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BE para Costa: “Afinal, quando é que a falha grave serve para substituir o governador do Banco de Portugal?”

15 abr, 2016 - 11:12

Bloco pede ao Governo que faça da "falha grave" de Carlos Costa, denunciada pelo secretário de Estado adjunto e das Finanças, motivo para a sua destituição. Costa não respondeu.

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A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, desafiou esta sexta-feira o Governo a avançar com a destituição do governador do Banco de Portugal.

"Se é verdade que o governador do Banco de Portugal toma decisões que o Governo desconhece, perguntamos: quantas falhas graves tem de cumprir o governador do Banco de Portugal para cumprir o critério de falha grave, que obriga à sua destituição?", perguntou Catarina Martins.

“Que o governador do Banco de Portugal, quando decidiu abrir o processo de resolução do BES para resolver o problema do Novo Banco, o fez escolhendo os credores a dedo, por inclinação pessoal sem qualquer critério que fosse percebido, e isto feito sem autorização do Governo e coloca Portugal numa litigância que pode perder milhões, é ou não uma falha grave? Se é verdade, como agora percebemos na comissão ao Banif, que o governador do Banco de Portugal não informou o Governo que pediu para o BCE fechar o financiamento do Banif e com isso acelerou um processo e nos obrigou a perder mais dinheiro, é ou não uma falha grave? Afinal, quando é que a falha grave serve para substituirmos o governador do Banco de Portugal?”, questionou a deputada bloquista.

António Costa contornou a pergunta, assegurando a disponibilidade do Governo em fornecer toda a informação necessária à comissão de inquérito ao caso Banif.

A "falha grave" repetida por Catarina Martins referia-se às declarações do secretário de Estado adjunto e das Finanças, ao "Público".

Ricardo Mourinho Félix acusou o governador do Banco de Portugal de "uma falha grave de informação" ao ter escondido informação sobre o Banif. Carlos Costa terá omitido que pediu ao BCE para limitar o financiamento àquela instituição financeira.

Aos jornalistas, no fim do debate, António Costa rejeitou alinhar com o pedido de destituição de Carlos Costa.

"Temos de aprender a trabalhar com as instituições com normalidade e o relacionamento que o Governo tem tido, quer com o parlamento, quer com os presidentes da República (o anterior e o actual), é um bom exemplo de como deve ser a normalidade das relações institucionais - e também com o Banco de Portugal. O senhor governador [Carlos Costa] tem um mandato de cinco anos que lhe foi conferido pelo anterior Governo [PSD/CDS-PP] e é uma função inamovível salvo no quadro legal", respondeu António Costa.

Evitar “outra escorregadela”

No Parlamento, a porta-voz do Bloco afirmou que "não quer outra escorregadela como a do Banif, em que o Banco de Portugal fez o que entendeu, o Santander ganhou o que queria ganhar".

O Bloco considera que os portugueses foram chamados "vezes demais" a pagar pelos problemas dos bancos, pelo que defende uma “limpeza na banca”.

O primeiro-ministro respondeu que concorda com “a intenção” e com “quatro das cinco condições” anunciadas por Catarina Martins.

“Quanto à quinta, vamos ver", acrescentou, referindo-se ao Novo Banco. O Bloco defende que deve ficar como banco público, numa “operação viável e de longo prazo", António Costa não fecha portas a qualquer solução.

[Notícia actualizada às 13h47]

Comentários
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  • Jorge Pereira
    15 abr, 2016 Lisboa 16:05
    Podemos vender a Catarina Martins? A sério é uma boa comediante, faz bom stand up comedy pese embora plagiar os clássicos do humor sobre a igualdade do género! Aquela coisa da igualdade do género não é uma ideia dela, foi plágio do filme "A vida de Bryan" dos Monty Phyton, onde havia um homem que sempre que alguém começava um discurso do género "Senhores" ela corrigia de imediato "E Senhoras", "cidadãos" e logo essa personagem de imediato "E Cidadãs". Quando os outros já fartos de serem constantemente interrompidos pela constante necessidade de "igualdade do género" lhe perguntam por que razão é que ele queria sempre que se referisse o género feminino, o próprio responde "Eu gostava de ser mulher, aliás gostava que me chamassem Loretta e quero ter filhos". Perante o espanto geral da assembleia onde decorre tal cena, há alguém que diz, "mas tu não podes ter filhos, não tens útero". Logo outra parte da assembleia se levanta e diz, "não podes limitar o direito do nosso irmão de querer ser mulher e de poder ter útero". Enfim, uma cena fantástica que a Catarina Martins plagiou agora com o cartão do cidadão ou da cidadã (espero que não seja da cidadona, pois isso já soa mesmo muito mal) - Vejam o filme dos Monty Phyton, pois o original é sempre melhor que a cópia.
  • Sofia
    15 abr, 2016 Lisboa 15:12
    Acusam o Governador, para não acusarem o Centeno na venda ao desbarato do Banif.
  • joao luis
    15 abr, 2016 portugal 12:13
    quem são os amigos desta gente que vai para a banca.....será o Louçã ou outros esquerdistas para tornarem tudo publico a assim serem todos os portugueses a pagar esta raiva contra os bancos
  • Fernando
    15 abr, 2016 Porto 12:11
    Os vencimentos milionários dos gestores e administradores dos bancos e as respectivas mordomias têm que acabar, o tempo das vacas gordas acabou. Quando há lucros nos bancos são divididos pelos administradores e acionistas, mas quando o banco vai à falência, somos todos a pagar a factura, isto tem que acabar.
  • zétuga
    15 abr, 2016 lisboa 12:09
    limpeza (feminino) ... banca (feminino) ... onde está a igualdade de género??? isto é uma violação!!! o parlamento tem de discutir este problema!!!
  • Pedro
    15 abr, 2016 Leiria 12:07
    Então a limpeza já foi feita antes da troika chegar a Portugal , quando a banca estava descapitalizada. Agora querem limpar o que? Destruir outra vez talvez! !!!!
  • Asdrubal
    15 abr, 2016 Cascais 12:02
    O Costa é um verdadeiro trapezista! E acima de tudo transmite a ideia de uma total falta de convicções. Aliás o socialistas adaptam-se a qualquer situação, desde que cavalguem o poder. E actualmente levam às costas o Bloco, que rapidamente aprendeu a lição. Havemos de ir longe com esta "geringonça"!
  • 15 abr, 2016 lISBOA 11:47
    SISTEMA (FEMININO) ..FINANCEIRO (MASCOLINO)!!... AGORA BANCA??? TALVEZ BANCOA!! JÁ SE RESPEITA A IGUALDADE DE GÉNERO.

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