa Nacional de Reformas é essencial", acrescentou.

Comentários
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  • Isaías
    29 mar, 2016 Terra da Verdade 21:33
    O sr Costa diz, e é verdade: em 2001 foi interrompido um ciclo de crescimento económico iniciado em 1986. Ora, isso é verdade. Lembro -me do tempo de Soares, ele dizia: portugueses: tendes de apertar o cinto. Senhoras donas de casa: consumam batata, porque a batata é produto nacional e o arroz é importado... Os produtos alimentares aumentavam quase todos os meses. Quem fosse a uma mercearia comprar bacalhau teria de comprar também mercearia, senão o merceeiro dizia que não tinha bacalhau.Terminada a era Soarista, começou a era Cavaquista. Começou o ciclo de crescimento económico. Os montes começaram a ser florestados e os campos lavrados com tractores adquiridos com a comparticipação do estado. A economia cresceu até por volta do ano de 1994. Nessa altura, surgiu um falso profeta a prometer pão sem trabalho. O povo de Deus, ignorando a narração bíblica, voltou a deixar - se enganar pela serpente. Consumida a fruta da árvore do meio do jardim, o país entrou no Pântano . A serpente, para sacudir a culpa, fugiu. As serpentinas, que a apoiavam, dispersaram. Mas não desistiram de continuar a seduzir a Eva para que a Eva não abras as vistas ao Adão, ao povo de Deus. Fala Costa! Fala! Estás a falar a verdade! Quem interrompeu o ciclo de crescimento económico? Não fizeste parte desse grupo de serpentes? Continua a falar verdade. És Saulo?! Vê se te consegues transformar em S. PAULO. Boa noite, bom povo de Deus.
  • nuno
    29 mar, 2016 faro 20:38
    Com estes dois o fosso é cada vez maior
  • Maria Júlia Gouveia
    29 mar, 2016 Lisboa 19:53
    Mais do mesmo, pois o que este primeiro ministro aposta é num estado social e há muitos parasitas a ganhar com isto. Viu-se o que este fez na Câmara de Lisboa, bom deve ter descoberto a polvora sem fumo. Se tivesse vergonha na cara não teria feito o que fez, governar à força contra quase a maioria dos portugueses! É uma pena pois permitimos tudo.
  • joao
    29 mar, 2016 lisboa 19:05
    estabilidade para as empresas é rasgar a reforma do IRC , que deveria durar 5 anos , ao fim de dois . Reforma esta que foi aprovada pelo PS ...
  • Diamantino Cruz
    29 mar, 2016 Maia 18:50
    Será desta que deixaremos de ter a comunicação social a apresentar um ex-primeiro ministro, constantemente no "bota abaixo" a todas as propostas diferentes das suas, desacreditando o país perante instituições internacionais, dificultando a tarefa de governar e prejudicando o país, apenas porque não se conforma com a perda do poder? Parabéns ao Presidente da República (Marcelo) pela sua postura de cidadão responsável! Espero que sempre se mantenha acima de interesses partidários. Portugal precisa disso!
  • (Con)Centrado
    29 mar, 2016 Margem Sul 18:48
    Estou plenamente convencido de que a luta de ambos (até agora em surdina, segredo) é reativarem um novo "Centrão" dos interesses PPD/PS. Porque é que eu digo isto, porque há muita gente no PS e PPD que o desejam, e depois porque não vejo da parte do Costa nenhuma preocupação com o facto de tanto BE como PCP começarem com algumas ameaças. Expectante, mas muito preocupado se forem por aí (pelo centrão)!
  • Eborense
    29 mar, 2016 Évora 18:46
    ó Costa! Já chateia a tua demagogia e ainda só és 1º Ministro há 3 meses! Então, onde estavas quando o Governo anterior pediu que houvesse consensos relativamente a aspetos importantes, como por exemplo a segurança social? Então diz lá o porquê de teres interrompido reformas que tinham sido iniciadas pelo governo anterior. Portanto, faz consensos com os teus amigos comunóides e outros palermóides!
  • Fernando Gomes
    29 mar, 2016 Lisboa 17:37
    Falou muito e bem, mas não disse nada de concreto
  • Alberto
    29 mar, 2016 Funchal 17:27
    Consenso? Onde estão os Comentadores Marcelo e Costa que tanto desdenhavam dos consensos referidos por Cavaco ou Passos? Agora, até o Mar é importante para o País!! Quando Cavaco falou disso...provavelmente não tinham capacidade para descortinar tal importância! O Povo diz..."vira-casacas".

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