15 abr, 2016 - 17:18
Veja também:
A Comissão Parlamentar de Inquérito ao processo que conduziu à venda e resolução do Banco Internacional do Funchal (Banif) vai ouvir na próxima terça-feira de manhã o governador do Banco de Portugal (BdP) e o ministro das Finanças.
Fonte da comissão disse à Lusa que a audição de Carlos Costa está marcada para dia 19 de Abril às 9h30 e a de Mário Centeno para as 11h30. A mesma fonte justificou a proximidade das duas audições com compromissos anteriormente assumidos.
Os coordenadores dos partidos aprovaram esta sexta-feira novos pedidos de audições de Carlos Costa e de Mário Centeno – que já tinham sido ouvidos nesta comissão de inquérito - bem como do vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, segundo anunciou o presidente da comissão, o comunista António Filipe.
Relativamente ao vice-líder do BCE, que "tem a prerrogativa de depor por escrito por não se encontrar no território nacional", os deputados preferiam que a audição decorresse "presencialmente", mas a mesma pode acontecer à distância com recurso à tecnologia.
Novela Banif continua
A notícia surge no dia em que há mais episódios em torno do Banif. O Governo acusou Carlos Costa de "falha de informação grave", o que levou o Bloco de Esquerda a defender, no Parlamento, a destituição do governador.
Em causa estão declarações ao jornal “Público” do secretário de Estado-adjunto das Finanças. Ricardo Mourinho Félix revela que Carlos Costa sugeriu ao Banco Central Europeu que limitasse a liquidez do Banif, ao mesmo tempo que pedia ao Governo para encontrar forma de garantir dinheiro à instituição.
Uma "falha de informação grave", para o secretário de Estado, mas não para Miguel Beleza, ex-governador do Banco de Portugal. Diz que Carlos Costa não tem dever de informar o Governo das suas acções.
“Tenho muitas dúvidas, porque me parece que a proposta do Governador é razoável”, diz o ex-governador à Renascença. “Podia ter avisado o Governo, mas o governador é independente do Governo, responde perante o Conselho de Governadores do Banco Central Europeu, e não ao Governo, nem ao Presidente da República, nem ao Parlamento”.
[Notícia actualizada às 19h16]