11 abr, 2016 - 12:30
O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta segunda-feira que o acordo accionista alcançado no BPI representa "um sinal de confiança" no futuro da economia portuguesa por parte de investidores internacionais e contribui para estabilizar o sistema financeiro português.
"Vejo com muita satisfação e agrado que tenha sido possível aos accionistas do BPI encontrarem uma solução que reforça a estabilidade do nosso sistema financeiro, e que demonstra que há um interesse e uma confiança grande sobre o futuro da economia portuguesa por parte dos investidores estrangeiros", sustentou António Costa, na Grécia.
Na resposta à questão colocada por jornalistas portugueses, Costa disse ainda que as partes envolvidas no acordo do BPI "manifestaram interesse" em Portugal, tendo uma das partes "concretizado um investimento" e a outra "demonstrado interesse" em fazê-lo a breve prazo.
"Isso obviamente permite-me ficar satisfeito", concluiu António Costa.
Marcelo destaca "intervenção de todos"
O Presidente da República considerou esta segunda-feira que o acordo no BPI entre o CaixaBank e a Santoro Finance não teria sido possível sem a intervenção de todos: privados, entidades reguladoras e poder político.
Em declarações aos jornalistas, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que, "modestamente, o Presidente da República também tentou colaborar, mas foi sobretudo bom para o país".
"Estou satisfeito pelo facto de ter sido fechado o acordo. Foi obra da intervenção dos privados, das entidades reguladoras e dos órgãos do poder político. Sem a intervenção de todos não teria sido possível chegar onde se chegou", afirmou.
Acordo exigido pelo BCE
O BPI anunciou em comunicado no domingo que as negociações entre os catalães do CaixaBank e a Santoro Finance, da empresária angolana Isabel dos Santos, foram concluídas com sucesso, permitindo resolver a "situação de incumprimento pelo banco BPI do limite de grandes riscos".
Estes dois accionistas do BPI - o Caixabank, com 44,10% do capital social do banco e a Santoro com 18,58% - tinham até ao final do dia de domingo para chegar a um acordo que cumprisse a redução do excesso de exposição a Angola estipulada pelo Banco Central Europeu (BCE).
Este acordo era necessário uma vez que o BCE considera Angola um dos países que não têm regulação e supervisão semelhantes às existentes na União Europeia, pelo que o BPI tinha de ajustar a sua exposição àquele mercado.
No mesmo texto, o BPI refere que a “solução já foi comunicada ao BCE e ao Banco de Portugal” e está contratualizada em documentos que serão divulgados publicamente nos próximos dias, depois de aprovados pelos órgãos sociais.
[Notícia actualizada às 14h36 com declarações de António Costa]